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Cenário da Cibersegurança Global 2024

Davos na Suíça foi o destino de 3.000 líderes globais, de mais de 125 países, entre 15 e 19 de janeiro. Chefes de estado, ministros, empresários e acadêmicos participaram da Annual Meeting 2024, principal agenda anual do Fórum Econômico Mundial, que em 2024 focou no tema reconstrução de uma base de confiança, gerando novas ideias e desenvolvendo parcerias para evoluir os resultados para os povos, as economias e o planeta.

Cibersegurança foi parte proeminente desta agenda, provendo uma plataforma para que os líderes debatessem preocupações envolvendo o assunto para o próximo ano e além. Durante as várias sessões, workshops e discussões, os participantes se engajaram ativamente em análises tendo como base a recente publicação Global Cybersecurity Outlook 2024 Report

Autoridades internacionais sobre o tema estiveram presentes ao evento e discutiram os dados do relatório, entre estas: Sadie Creese (Professora da Universidade de Oxford), John Doyle (Presidente da Marsh McLennan), Debjani Ghosh (Presidente da NASSCOM), Gary Steele (Presidente da Splunk) e Jürgen Stock (Secretário-Geral daINTERPOL).

Algumas das ideias-chave deste relatório são:

  • Há uma crescente desigualdade cibernética entre as organizações resilientes ciberneticamente e aquelas que não são. O número global de organizações que mantém resiliência minimamente viável teve queda de 30%;
  • Tecnologias emergentes irão exacerbar desafios de longa duração relacionados à resiliência cibernética. Menos de um a cada 10 participantes acredita que nos próximos dois anos a Inteligência Artificial Generativa vai trazer vantagens aos defensores frente aos agressores;
  • As habilidades cibernéticas e a falta de profissionais continuas se agravando em velocidade alarmante. Apenas 15% ode todas as organizações estão otimistas por uma melhoria significativa na educação e formação de talentos neste assunto nos próximos dois anos;
  • Alinhamento entre cibernética e negócios tem se tornado mais comum. 93% dos líderes das organizações que se destacam em resiliência cibernética confiam que o CEO da empresa pode falar publicamente sobre riscos cibernéticos;
  • O risco ao ecossistema cibernético está se tornando mais problemático. 41% das organizações que sofreram um incidente cibernético nos últimos 12 meses atribuem sua causa a terceiras partes.

Assista nos links a seguir algumas das sessões da Reunião Anual de Davos 2024: 

(Crédito das imagens: World Economic Forum – Flickr)

Inteligência Artificial Segura

Como agência de defesa cibernética dos Estados Unidos e coordenadora nacional de segurança e resiliência de infraestruturas críticas, a CISA busca compreender os benefícios e riscos da Inteligência Artificial (IA) e garantir que os proprietários e operadores de infraestruturas críticas daquele país estejam preparados para gerir seus riscos e, ao mesmo tempo, aproveitar seus benefícios.

Neste escopo, a CISA desenvolveu um Roteiro para a IA (link em inglês), anunciado essa semana, que vem a ser um plano para toda a agência alinhado com a estratégia nacional de IA anunciada este ano pelo presidente americano Joe Biden, direcionando esforços para:

  • promover os usos benéficos da IA ​​para melhorar as capacidades de segurança cibernética;
  • garantir que os sistemas de IA estejam protegidos contra ameaças baseadas na cibernética; e
  • dissuadir o uso malicioso de capacidades de IA para ameaçar a infraestrutura crítica da qual os americanos dependem todos os dias.

Baixe aqui o documento da CISA (em inglês): https://www.cisa.gov/sites/default/files/2023-11/2023-2024_CISA-Roadmap-for-AI_508c.pdf

Governança Corporativa abraça a Cibernética

Ao passo em que as Organizações ganham produtividade e competitividade por meio de novos processos baseados em tecnologia digital, essas também se expõem mais e mais a ameaças oriundas do ciberespaço. Naturalmente, instituições públicas e privadas modernas intensificam a governança também dos inerentes riscos tecnológicos e cibernéticos aos quais estão submetidas.

Neste caminho de maturidade organizacional, os Líderes precisam se familiarizar com os princípios da cibersegurança, e podem contam com valiosas orientações que os permitem agir com eficácia na implementação de maior resiliência para suas empresas na era digital.

Visto que a transformação digital é talvez o mais crucial componente de uma estratégica de gestão de vanguarda, mitigar os riscos decorrentes de uma maior exposição cibernética, que atacam a operação e a reputação das instituições e seus ecossistemas de negócio, os gestores precisam contar com o aparato e as referências corretas para atender às exigências do ambiente contemporâneo. O suporte adequado assegura, aos vários níveis de gestão da organização, fluxos com informação precisa, relevante e tempestiva a respeito de ameaças, permitindo aos líderes analisar e gerir adequadamente esta nova fronteira de riscos.

As novas Siglas para a Governança na era digital

Aqueles que estejam envolvidos de alguma forma em programas de gestão de vulnerabilidades de uma organização, provavelmente já se depararam com os termos CVECVSS, e NVD. Cada um destes é diferente dos demais, e tem seu papel na análise diagnóstica e na gestão de vulnerabilidades. Vamos conhecê-los a seguir:

Definindo CVSS, CVE e NVD

  • CVSS – do inglês “Common Vulnerability Scoring System” – CVSS (Sistema Comum de Ranqueamento de Vulnerabilidades) é um sistema amplamente utilizado em programas de gestão de vulnerabilidades cibernéticas. O CVSS indica o grau de severidade (“score”) de uma vulnerabilidade de segurança da informação, e é um componente integral de várias ferramentas de varredura e escaneamento de vulnerabilidades (vulnerability scanning).
  • CVE – do inglês “Common Vulnerabilities and Exposures” – CVE (Vulnerabilidades e Exposições Comuns) é uma lista mantida pelo MITRE contendo vulnerabilidades e exposições publicamente divulgadas.
  • NVD – do inglês “National Vulnerability Database” – NVD (Base de dados Nacional de Vulnerabilidades) é uma base de dados mantida pelo NIST, de forma sincronizada com a lista CVE do MITRE.

Diferenças entre CVSS e CVE

CVSS é o grau de severidade atribuído a uma determinada vulnerabilidade. CVE é simplesmente uma lista com todas as vulnerabilidades publicamente divulgadas que inclui os campos CVE ID (identificação), descrição, datas, e comentários. A severidade CVSS (score) não é apresentada na lista CVE – e o interessado deve utilizar o registro NVD correspondente para encontrar os graus de severidade atribuídos a cada CVE pela CVSS.

Diferenças entre CVE e NVD

A lista CVE alimenta a base NVD, estando ambas, portanto, sincronizadas a todo momento. A NVD provê informações aprimoradas às encontradas na lista CVE, incluindo disponibilidade de correções (“patches”) e graus de severidade. A NVD também oferece um mecanismo mais fácil para buscas com ampla gama de variáveis. Ambas CVE e NVD são patrocinadas pelo governo dos Estados Unidos e estão disponíveis gratuitamente aos interessados.

O grau de severidade CVSS consiste de três grupos de componentes – Métricas BásicasMétricas Temporais, and Métricas Ambientais. A base NVD inclui todas as vulnerabilidades publicadas, e traz um grau de severidade CVSS correspondente. Este grau de severidade é, tipicamente, resultante apenas de métricas básicas. Apresentado apenas como grau CVSS (score), o fato de ser reportado apenas compreendendo 1 dos 3 grupos de métricas pode gerar enganos.

Governança com Monitoramento da Superfície de Ataque

Dado o aparato de métricas transparentes acima, bem como outros complementares existentes para segmentos específicos, os instrumentos de governança ganham maturidade e linguagem harmonizada para as questões cibernéticas.

Os gestores podem agora utilizar serviços preemptivos que fazem o monitoramento eventual (check-up) ou contínuo de todos os seus ativos digitais, obtendo indicadores de risco, aferições de conformidade, apontamento de vulnerabilidades, e até mesmo avaliações de exposição financeira decorrente da superfície digital exposta ao ataque na sua empresa.

Com essa evolução, denominada Prontidão Cibernética, as organizações saem de uma condição passiva de resposta a incidentes, para uma nova postura de defesa ativa, escaneando ameaças e mitigando vulnerabilidades antes que essas gerem danos à instituição.

Ninhos de Negócios nos EUA

Cornell: eventos de Empreendedorismo são parte do cotidiano dos alunos

A cada ano, a Crunchbase News compara quais as universidades americanas que mais graduam alunos fundadores de novas empresas. Neste ano, a publicação verificou variação mínima no topo da lista, liderada pelo critério de recursos para fundadores por StanfordMITUC Berkeley, e Harvard. Entre as líderes nas escolas de administração estão Harvard, Stanford and Wharton.

Entretanto, algumas universidades estaduais — UCLA e University of Michigan, em particular — subiram no ranking desde a última avaliação em 2021. Ainda, entre as escolas de administração, a Sloan School of Management do MIT ganhou notável força no resultado deste ano.

Os últimos dados se debruçaram sobre fundadores de empresas que levantaram seus primeiros investimentos privados em 2022 e 2023, obtendo acima de U$ 1 milhão ou mais até junho/2023. A tabela a seguir apresenta as 10 universidades líderes (A tabela não contabilizou empresas pós-IPO, subvencionadas ou que receberam financiamento a juros):

UniversidadeNúmero de Fundadores
Capitalizados no período
Stanford472
MIT325
UC Berkeley297
Harvard281
Cornell161
Penn139
Carnegie Mellon126
Columbia125
Yale114
Univ. of Southern Calif. (USC)113

Pontos interessantes

Após publicar várias edições desta lista em anos anteriores, os autores observam pontos interessantes que surgem a cada ano. Alguns pontos que se destacam na edição atual são:

  • UC Berkeley superou Harvard entre as startups fora da escola de administração: Among U.S. business schools, Harvard has by far the largest number of alumni with recently funded startups. Across the rest of the university, however, it is not so dominant. For 2022-23, UC Berkeley actually edged out Harvard, with 297 funded founders, compared to 281. The list of Berkeley alumni-founded companies includes some large funding recipients such as Databricks and Dialpad.
  • Cornell brilhando: mesmo com uma postura mais discreta na mídia em geral, Cornell consistentemente ranqueia entre as top 10 nos rankings de empreendedorismo. No ranking atual, ocupa a forte quinta posição geral. Destaca-se, ainda, que apesar do impacto empreendedor de seus alunos, os dados mostram que praticamente nenhum dos fundadores de startups permanecem na cidade sede do campus principal de Cornell, em Ithaca (NY), preferindo se mudar para os grandes centros em Nova Iorque ou São Francisco, entre outros grandes centros empresariais.
  • Michigan, UCLA e UT ranqueadas no topo entre as instituições públicas: Grandes e prestigiosas universidades de pesquisas públicas formam enorme número de empreendedores e fundadores de futuras startups. Além da já mencionada UC Berkeley, três outras universidades estaduais aparecem entre as 15 principais — University of Michigan, UCLA and The University of Texas at Austin.
  • MIT (e Sloan) crescendo: Em seus 162 anos desde a fundação, o tradicional Massachusetts Institute of Technology vive um grande momento. Este ano, a escola foi escolhida como a top “dream college” por estudantes das escolas americanas de ensino médio, enamorados com o prestígio e o famoso rigor científico, ciências da computação e currículo de engenharia. O MIT ficou atrás apenas de Stanford no ranking deste ano.

O Novo Mundo

* Artigo por Eudes Lopes.

Entre as indefinições que se proliferam nesses tempos conturbados, talvez a mais relevante seja o embaçamento da linha limítrofe entre “o externo” e “o interno” das nações. A globalização reforçou a percepção de minimização do “doméstico”, em comparação à imensidão do planeta maior. As intensificações da mudança climática, da revolução digital e da desigualdade socioeconômica derrubaram as noções familiares de fronteiras, vestígios da velha ordem global ainda restantes.

Os divisórios estão em fluxo, e não é de se surpreender que hoje isso atropela até os dogmas mais sagrados de comércio e relações internacionais. O estado-nação começa a se transformar, não alcançando se segurar como o loco de soberania que era, nem sequer como peça de um quebra-cabeça mundial querendo se unir como um todo. Estamos diante de novas polarizações, o que significa novas junções, novas construções, novas… supranacionalidades.

O Brasil não é um amador nesse ímpeto. País construído por diásporas, nunca deixou de se entender como parte de conexões que transbordam as suas fronteiras, como fruto de raízes que atravessam oceanos, e hemisférios. O seu protagonismo com o Mercosul é reflexo dessa criatividade, desse espírito de “criança grande,” de criação… Ainda assim, já passou da hora da criança amadurecer, expandir o escopo da tarefa que agora nos cabe realizar com máxima seriedade e senso de dever maior: a integração.

Se desde a década de 90, o quadro gerou investidas diplomáticas dispersas, laços interamericanos divididos em sub-blocos (“competitive diffusion”), o ciclo a partir de agora poderia ser chamado algo como “competitive union,” já que a escala de bloco necessária para a competitividade em relação à China agora nos une de norte ao sul, remetendo à articulação não só do Bloco latino-americano como de todo o hemisfério, da Patagônia ao Alasca.

Para tal finalidade, é primordial distinguir as duas arquiteturas clássicas integrativas — o Mercado Comum e o Mercado Único. O primeiro é intergovernamental, implica sobretudo liberalização comercial com poucas garantias práticas para qualquer sustentabilidade e coesão. O segundo é supranacional, garante a coesão de todos os estados membros por condicionar “adesão” às questões políticas envolvidas na avaliação dinâmica relativa com outros Blocos-centros.

Chegou a hora de reconhecer os limites da estratégia intergovernamental (o que foi o modus operandi sul-americano até agora), ou seja, apreciar a importância de se constituir uma instância supranacional junto com os seus espaços de eco. Um ambiente formal de interação objetiva, propagando em coro as prioridades integradas dos membros a partir de uma arbitragem harmonizada e consequente, resultante da responsividade com a mirada de cada estado-membro.

O Novo Mundo é, portanto, o ponto de partida que não podemos mais desmembrar. É a nova linha limítrofe. Só juntos, podemos fazê-lo — o seu coro interamericano — cantar.

* Eudes Lopes, PhD e Research Fellow da Cornell University ([email protected])

Brasília Invadida: o próximo ataque pode ser Cibernético

Terroristas invadem Poderes Federais. © Marcelo Camargo / Agência Brasil

Caos Federal

O mundo assistiu ontem, 08/Jan, ao transbordo da inconsequência e do extremismo em Brasília. Invasões ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro resultaram em vandalismo e depredação generalizada, gerando estarrecimento em toda a sociedade.

Resultando em danos materiais vultosos e denúncias de roubo de documentos e patrimônio público, a ação delinquente denotou omissão, ou eventualmente conivência, por parte de forças de segurança, servidores públicos e autoridades que deveriam ter atuado na sua prevenção. A absurda tentativa de golpe de estado presenciada na capital federal foi repudiada por lideranças de todo o planeta.

A recuperação das capacidades comprometidas levará tempo, e pressupõe alcançar patamares bem mais consistentes contra futuras agressões semelhantes, tanto em relação às estruturas físicas, quanto aos processos e normativos legais que ampliarão a segurança dos três Poderes da República brasileira.

O Governo Digital em Risco

Convergindo com a tendência global de transformação digital, as instituições do Governo Brasileiro atuaram nas últimas décadas implementando estruturas de atendimento online aos cidadãos e gestão de processos públicos em plataformas cibernéticas. Os sistemas consolidados representam um complexo ecossistema de dados, transações e serviços online inquestionavelmente crucial à funcionalidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Temos hoje, portanto, um arcabouço tecnológico cobrindo todas as áreas temáticas e pessoas físicas e jurídicas do Brasil, que confere às instituições públicas um grau de produtividade, transparência e resolutividade de demandas da sociedade impossível de se alcançar sem o emprego de meios digitais.

E assim coloca-se a questão-chave: o que ocorreria com a própria funcionalidade orgânica do país, caso a mesma agressividade terrorista vivida ontem na Praça dos Três Poderes fosse aplicada por agentes maliciosos na direção de inviabilizar em parte ou no todo o ecossistema de Governo Eletrônico do Brasil?

Prontidão Cibernética

A ameaça trazida hoje por forças extremamente preparadas para infligir ataques ao Governo Eletrônico brasileiro é real e iminente. Sendo uma das maiores economias do planeta, a qual vive momento auspicioso de transição política com desdobramentos nas arenas de comércio, diplomacia, tecnologia, entre outras, o Brasil precisa compreender que é alvo permanente do interesse geopolítico e também oportunístico de grupos de todo o planeta. Infelizmente, vários desses grupos, relacionados ao crime organizado e lançando mão de forma discreta ou explícita de ataques ao ambiente cibernético para alcançar seus objetivos.

Considerando, ainda, a premissa lamentavelmente possível de que indivíduos conhecedores de diversos aparatos digitais, senhas, arquiteturas e bases de dados internos aos órgãos federais estejam hoje estimulados a colaborar com o caos nacional, urge a aplicação de medidas de segurança digital e de prontidão cibernética impessoais, imparciais e minuciosas para a prevenção de tais desastres com prioridade ainda maior que em outros momentos.

Incidentes recentes, como os que derrubaram sistemas no Ministério da Saúde e Datasus, no SEBRAE Nacional, ou na Câmara dos Deputados, nos propiciam imaginar os possíveis transtornos resultantes da manipulação ou inviabilização de bases de dados e infraestruturas digitais críticas, como as do Banco Central, da Polícia Federal, dos Tribunais Superiores ou das casas Legislativas. Tais eventos acarretariam crises financeiras, comerciais, logísticas e de segurança da vida em ordem de magnitude extremamente severa.

Para tranquilização dos atuais gestores, mecanismos metodológicos e tecnológicos disponíveis hoje no mercado brasileiro são capazes de prover o necessário suporte na direção da detecção de vulnerabilidades, identificação de ameaças e mitigação de riscos de forma preventiva, antes que enfrentemos no domínio cibernético danos semelhantes aos que presenciamos fisicamente na principal Praça Pública de nosso país.

Ação Jaguar

* Artigo por Eudes Lopes.

O retorno de Lula à Presidência do Brasil desperta fortes esperanças para equidade social, desprimarização econômica e, celebremos, um novo patamar de integração para todo o Bloco Regional Latino-Americano. Urge a instalação de uma Força-Tarefa de coordenação técnica direcionada à consolidação competitiva da região, sob a convergência do tripé social-ambiental-empreendedor. Essa Força-Tarefa discreta, operará como subsídio às ações políticas do Mercosul e de uma nova incarnação da UNASUL.

O futuro da integração latino-americana, como todos, depende da maior socialização do princípio de coesão (“integrity”). O eixo estruturante integracionista melhor se configura através de uma legitimidade unificadora originária, ex ante das construções políticas intergovernamentais, já dentro de uma milenar consciência de comunidade compartilhada.

Machucados por enviesadas arbitrariedades que mal-utilizaram o termo “força-tarefa” na recente história brasileira, os povos latinos assistiram atônitos ao insano espraiamento destrutivo do lavajatismo, inclusive com a omissão, ou até mesmo a indução, por parte de organismos regionais e internacionais que haveriam de tê-los protegido. Havemos, agora, de despoluir este termo, empregando-o em nova abordagem integrativa, inclusiva e efetiva rumo ao bem-estar macroregional.

Nesse sentido, a nova etapa de integração melhor se viabiliza, em termos estratégicos diplomáticos e políticos, em nome da concretização dos condicionantes regionais à preservação Amazônica.

CONDICIONANTES:

1) O alinhamento das quatro uniões alfandegárias latino-americanas e caribenhas;
2) A incorporação da Unasul como mecanismo de zonificação monetária de bloco.

As dinâmicas de alinhamento do MercosulCANCARICOMMCCA, (como mercado único) e da Unasul (como zona de moeda), não foram devidamente pensadas dentro de um mandato de Causa (ou Pacto) Socioambiental, cujas implicações institucionais ambiciosas fluiriam à base de uma urgência climática maior, permitindo melhor cooperação e seguridade – energética, militar, científica, etc – regional e global.

Pelo ponto de partida da preservação Ambiental (Amazônica, Andina, Pantaneira e dos Pampas), o Brasil tem, já no curtíssimo prazo, significativa fluidez e prevalência na sua política externa, permitindo maior autonomia e flexibilidade intergovernamental no avanço do diálogo direto com os estados sul-americanos na adoção dos tratados, ferramentas, e medidas necessários para a densificação do Bloco.

O engajamento empresarial é crucial nesta agenda, por meio de um comitê ativo de interlocução, agregando cada estado-membro, com o propósito direto de elencar e operar interesses comuns pela modernização e competitividade integrada do Bloco.

É, assim, primordial instalar em Brasília esta Força-Tarefa, governamental e interministerial, com enfoque regional, ainda que centrada em atuação bilateral com cada estado-membro (atual e futuro) do conjunto latino-americano.

O cunho diplomático-tecnocrático discreto permitirá maior eficiência na normalização de uma cultura política de coordenação comercial, fiscal, e monetária de bloco. O prestígio da Força-Tarefa será imprescindível no estabelecimento de uma dinâmica de confiança entre atores políticos dos estados membros para constituir uma lógica de coro, de alinhamento dinâmico.

A celeridade bilateral (baseada em assessoria técnica) permitirá maior adesão plena e integral, sem a qual o mercado único e zona de moeda não terão a densidade necessária para combater a desindustrialização, reprimarização, e extrativismo resultante da ausência de escala econômica de Bloco e ganho sistêmico de competitividade.

O prestígio da Força-Tarefa também consta como necessário para despartidarizar debates altamente polarizados no âmbito nacional dada as influências do período neoliberal. Através da recontextualização dos debates para fins de estruturação de Bloco, teremos oportunidades inéditas para reformar e superar o legado de práticas fiscais controversas, já em direção à uma visão mais técnica e solidária de combate às assimetrias, incentivada pela força de escala possibilitada pelo alinhamento de Bloco.

O êxito sul-americano depende da diplomacia brasileira, daqui em diante mediada e legitimada pela conscientização de uma ordem de coletivo socioambiental já existente, porém ameaçada.

Prestigiada e institucionalizada por meio de uma nova Força-Tarefa histórica brasileira, naturalizaremos uma dinâmica cultural, econômica, e política de integração, desbloqueando definitivamente as resistências à nossa união e ao nosso florescimento na arena internacional.

* Eudes Lopes, PhD pela Cornell University ([email protected])

Cruzando Tordesilhas

*Artigo por Eudes Lopes e Humberto Ribeiro. Ação Jaguar.

Desde os tempos ancestrais, a prosperidade humana presume circulação, alcance de recursos remotos, e convergência em pontos de encontros e intercâmbios de histórias, culturas, estéticas e mercadorias. Nunca foi, assim, uma mera coincidência que os espaços consagrados das civilizações mais virtuosas também costumavam se apresentar como os lugares mais abundantes.

Somos abençoados na América Latina, onde se agrupam pontos que convergiram grandes impérios, povos e cosmologias. Aqui, culturas que às vezes nem se conheciam nos seus continentes originais, se concentram e se mesclam ao longo de séculos, nos formando como coletivo distinto e definitivamente novo. Porém, como conciliar a riqueza de uma história de tanta diversidade, transculturalidade e sincretismo, com as oportunidades perdidas pela fragmentação política que ainda persiste na própria política externa da nossa região?

Atrapalhados por dogmas ainda vigentes impostos pela era colonial, que consolidou aqui interesses dos impérios Português e Castelhano por meio de Tratados de interesse forasteiro, os povos da América Latina nos últimos 5 séculos, se esqueceram de sua capacidade de cruzar fronteiras. Enquanto isso, nosso bioma gritou da Amazônia aos Pampas, da Mata Atlântica aos Andes, que os Tratados alheios nunca poderiam ser barreiras ao nosso progresso. O jaguar, i.e. onça-pintada, permaneceu soberano, circulando brioso e sem passaporte desde a Patagônia até o Muro Trumpista.

É uma contradição entre a épica abertura humana que nos caracteriza e os encerramentos políticos práticos que nos atormentam. Por exemplo, a região se encontra hoje com quatro uniões aduaneiras separadas, pouco harmonizadas, e, portanto, pouco eficazes, em especial no que diz respeito à força de escala necessária para incentivar alinhamentos dinâmicos intrabloco em torno de um mercado único já na ordem de meio bilhão de pessoas. Em um momento em que a humanidade abraça adventos digitais que nos colocam a apenas um clique de distância de pessoas e serviços online mundo afora, o isolamento hoje torna-se ainda mais inoportuno.

O protagonismo do Mercosul aponta um caminho a ser evoluído, seguido e acelerado. A sua estrutura permitiu diversos avanços, inclusive nas políticas migratórias, como a adoção de direitos de livre circulação entre cidadãos latino-americanos (visto Mercosul). Nos cabe ir além, já em direção a tratados de intercâmbio regional, junto com CANMCCACARICOM, que viabilizem aos cidadãos latino-americanos se integrarem como comunidade única e própria.

Atravessar fronteiras latino-americanas – e, obviamente, indo além aos quatro cantos do planeta – nos reservará implicações econômicas vastas… Diante de um exemplo da dinâmica de integração desdobrada na União Europeia, observamos o sucesso do programa de intercâmbio universitário Erasmus. O seu êxito foi determinante para a consolidação de uma consciência coletiva regional e turbinou toda economia regional, com ganhos ainda mais especiais para os setores de Cultura e Turismo.

É hora de honrar a nossa própria essência intercultural. A nossa própria prosperidade!

* Eudes Lopes, PhD pela Cornell University ([email protected])

Catálise Latino-americana

* Por Eudes Lopes. Ação Jaguar.

Quando tratamos de produzir novas instituições regionais, e ainda mais quando o enfoque é direcionado à uma construção de coletivo latino-americanista, caímos num paradoxo. Como definir o loco dessa mirada se afinal ainda entendemos América Latina antes de termos atravessado a escala mínima da integração?

Desde a perspectiva de instituições regionais e hemisféricas como o BID, a OEA e a CEPAL, produzimos e interpretamos conhecimentos regionais como se fossem parte de um caminho linear em direção à constituição de uma entidade única progressiva, ao em vez de apreciar o salto síncrono necessário para chegar a esse limiar. Com as uniões aduaneiras já existentes (como o Mercosul, por exemplo), falamos de “união de países membros” sem propriamente contextualizar o que consta como condição basilar para funcionarmos como Mercado Único.

O erro parte de uma desconsideração estrutural daquilo que é integração, ou seja, o fator que permitiria a união factual dos mercados. Se não partirmos do pressuposto que a integração só se manterá coesa quando todos os membros estão mais incentivados para estarem dentro do que fora, a América Latina continuará com mercados estruturalmente fragmentados, subjugados como satélites periféricos de outros Blocos-centros, ou pressionados para servir como paraísos fiscais para interesses forasteiros.

Tomar o exemplo do processo de integração gradual na Europa tampouco nos ajuda compreender a realidade estrutural latino-americana. Lá as economias europeias ja contavam com um lastro histórico de centralidade em suas cadeias produtivas de ponta, permitindo integrar-se paulatinamente em sintonia com a consolidação dos mercados domésticos americanos e soviéticos. A integração latino-americana, no meio tempo, foi postergada, exigindo desde então ousadia do país que teria mais peso dentro da região — o Brasil — que, por sua vez, fracassou justamente por não ter contextualizado o seu desenvolvimento dentro de uma lógica de escala mínima.

A aposta sincronizada dos países da América Latina em direção à uma escala de Mercado Único que mudaria o cálculo de incentivos para todos na região remete (mais do que nunca) à uma investida inédita brasileira. Temos a responsabilidade maior no que diz respeito ao estabelecimento de um mecanismo de alinhamento dinâmico das quatro uniões aduaneiras latino-americanas fragmentadas (aproximando a escala mínima de um bilhão de consumidores), o que permitiria condicionar os termos de comercio regionais e globais aos aumentos de valor agregado intrabloco e aos ganhos de competitividade extrabloco.

O Brasil pode – e deve – atuar como o crucial catalizador desse salto coordenado e sincronizado entre os países da América Latina. Só assim aplicaremos a energia de ativação que produzirá o epicentro de uma única região.

* Eudes Lopes, PhD pela Cornell University ([email protected])

Tempos Vulcânicos

* Por Eudes Lopes. Ação Jaguar.

A urgência climática e os realinhamentos geopolíticos estão fervendo a busca global por alternativas energéticas limpas, seguras, e sobretudo eficientes. Nesse contexto, a fonte geotérmica tem sido pouco destacada como parte da matriz estratégica de oportunidades econômicas, inclusive no nosso próprio continente sul-americano, onde residem alguns dos vulcões mais altos e ativos do mundo.

Exemplo: Geotérmica de Hellisheidi, Islândia

O histórico de desconsideração dos Andes como fonte inesgotável de energia elétrica remete a um legado antigo, quando, por mais de meio milênio, a divisão hispânica-lusófona, herdada desde o Tratado de Tordesilhas, foi se naturalizando. Assim, as maiores cordilheiras do mundo foram se impondo, não como uma base tectônica para nossa união, senão como obstáculo no seu caminho. Lembramos, porém, que os caminhos interamericanos nunca foram tão rígidos, e os próprios Incas jamais se conformaram com qualquer fronteirização intercontinental durante a expansão do maior império do mundo Pré-colombiano.

Chegou a hora de superarmos tal mentalidade colonial fragmentária, resgatando a interconectividade moderna latino-americana com a retomada da agenda integracionista. Com o retorno de Lula à presidência do Brasil, a pauta da harmonização das uniões aduaneiras MercosulCAN, da expansão da matriz energética à escala regional, e da formação de fundos de capital para o benefício mútuo intergovernamental, se efervescem já no curtíssimo prazo.

Estimam-se que apenas 1% do calor contido nos 10 km superiores da crosta terrestre é equivalente a 500 vezes a energia contida em todos os recursos de petróleo e gás da Terra (Kammen 2004).

Os tempos de atividades vulcânicas são lentos. Às vezes milenários. Mas que ninguém se atreva a contê-los, especialmente quando se despertam.

Referência: Daniel M. Kammen (2004), “Renewable Energy, Taxonomic Overview,” in Encyclopedia of Energy, Vol. 5.

* Eudes Lopes, PhD pela Cornell University ([email protected])

Pólos Gravitacionais

* por Eudes Lopes. Ação Jaguar.

A exemplo de Cartagena, Guaiaquil, Lima e Caracas, a independência latino-americana sempre foi mais disputada nas cidades portuárias. A Conquista pelos europeus foi muito além da lógica objetiva de ‘resultados de guerra’, se tornando um processo dinâmico de fragmentação interna imposto sobre as regiões conquistadas para garantir perenidade de recursos e trabalho subjugado para interesses dos dominantes externos.

Os vice-reinados espanhóis e portugueses sempre tiveram que inovar no que diz respeito à necessidade de disciplinar seus próprios “colonos,” possíveis rebeldes, aqueles cuja lealdade à Coroa nunca foi garantida. Fascinados pelas rotas nativas e pelas vias mercantis já existentes, os rebeldes latinos, os indígenas e os escravos aqui chegados nunca deixaram de despertar desconfiança e rechaço aos interesses colonizadores.

Já no início do século 19, Simon Bolívar incarnou este anseio por independência, unindo países latino-americanos em nome de um coletivo maior. Desde então, estamos ainda à busca da integração de um Mercado Único, por ele vislumbrado como contraponto aos pólos gravitacionais consolidados no mercado europeu, e, depois, no mercado estadunidense.

Porém, como entender tal fracasso neste momento em que esses próprios “centros” que dominavam nossos portos, e sacavam de nós mesmos o nosso próprio ‘olhar para dentro’, se encontram numa dependência semelhante e crescente diante do gigantesco mercado interno chinês? Como devemos olhar para os nossos antigos mercados de destino, i.e. U.E. e E.U.A., se até estes carecem da escala de mercado interno necessária para se contrapor à drenagem de cadeias de produção globais que se aglutinam na Ásia?

A união de mercados em torno de um bloco econômico e político integrado – Mercado Único – nunca foi mera questão de conveniência ou capricho. O seu imperativo sempre existiu dentro de uma lógica relativa estrutural, de uma correlação de forças imposta pelas polarizações gravitacionais globais. Hoje, a América Latina se encontra em situação dramática, onde o mercado interno que se impôs como centro, ou seja, aquele que atrai cadeias de produção do mundo todo – a China -, já flerta com a perspectiva de uma classe média de consumidores e trabalhadores integrados na ordem de 1 bilhão.

Assim sendo, dada a acelerada dinâmica de centralização em um pólo colossal rumo à Ásia que hoje ocorre, não há mais tempo para a América Latina adiar sua plena integração. Convenhamos, até mesmo os antigos mercados-pólo Norte-atlânticos carecem deste bloco latino consolidado e vibrante.

* Eudes Lopes, PhD pela Cornell University ([email protected])

O elo mais frágil da corrente

Em que circunstâncias ocorrem os erros no trabalho, e qual o impacto destes erros na cibersegurança da organização?

Um estudo conduzido em duas edições (jul/2020 e dez/2022) por acadêmicos da Stanford University em colaboração com a empresa Tessian, buscou explicações na psicologia por trás do erro humano no trabalho, e em como fatores como a fadiga do Zoom impedem a capacidade das pessoas de se manterem focadas, e o que tudo isso representa para a segurança das empresas.

https://www.tessian.com/resources/psychology-of-human-error-2022/

Analisando a psicologia por trás do erro humano, as organizações podem melhor compreender como prevenir esses erros antes que comprometam a segurança. O estudo encontrou conclusões como:

  • O trabalho remoto ou híbrido vem causando distração e afetando a capacidade cognitiva das pessoas. Isso resultou em uma porcentagem maior de pessoas cometendo erros que comprometem a segurança da empresa – como, por exemplo, clicar em um e-mail de phishing ou enviar dados para a pessoa errada – como resultado de fadiga e distração, versus os números relatados há 18 meses.
  • O erro “Business Email Compromise” (comprometimento do email corporativo) tornou-se mais bem-sucedido. Mais da metade dos funcionários (52%) disseram ter caído em um e-mail de phishing no qual um cibercriminoso personificou um executivo sênior da empresa – acima dos 41% em 2020, ao passo que caíram as taxas de “click-through” em e-mails de phishing em que agentes de ameaças se fazem passar por marcas conhecidas.
  • 56% dos funcionários receberam mensagens fraudulentas, sendo que 32% aceitaram as instruções destas mensagens criminosas.
  • As organizações estão tomando medidas mais duras em resposta a erros que resultam em comprometimento de dados. A porcentagem de pessoas que perderam um cliente devido a um funcionário enviar um e-mail para a pessoa errada aumentou de 20% em 2020 para 29% em 2022.

Os resultados completos do estudo (acesse clicando aqui) ilustram que uma abordagem humana à cibersegurança é essencial. Segundo o Professor Jeff Hancock, o Harry and Norman Chandler Professor of Communication na Stanford University, um especialista em confiança e dissimulação, o período analisado, que compreende a pandemia e a pós-pandemia, teve enorme influência em fatores comportamentais e psicológicos, com impacto relevante na cibersegurança.

Cabe, assim, às organizações fortalecerem suas políticas de Cultura Cibernética, conscientizando e educando suas equipes para o novo paradigma do ambiente de trabalho moderno.

Gratidão: virtude que diferencia Líderes

A quarta Quinta-feira do mês de Novembro acolhe um tradicional feriado anual nos Estados Unidos e no Brasil: o Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças. Esta tradicional data para os americanos tem raízes culturais e religiosas históricas, representando um momento de celebração e agradecimento pelas bençãos e conquistas do ano decorrido. No Brasil, apesar de instituída oficialmente em lei desde 17 de Agosto de 1949, a data ainda não tem a mesma relevância para a sociedade.

Ao passo em que aproveitamos esta data para agradecer pelas conquistas e superações alcançadas sob várias perspectivas, cabe aproveitar o momento para uma reflexão do poder da Gratidão na dinâmica do trabalho em equipe dentro de organizações, ou mesmo na dinâmica da coesão produtiva em uma sociedade.

Em uma economia global na qual a riqueza caminha cada vez mais na direção da agregação de valor por elementos intangíveis, o valor de se nutrir um ambiente de qualidade emocional, bons relacionamentos, saudável troca de inteligência, ou ainda prestígio da boa reputação e da confiança constrói um patamar mais elevado de motivação para as equipes e gera resultados concretos, seja em métricas financeiras, seja em satisfação e bem-estar coletivo como um todo.

O poder de um gesto sincero de agradecimento é inegável. Gera consequências relevantes tanto para quem agradece, quanto para quem recebe o agradecimento, na direção de energizar a aura dos indivíduos, fortalecendo o engajamento às metas estabelecidas, e estimulando a integração para alcance de propósitos mais audaciosos para a equipe.

Então, se temos consciência deste poder da Gratidão, por que nos restringirmos a apenas um dia ao ano para exercitá-la? Nada disso… Um dia ao ano é muito pouco! Fortaleçamos esta atitude de forma rotineira em nosso cotidiano durante o ano todo.

Uma atitude de gratidão representa reconhecermos pequenas ações no dia-a-dia que mereçam um gesto de apreço, e realizá-lo. No trabalho colaborativo, praticar o agradecimento ativa um ciclo virtuoso no qual os colegas se sentem relevantes e apreciados por suas contribuições.

Enquanto essa atitude permeia a todos os membros de um grupo, um perfil que merece atenção especial neste escopo é o daqueles que detêm função de Liderança. O líder, por sua posição de referência para os demais, pode orientar a cultura da gratidão no grupo. E formas simples ajudam neste cultivo, como as três posturas a seguir:

  • 1. Celebre as pequenas conquistas — e as grandes também! Por que esperar o balanço anual ou um grande acontecimento para expressar apreço pelos esforços e trabalhos bem realizados? Afirme agradecimentos por cada etapa vencida e elogios merecidos por seus colegas de equipe.
  • 2. Surpreenda… Identifique formas pontuais e inesperadas para reconhecer os esforços dos colegas. Um gesto de apoio, um lanche ocasional, ou um bate-papo informal podem ter efeito extraordinário ao emocional de um colega ou de todo o time.
  • 3. Ouça com empatia. Demonstre seu apreço pelos colegas por meio de acolhimento, compaixão e abertura a novas ideias, mesmo aquelas que se opõem ao seu ponto de vista atual.

O cultivo proativo desta mentalidade que prestigia os indivíduos também em sua dimensão emocional pode sim ser o ingrediente adicional que fará a diferença entre um ambiente nocivo ou um outro de prosperidade coletiva. Escolha o melhor caminho.

E Muito Obrigado!

Cyber: agenda atual dos Altos Gestores

Alvo da vez…

Mais um severo caso de crime cibernético ganhou o notíciário esta semana, atingindo um dos principais grupos de mídia do Brasil: “Hackers invadiram o sistema integrado de arquivos da RecordTV“. Além de casos de repercussão internacional, a exemplo do ocorrido com a JBS/Friboi nos EUA, o caso da Rede Record se soma a um enorme volume de ataques também aqui no país nos últimos meses, com casos de grande impacto nos setores público e privado, como por exemplo: Datasus e ConecteSUS (Min. Saúde), Seguradora Golden Cross, Sistema SEBRAE, Americanas/Submarino, Banco BRB, Governo da BA, Governo de GO, Prefeitura do RJ, Tribunal de Contas do RS, Tribunal de Justiça do DF, TRF da 3ª Região (SP), ATENTO, Fast Shop, Assembléia Legislativa do Amapá, Câmara dos Deputados, entre vários outros.

Com incidentes cada vez mais graves, que inviabilizam tanto as operações virtuais quanto as físicas dos alvos atacados, o crime cibernético em crescente sofisticação tem sido a grande ameaça à continuidade operacional de organizações em todo o planeta. Indo além da viabilidade operacional das instituições, a cibernética tem impactado também aspectos reputacionais que influem nas decisões de clientes e cidadãos, ou até mesmo na avaliação de seguros corporativos e parcerias empresariais. Indo muito além das decisões operacionais de TIC, esta nova pauta ganha relevância nas agendas de Conselhos Gestores e Altos Dirigentes dos principais governos e empresas em todo o mundo. Na realidade, NINGUÉM QUER SER O PRÓXIMO ALVO.

O Imperativo Digital

Nas últimas décadas, seja por antevisão ou por força da concorrência e da opinião pública, Conselheiros, investidores e Lideranças governamentais apontaram para a transformação digital como caminho para ganhos exponenciais de produtividade, qualidade e competitividade nas empresas líderes, ou de sobrevivência para organizações retardatárias. Assim, inovações cruciais mudaram mercados e sociedades, porém as benéficas estruturas implantadas ampliaram a superfície digital exposta ao mundo pelas instituições, gerando novas fronteiras de risco.

Neste contexto, ganhou relevância a liderança técnica, com posições como CIO (Diretor de TI) e CISO (Diretor de Segurança da Informação), com o papel de liderar os planos de transformação digital, buscando novos patamares de performance e sucesso para os negócios da instituição, e simultaneamente enfrentar ameaças advindas da crescente exposição cibernética.

Os desafios encarados são grandes. Geralmente, e por falta de aparato adequado, as instituições são “cegas” aos ataques até que já seja tarde demais. Além disso, em geral as organizações tem enorme dificuldade em monitorar vulnerabilidades, pois ainda adotam processo artesanal de vasculhamento ponto a ponto na Internet, tornando impossível cobrir tempestivamente o gigantesco número de fontes explícitas ou ocultas a serem monitoradas. E, mesmo que identifiquem alguma ameaça concreta, o processo de remediação é, geralmente, bastante trabalhoso.

Assim, enquanto “digitalizar” é imperativo para a sobrevivência das organizações, adotar práticas precárias de prevenção, ou, pior ainda, ignorar completamente a agenda de cibersegurança, pode custar muito caro. Os prejuízos em descontinuidade dos negócios, desconfiança reputacional no mercado ou desconformidade perante normativos resultantes de incidentes cibernéticos podem ser enormes. O fato é que, “parar” a transformação digital NÃO É uma opção, e prosseguir evoluindo de forma segura e sustentável é crucial.

Batata quente

Com relatórios apontando para índices alarmantes de sequestros de dados (ransomware) e negação de serviços, bem como crescente maturidade regulatória na dimensão de proteção de dados pessoais e institucionais (LGPD e outras), torna-se evidente que os CIOs e CISOs carecem de todo o suporte possível neste enfrentamento.

À Alta Gestão da organização, incluindo Presidentes e Conselheiros, cabe acompanhar o progresso dos planos digitais, prover o adequado suporte de recursos, e, em mesmo grau de prioridade, liderar a maturação da cultura cibernética em toda a instituição, bem como avaliar os patamares de governança e risco decorrentes dos ativos digitais da organização, inclusive institucionalizando o trabalho do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais (DPO) previsto em lei.

Mesmo nas organizações de pequeno porte, para quem as regras são simplificadas, mas também a capacidade de investimento é mais modesta, o líder da organização precisa, cotidianamente, acumular as funções de CIO, CISO, DPO e Conselheiro, de forma a contemplar os aspectos de governança de risco, sem perder as oportunidades que o mundo digital oferece à sua empresa.

Porém, tanto nas grandes quanto nas pequenas organizações, a alta liderança raramente detém intimidade com o advento digital a ponto de interagir sobre as necessárias questões técnicas de forma resoluta. Com isso, sem uma interlocução desenvolta, temos uma “batata quente” permanentemente importunando os gestores, levando as instituições à desatenção frente a questões críticas, como:

  • Qual o nosso atual grau de resiliência para encarar um ataque cibernético?
  • Quais são nossos ativos digitais mais críticos e nossas principais vulnerabilidades?
  • Que ameaças cibernéticas pairam sobre nossa empresa, que merecem atenção da alta direção?
  • Existem documentos e ativos digitais pertinentes à nossa empresa indevidamente expostos por nós mesmos ou por terceiros? Algum destes ativos já foi comprometido? Quem atestou este diagnóstico?
  • Meus parceiros de negócio estão tomando os devidos cuidados com minhas informações trocadas em nossa cadeia produtiva?
  • Há processos e protocolos formalizados não somente para recuperação, mas, principalmente, para a prevenção rotineira de incidentes?
  • entre outras questões.

Sem Batata, mas Com Cebola

De forma prática e simplificada para que o gestor ou empresário resolva apropriadamente os desafios da cibersegurança em sua instituição, deixemos de lado a metáfora da batata e utilizemos agora a da cebola, com suas várias camadas sobrepostas, para ilustrar nossa visão:

  • A parte mais central desta cebola seriam os ativos digitais da organização (seu Patrimônio!), incluindo: bases de dados, aplicativos, sistemas, equipamentos, processos, etc.
  • A camada seguinte é a Segurança instalada dentro da sua organização (a sua Muralha!), ou seja, sua estrutura interna de segurança e recuperação: antivírus, firewall, backups, controles de credenciais e acessos, etc;
  • A terceira camada é o Capital Humano, o elo mais relevante de toda esta corrente, o qual deve estar em permanente conscientização, aculturação e habilitação, que são ações de Cultura Cibernética. Devem englobar, em maior ou menor intensidade, todas as Pessoas atuantes, ou seja, os funcionários das diversas áreas, usuários, e, até mesmo, clientes e parceiros da empresa, que acessam e operam seus ativos digitais;
  • Por fim, na quarta camada, temos um recente aparato de validação e evolução da eficácia dos elementos anteriores: a Prontidão Cibernética. Reunindo capacidades de Proteção contra Riscos Digitais (DRP), de Classificação e Avaliação de Riscos (Risk Rating) e de Gestão de Superfície Externa de Ataque (EASM), a Prontidão veio para agregar capacidades preventivas e maturidade em métricas e protocolos ao, até então, enigmático tema de segurança cibernética. Com esta camada de Defesa Ativa, a então espinhosa pauta passa a ser acessível à linguagem dos gestores, tornando o tema prático, mensurável e efetivo.

Em sua vertente de validação, a moderna prática de Prontidão atua diferentemente dos “testes de penetração” comumente usados pelas organizações (e que devem ser compreendidos como parte da 2ª camada), pois abrange investigações que vão muito além do alcance do aparato interno. Geralmente provida por empresas especializadas, a boa prática orienta que a empresa contratada para sua Prontidão seja diferente das que provém os demais serviços convencionais de Segurança, o que agrega um cinturão adicional de confiabilidade ao seu aparato, tanto pela isenção e independência entre os fornecedores das diferentes camadas, quanto pela segregação de funções que evita verticalização temerária e elimina o risco de se depositar “todos os ovos na mesma cesta”.

A Prontidão é baseada em critérios e normas vigentes, e se distingue por operar FORA das instalações da organização, vasculhando mundo afora eventuais vazamentos de dados pertinentes à sua empresa, e detectando vulnerabilidades e riscos potenciais em sua infraestrutura e de sua cadeia produtiva em um ponto de vista “de fora para dentro”. Este tipo de serviço é não-intrusivo (não demanda nenhuma instalação de software/hardware ou acesso aos seus servidores/datacenter) e consegue, de forma segregada dos seus demais provedores de serviço, avaliar a conformidade perante exigências correntes, validar o grau de segurança atual e subsidiar suas futuras decisões de melhoria, protegendo seu patrimônio.

Geralmente, na grande maioria das instituições, as fragilidades que abrem caminho para ataques de agentes maliciosos são resultantes do desprezo das 2 últimas camadas listadas acima, seja pela pouca atenção dedicada à Cultura Cibernética das Pessoas envolvidas, ou seja pelo desconhecimento das novas possibilidades de aferição e monitoramento isento e efetivo do grau de Prontidão da organização na perspectiva além da sua muralha interna.

Alcançando a Prontidão Cibernética

A inovação trazida pela Prontidão Cibernética, que completa as quatro camadas simplificadas acima, nos possibilita, agora, definir atividades e responsabilidades de forma mais clara, e com um processo contínuo e gradual de evolução em Cibersegurança para a organização.

Em linhas gerais, as camadas de 1 a 3 são operadas pela liderança técnica (CIO e/ou CISO), e esta conta com o apoio dos demais Diretores e do Conselho tanto para recursos necessários, quanto para convergência com as prioridades sob o ponto de vista macro e negocial da instituição.

Já a 4ª camada é normalmente operada pelo DPO, ou, em alguns casos, pelo CIO ou CISO. Porém, de qualquer forma, deve ser sempre um instrumento de governança à disposição do Conselho Superior e da Diretoria Executiva. Com isso, a Alta Gestão pode ter, de forma eventual, periódica ou contínua, uma visão objetiva, metrificada e tempestiva do grau de risco cibernético da instituição. Tal condição traz às principais lideranças uma nova condição de compreensão e parceria, oferecendo maior consciência das necessidades reais para os próximos passos da instituição no campo de Cibersegurança.

Desarmada a Bomba-relógio

Partindo da premissa de que o advento digital prosseguirá sendo o principal fator de ganho de competitividade para a maioria das organizações, e verificando que o progresso tecnológico também segue em aceleração contínua, a Prontidão Cibernética traz agora às organizações um novo degrau de confiança para acelerar seus planos de transformação digital.

Com Prontidão para transpor os muros da sua organização, os gestores sabem que, agora, seu time de especialista poderá detectar, avaliar e remediar ameaças bem antes que essas possam gerar danos.

TCU alerta Gestores Públicos quanto à Segurança Cibernética

São muitos os benefícios advindos da transformação digital nos governos, como a facilitação do acesso à informação e a celeridade a processos burocráticos. Ciente disto, o Tribunal de Contas da União (TCU) alerta os gestores públicos quanto à necessidade de adoção concomitante e persistente de melhores práticas para mitigação de riscos nos contextos de vulnerabilidades e de falhas em Segurança de Informação (SegInfo) e em Segurança Cibernética (SegCiber). O alerta advém da preocupação face a ameaças e ataques digitais, que podem afetar as mais variadas esferas da sociedade.

Ministro Vital do Rêgo

Para combater esse cenário de exposição das organizações a riscos crescentes, o TCU disponibilizou a publicação “Cinco controles de segurança cibernética para ontem“. O documento destaca cinco vertentes críticas que a administração pública federal precisa implementar com urgência.

O material parte do acompanhamento TC 036.301/2021-3, de relatoria do ministro Vital do Rêgo, para induzir a adoção pelas organizações públicas federais, de controles críticos de SegCiber e aborda o primeiro ciclo de acompanhamento do TCU sobre a segurança cibernética das organizações públicas federais no período de 2021 a 2022.

Organizações carecem de Maturidade Cibernética

O diagnóstico do TCU verificou que a maioria das organizações públicas federais se encontram em um nível ainda inicial de maturidade quanto a esses controles. Face a este resultado preocupante, objetivo da publicação é conscientizar os gestores públicos e induzir a implementação de controles e medidas de segurança necessários para mitigar os riscos de ataques e incidentes decorrentes de vulnerabilidades e falhas de SegInfo e de SegCiber.

A referência de boas práticas de SegCiber utilizada no acompanhamento é a versão 8 do framework do Center for Internet Security (CIS), organização independente e sem fins lucrativos que recomenda um total de 18 controles críticos de SegCiber, os quais formam um conjunto de ações de defesa de alta prioridade contra ataques cibernéticos mais pervasivos. São ações consideradas imprescindíveis e urgentes para toda organização que busca melhorar a própria SegCiber.

No primeiro ciclo de acompanhamento, foram avaliados cinco controles, com as seguintes finalidades:

  • Controle 1 – Inventário e controle de ativos corporativos:
    identificar e impedir a utilização de ativos de TI não autorizados/gerenciados como vetores de ataques cibernéticos.
  • Controle 2 – Inventário e controle de ativos de software:
    identificar e impedir a utilização de softwares não autorizados/gerenciados como vetores de ataques cibernéticos.
  • Controle 7 – Gestão contínua de vulnerabilidades:
    evitar a exploração de vulnerabilidades conhecidas nos ativos corporativos de TI.
  • Controle 14 – Conscientização sobre segurança e treinamento de competências:
    reduzir a possibilidade de incidentes e ataques derivados do comportamento humano – engenharia social.
  • Controle 17 – Gestão de respostas a incidentes:
    melhorar a capacidade de identificar potenciais ameaças e ataques, evitar que se espalhem e recuperar rapidamente dados e sistemas eventualmente corrompidos.

Os interessados podem baixar gratuitamente a publicação no site do TCU clicando AQUI.

Brasil desce mais dois degraus no ranking do IMD

Foi divulgado nesta 4a feira, 15/Jun, em Lausanne na Suíça a edição 2022 do Ranking Mundial de Competitividade. Elaborado anualmente desde 1989 pelo IMD – Institute for Management Development (Instituto para Desenvolvimento da Gestão), o ranking deste ano comparou fatores de competitividade de 63 países.

Baseado em 333 critérios de competitividade, divididos em 4 grupos, o Ranking é resultado de dados selecionados como resultado de uma abrangente pesquisa usando fontes internacionais, nacionais e regionais, literatura econômica, e análises com agentes empresariais, governamentais e acadêmicos. Os critérios são regularmente revisados e atualizados, à medida que novas perspectivas, teorias e dados se tornam disponíveis conforme a economia global evolui.

O Brasil sofreu nova queda na edição de 2022, perdendo mais duas posições em relação à edição de 2021, obtendo o 59º lugar. Analisando os 4 grupos de subfatores, a posição brasileira teve as seguintes mudanças:

  • Performance Econômica: EVOLUIU do 51º lugar em 2021 para o 48º lugar este ano
  • Eficiência Governamental: EVOLUIU do 62º lugar em 2021 para o 61º lugar este ano
  • Eficiência Empresarial: REGREDIU do 49º lugar em 2021 para o 52º lugar este ano
  • Infraestrutura: REGREDIU do 52º lugar em 2021 para o 53º lugar este ano

Segundo o IMD, o relatório anual é uma referência no tema Competitividade. Provê condições de comparação e tendências, além de dados e estatísticas, servindo como instrumento para reflexão de oportunidades de melhoria para os países. A análise e ranqueamento dos países retrata como estes gerenciam suas competências competitivas para alcançar criação de valor no longo prazo. A competitividade de uma economia não se resume apenas à análise do PIB e produtividade, visto que os agentes empresariais também lidam com dimensões políticas, sociais e culturais. E assim, Governos precisam prover ambientes caracterizados por infraestrutura, instituições e políticas que encorajem a criação de valor de forma sustentável para as empresas.

Oxford indica novo Reitor

A Universidade de Oxford anunciou nesta quarta-feira, 11, a indicação do renomado Professor Soumitra Dutta como novo Reitor da Saïd Business School.

Reitor fundador da Cornell SC Johnson College of Business da Cornell University em Nova Iorque, o Professor Dutta deve assumir o cargo de Reitor da Oxford Saïd em 1º Junho deste ano.

Sua exemplar carreira acadêmica de três décadas inclui, além da valorosa contribuição à Cornell University, postos como a atual presidência do conselho (Chair) da Global Business School Network e 13 anos em cargos de liderança no excepcional instituto francês INSEAD. Professor Dutta também participa de conselhos de empresas internacionais, fundou várias start-ups de sucesso, co-presidiu o Global Future Council on Innovation Ecosystems do Fórum Econômico Mundial e criou alguns dos principais rankings globais de tecnologia e inovação. Também atuou como conselheiro senior de vários governos para políticas de tecnologia e inovação.

O Professor Louise Richardson, vice-Chanceler de Oxford responsável pelo convite ao Professor Dutta, disse: ‘Estou encantado que o Professor Dutta tenha aceitado nosso convite para assumir a Reitoria da Saïd Business School. Ele agrega uma perspectiva global, ampla experiência e robusto conhecimento em tecnologia e educação de negócios. Estou ansioso para trabalhar com ele.’

O futuro Reitor, Professor Dutta, comentou sobre sua indicação:

‘Estou lisonjeado em me juntar à Saïd Business School na Oxford University. Minha filha Sara se formou em Oxford e tanto minha esposa Lourdes quanto eu tivemos oportunidade de desfrutar de um semestre sabático de estudos aqui. Estamos ambos entusiasmados em participarmos desta comunidade diversa, excitante e inovadora.

É uma honra ter sido indicado como Reitor desta instituição única, dentro de uma das principais universidades do planeta. Quero muito colaborar com colegas, estudantes e ex-alunos da Saïd e demais faculdades de Oxford, para continuarmos avançando a escola a novos patamares de excelência e impacto.’

Sobre a OXFORD SAÏD

A Saïd Business School na University of Oxford converge o melhor do novo e do antigo. É uma das melhores faculdades de administração e negócios do mundo, segundo vários rankings, vibrante e inovadora, mas ao mesmo tempo encrustada em uma das mais tradicionais universidades do mundo, Oxford, com seus 800 anos de excelência acadêmica.

Na Saïd criam-se programas de ensino e soluções empresariais que tem impacto global. Pessoas são educadas para carreiras de sucesso no mundo da gestão, e, enquanto comunidade, se unem visando resolver problemas de escala global. Desenvolvem pesquisas e atividades que transformam indivíduos, organizações e a sociedade em geral.

Sobre o Professor SOUMITRA DUTTA

Soumitra Dutta é atualmente Professor de Gestão é foi o Reitor fundador da Cornell SC Johnson College of Business na Cornell University em New York. Ele é também o co-fundador e Presidente do Portulans Institute, um instituto apartidário e sem fins lucrativos baseado em Washington DC focado na pesquisa e disseminação de tecnologia e inovação. Foi ainda o Roland Berger Chaired Professor of Business and Technology no INSEAD e diretor fundador do eLab@INSEAD, um centro de excelência na economia digital.

Soumitra Dutta agrega uma perspectiva única à estratégia de negócios e tecnologia em uma economia globalizada. Com um PhD em inteligência artificial e ciências da computação pela University of California at Berkeley, Dutta tem base sólida em ciências de dados e tecnologias avançadas. Em seus trinta anos como professor entre o INSEAD e a Cornell University, conduziu extensa lista de pesquisas e consultorias a empresas líderes mundiais.

Foi co-fundador e fundador, respectivamente, de dois dos principais rankings globais em tecnologia e inovação: o Network Readiness Index (publicado por 15 anos pelo Fórum Econômico Mundial) e o Global Innovation Index (publicado pela World Intellectual Property Organization).

Dutta atuou junto a diversos governos na formulação de políticas efetivas para tecnologia e inovação, e serviu a conselhos de algumas das principais empresas do planeta, incluindo a Sodexo, Dassault Systemes e ZS Associates, tendo conforto em lidar com questões de estratégia empresarial nos mais altos níveis. Também se entusiasma em atuar junto a start-ups (inclusive as fundadas por seus alunos), tendo ele próprio co-fundado duas dessas – a Fisheye Analytics (empresa de análises de mídias sociais que foi adquirida pela WPP Communications Group em 2013) e a Igesia (uma empresa de Edutech fundada em 2019).

Também se envolve com atividades sem fins lucrativos e tem assento em conselhos de diversas escolas de administração mundo afora, incluindo Centrum Catholica (Peru), HEC Montreal (Canadá), Universidade de Los Andes (Colômbia), ESADE (Espanha) e outras. Já presidiu a principal agência de acreditação de escolas de administração do globo, a AACSB, e é atualmente o presidente do conselho da GBSN (the Global Business School Network). Está engajado há mais de uma década com atividades do Fórum Econômico Mundial, onde também serviu como co-Chair do Global Future Council on Innovation Ecosystems.

É um excepcional palestrante, oferecendo perspectivas modernas sobre seu profundo conhecimento da Ásia, Europa e das Américas. Em 2017, foi agraciado com o prêmio Distinguished Alumnus Award de sua escola de origem, o Indian Institute of Technology, em Nova Delhi.

Neste momento, o Professor Dutta desenvolve pesquisas em inteligência artificial, estratégias e políticas tecnológicas e de inovação tanto no âmbito corporativo, quanto governamental. Recebeu diversas condecorações por sua performance em pesquisa e ensino. É autor e co-autor de diversas publicações relevantes no meio empresarial, sendo sua mais recente o livro The World After Covid, que explora como a educação e os negócios deverão evoluir como resultado do prolongado impacto da pandemia da Covid-19.

Cibersegurança, 5G e LGPD no palco em Brasília

Há 10 anos, a CSTM apresenta no centro do poder político-administrativo do Brasil o que há de melhor e mais avançado na tecnologia militar. Em 2021, a “CONFERÊNCIA DE SISTEMAS E TECNOLOGIA MILITAR” será um evento ainda maior que os anteriores. Nele, a Base Industrial e Tecnológica de Defesa brasileira apresentará seu estado-da-arte, oferecendo tecnologias que conferem uma vantagem competitiva a toda a nossa indústria.

Essa indústria, juntamente com a da segurança pública e da cibersegurança novamente se reúnem na cidade de Brasília, de 23 a 26 de novembro, em um ambiente dedicado aos negócios e transmissão de conhecimentos. Em 2021, a CSTM é o único evento internacional realizado no Brasil a possuir a participação da indústria global de defesa. A CSTM tem apoio institucional do Ministério da Defesa e a aliança estratégica com o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE).

A aliança com o SIMDE reforça os laços da CSTM e desta Entidade com o compromisso de promover a indústria de defesa e segurança junto à sociedade brasileira e a administração pública do País. Deste modo, realça sua importância e seu papel impulsionador e dinamizador na economia como um todo, ao participar do desenvolvimento de tecnologias que conferem uma vantagem competitiva à toda a indústria brasileira, bem como promove ações que estimulem o desenvolvimento constante e contínuo da pesquisa e investimento para que o Brasil conte com uma indústria de defesa forte, extensa, diversificada, inovadora e competitiva, reconhecida internacionalmente por seus pontos fortes. Uma indústria aberta a atrair tecnologias avançadas e investimentos estrangeiros, que busca desenvolver e aprimorar o mercado interno e as oportunidades de exportação.

Hub de Negócios e Conhecimento

O evento constitui-se em uma plataforma profissional, dinâmica e exclusiva. Conecta anualmente importantes líderes da indústria do Brasil e do exterior, incluindo:

  • órgãos e autoridades governamentais, diplomáticas e militares;
  • lideranças políticas;
  • delegações oficiais;
  • militares das Forças Armadas;
  • integrantes da Segurança Pública;
  • investidores;
  • usuários operacionais;
  • responsáveis por aquisições e definidores de requisitos;
  • acadêmicos pesquisadores e estudiosos;
  • jornalistas;
  • especialistas em desenvolvimento de capacidades;
  • comunidade de C&T e de segurança cibernética.

A CSTM 2021 oferecerá Vitrines Tecnológicas, exposição de equipamentos e sistemas em tamanho real, demonstrações, e uma ampla agenda de palestras e reflexões aprofundadas sobre as questões de Defesa e Segurança no Brasil, com uma variedade de temas não só técnicos, mas também econômicos, geopolíticos e jurídicos.

Um dos destaques será o painel “Potencialidades da Base Industrial da Defesa Brasileira (BID)”, voltado para o corpo diplomático, com vistas ao estímulo às exportações. A agenda do evento inclui ainda: Amazônia, blockchain, segurança cibernética, viaturas blindadas, computação quântica, 5G, inteligência artificial, simulação e treinamento, comando e controle, satélites, Lei Geral de Proteção de Dados, sistemas anti-drone, dentre outros.

Mantendo sua importância, a CSTM é relevante ambiente dedicado aos negócios, pois oferece acesso a redes nacionais e internacionais de parcerias e a intercâmbios com os maiores players do setor de Defesa e Segurança.

Medidas contra a COVID-19:

A Prospectare Brasil Events informa que adota as mais recentes orientações governamentais e de saúde pública do Brasil, pois segue cuidadosamente suas diretrizes. A CSTM recebeu do Ministério do Turismo o Selo “Turismo Responsável – Evento Limpo e Seguro”, reforçando a preocupação e respeito para com o bem estar dos participantes do evento. Os protocolos de higienização e segurança podem ser conferidos no link https://cstmexpo.com/covid-19

CSTM 2021 – Feira Internacional de Defesa e Segurança

Data: 23 a 26 de novembro de 2021

Local: Estádio Nacional de Brasília – SRPN, Via N1, Eixo Monumental, Brasília – DF, Brasil. Horário da exposição: de quarta-feira (24) a sexta-feira (26), das 9:00 às 18:30.

Fotos: https://www.flickr.com/gp/prospectarebrasil/K10uW7

Contato: [email protected] | +55 61 3542-6000

e-Book apoia Startups e Investimentos

A recente publicação do Marco Legal das Startups, construído de forma pluripartidária no Congresso Nacional, trouxe novidades ao ambiente de negócios para as empresas inovadoras do Brasil. E o conhecimento detalhado de suas inovações regulatórias faz-se essencial para que os Empreendedores possam melhor aplicar e se beneficiar deste instrumento.

Neste contexto, a equipe do Madrona Advogados lançou o e-book “Doing Business Startups”, com a intenção de auxiliar empreendedores e investidores que já atuam ou queiram atuar no mercado de startups brasileiro. Neste e-book, são apresentadas perspectivas e comentários sobre a nova lei, bem como abordadas questões relevantes para o ecossistema de startups, mas que não foram abarcadas pelo novo marco regulatório.

O material é fruto de esforço conjunto da equipe multidisciplinar de “Negócios Digitais e Tecnologia” do Madrona Advogados, que é composto por advogados de diversas áreas, sendo as principais: Societário, Tributário, Trabalhista, Propriedade Intelectual, Direito Digital e Proteção de Dados, e que é liderado pelo sócio Rodolfo Tamanaha, professor e advogado atuante há anos no campo de Inovação e Startups.

Dr. Rodolfo Tamanaha

Na avaliação do Dr. Tamanaha, a expectativa é que o ambiente de negócios voltado para startups no Brasil continue crescendo de forma vigorosa, destacando-se algumas tendências, tais como o surgimento de novas modalidades de serviços ligados à saúde, desenvolvimento da engenharia de alimentos, diversificação de produtos de ensino digitalizados e soluções de infraestrutura para o trabalho híbrido. Nesse contexto, o especialista considera que o Marco Legal das Startups contribui para dar mais segurança jurídica para investidores e empreendedores, além de criar ferramentas importantes para que o Poder Público possa incentivar a inovação.

Aspectos relevantes cobertos no e-book são detalhados a seguir.

STARTUPS: ADEQUAÇÃO E PROVIDÊNCIAS

Com uso de linguagem acessível e recursos gráficos, o e-book oferece informações relevantes para auxiliar os novos startupeiros na adequação às leis vigentes, quais sejam:

  • Registros e Licenças, tais quais CNPJ/ME e licenças relativas à vigilância sanitária ou a órgãos de controle ambiental;
  • Proteção dos direitos de Propriedade Intelectual das startups, perpassando os mais relevantes — como o Nome comercial, a Marca, as Patentes e Desenhos Industriais, os Direitos do autor e, por fim, o Software;
  • Política de Privacidade e Proteção de Dados, considerando-se que a adequação à LGPD (Lei nº 13.709/18) é um tópico de especial relevância para as empresas de base tecnológica, fundamental para evitar incidentes de segurança, assegurando, dessa forma, a credibilidade da empresa frente aos clientes;
  • Tipos societários (Sociedade Limitada – Ltda e Sociedade Anônima – S/A) e suas características relevantes a serem consideradas pelas startups no momento da escolha, como restrições referentes a número de sócios, direito a voto e regras para distribuição de lucros.

FACILIDADES E INCENTIVOS: NOVOS MECANISMOS

O material aborda, também, as novidades trazidas pelo texto normativo a fim de fomentar, auxiliar e facilitar o crescimento das empresas inovadoras de base tecnológica, com tópicos como:

  • A implementação do Sandbox Regulatório, um mecanismo legal que permite às startups a operação em ambientes regulatórios experimentais, onde novos modelos de negócio poderão ser testados mediante flexibilização temporária de regras do setor;
  • Possibilidade de Contratações Públicas de soluções inovadoras de startups, com uso do CPSI.

REMUNERAÇÃO, RECURSOS E TRIBUTAÇÃO

Por fim, alguns dos tópicos de natureza financeira abordados no e-book são:

  • Um panorama das Formas de Remuneração, onde é explicado o Stock Option Plan (SOP), além de sua utilidade, sua natureza jurídica, seus requisitos e o vesting period. Destaca-se, nesse tópico, a demanda por uma regulamentação mais específica do SOP;
  • Opções de Captação de Recursos, com explanação dos mecanismos de investimento direto na sociedade, mútuo conversível, contrato de participação e debêntures;
  • Tributação, abordando — entre outros aspectos relevantes — a possibilidade de responsabilização pessoal dos sócios da Limitada, mediante desconsideração da personalidade jurídica, com vistas a mitigar riscos do investidor que tem participação societária;
  • Desinvestimento, procedimento relevante para as startups em estágio avançado, com explicação de suas ocorrências possíveis: a alienação e o Initial Public Offering (IPO).

Os interessados podem acessar gratuitamente o e-book “Doing Business – Startups” no seguinte link:
http://institucional.madronalaw.com.br/Doing%20Business%20-%20Startups.pdf

Brasil retrocede no Ranking de Competitividade do IMD

Foi divulgado nesta 5a feira, 17/Jun, em Lausanne na Suíça a edição 2021 do Ranking Mundial de Competitividade. Elaborado anualmente desde 1989 pelo respeitado IMD – Institute for Management Development (Instituto para Desenvolvimento da Gestão), o ranking deste ano comparou fatores de competitividade de 64 países.

O Ranking é baseado em 334 critérios de competitividade, divididos em 4 grupos, selecionados como resultado de uma abrangente pesquisa usando fontes internacionais, nacionais e regionais, literatura econômica, e análises com agentes empresariais, governamentais e acadêmicos. Os critérios são regularmente revisados e atualizados, à medida que novas perspectivas, teorias e dados se tornam disponíveis conforme a economia global evolui.

O Brasil perdeu mais uma posição em relação à edição de 2020, ficando agora em 57º lugar. Segundo os 4 grupos de subfatores, a posição brasileira foi:

  • Performance Econômica: 51º lugar
  • Eficiência Governamental: 62º lugar
  • Eficiência Empresarial: 49º lugar
  • Infraestrutura: 52º lugar

Segundo o IMD, o relatório anual é uma referência no tema Competitividade. Provê condições de comparação e tendências, além de dados e estatísticas, servindo como instrumento para reflexão de oportunidades de melhoria para os países. A análise e ranqueamento dos países retrata como estes gerenciam suas competências competitivas para alcançar criação de valor no longo prazo. A competitividade de uma economia não se resume apenas à análise do PIB e produtividade, visto que os agentes empresariais também lidam com dimensões políticas, sociais e culturais. E assim, Governos precisam prover ambientes caracterizados por infraestrutura, instituições e políticas que encorajem a criação de valor de forma sustentável para as empresas.

Evolução a conta-gotas para Startups

O novo ‘Marco Legal das Startups e do Empreendedorismo Inovador‘ estabelece princípios, diretrizes e define o que são as “Startups”, que agora passam a integrar o ecossistema de inovação brasileiro. Foi instituído pela Lei Complementar 182/2021, sancionada no dia 01-jun-2021 e publicada no Diário Oficial do dia seguinte.

Pela nova lei, podem ser classificadas como Startups as empresas e sociedades cooperativas com até dez anos de inscrição no CNPJ, que sejam atuantes na inovação aplicada a produtos, serviços ou modelos de negócios e que tenham tido receita bruta de até R$ 16 milhões no ano anterior.

Além disso, o marco legal traz outras definições, como:

  • Investidor Anjo (art. 2º, inciso I): investidor que não é considerado sócio nem tem qualquer direito à gerência ou a voto na administração da empresa, não responde por qualquer obrigação da empresa e é remunerado por seus aportes;
  • Instrumentos de Investimento em Inovação (art. 5º): aporte que pode ser efetuado por pessoa física ou jurídica na Startup, podendo ou não resultar na participação do investidor no quadro societário da empresa, de acordo com a modalidade de aporte.

Entre os benefícios esperados pelo mercado com a nova lei, inclui-se o aumento da segurança jurídica para o investidor (art. 8º), visto que os investidores não mais responderão por qualquer dívida da empresa com os próprios bens (desconsideração da personalidade jurídica), exceto em casos de dolo, fraude ou simulação de investimento.

Também, espera-se um aumento do apetite de empresas maiores pelo modelo de “Outpost” de inovação por meio de Startups, visto que (art. 9º) empresas que possuem obrigações de investimento em pesquisa poderão aplicar esses recursos em startups por meio de fundos patrimoniais ou FIPs.

Já no campo regulatório, o marco legal autoriza órgão e entidades da administração pública a organizar programas de ambiente regulatório experimental – Sandbox regulatório (art. 11) – , permitindo a exploração de inovação experimentais em setores que têm ambientes regulados. Ainda, na vertente de Licitações (arts. 12 e 13), a lei autoriza a administração pública a contratar Startups para testes de soluções inovadoras por meio de licitação na modalidade especial definida nessa legislação.

Insuficiente

Especialmente quando observado frente ao ambiente regulatório já existente em outros países, bem como pela lente das transformações modernizantes que a dinâmica do Empreendedorismo Inovador já implementa mundo afora, podemos considerar que o Marco Legal aprovado traz avanços muito modestos para que o ecossistema brasileiro de startups possa alcançar todo o seu potencial.

Dados os vetos, omissões e/ou exclusões, entende-se que a lei perdeu a oportunidade de endereçar questões-chave, como: a regulamentação das “Stock Options” (Opção de Compra de Ações por funcionários da Startup), a equiparação de tratamento tributário de investimentos anjo a outros investimentos isentos, ou, ainda, o enquadramento das Startups registradas como S/A no Simples Nacional. Estes são exemplos de instrumentos fundamentais para que poderiam ter sido abraçados pela regulamentação.

Apesar de alguns pontos positivos, como a segurança jurídica para investidores e a nova perspectiva para compras públicas e para concepção regulatória de soluções inovadoras, o Marco Legal oferece melhorias insuficientes para potencializar a velocidade de crescimento do ecossistema local e colocar o Brasil em equidade competitiva com o mercado global.

Brasil e Japão cooperando em Telecom

Brasília (DF) – No dia 24 de maio do corrente ano, o General Aderico MATTIOLI, Diretor-Presidente da Indústria de Material Bélico do Brasil – IMBEL®, recebeu o Sr MASARU SAITO, Diretor-Presidente da Empresa Japan Radio CO. – JRC do Brasil, acompanhado do Adido de Defesa do Japão, Coronel KANAI SHIGEKI, e do General (R1) Wilson LAURIA, fundador da AWARE, empresa parceira da JRC no Brasil. Estiveram presentes também na reunião: General OKAMURA – Sistema de Defesa, Indústria e Academia de Inovação (SISDIA), Cel RIPPEL – Diretoria de Mercado/ IMBEL®, Coronel ALEX – Fábrica de Material de Comunicações e Eletrônica (FMCE), e integrantes dessas organizações/setores do Exército e IMBEL®.

Em sequência à visita institucional ao Salão Guararapes do Quartel-General do Exército em Brasília (DF), a comitiva se reuniu na sede da IMBEL para a assinatura do Termo de Cooperação Técnica, Industrial e Comercial entre a IMBEL® e a JRC visando à fabricação do Sistema IMBEL® – JRC TACTICAL LONG-TERM EVOLUTION – LTE (G4) destinado ao mercado de defesa e segurança.

Comilog adota solução LTE de conectividade da JRC

A Compagnie minière de l’Ogooué – Comilog, mineradora Gabanesa líder no mercado de manganês, selecionou a JRC e a Geka Telecom para fornecer a solução de telecomunicações e conectividade de sua unidade em Moanda, no Gabão. A JRC fornecerá a infraestrutura LTE contemplando centenas de assinantes e 4 sites, enquanto a GEKA Telecom fornecerá os serviços completos de operação.

Como parte do esforço para modernizar o processo de operação da mina de Moanda, a Comilog está investindo em uma infraestrutura LTE moderna e segura. A equipe de campo será equipada com tablets e smartphones robustos. O objetivo é digitalizar os diversos processos para aumentar a eficiência e reduzir o papel. Esse esforço é parte de um projeto geral denominado Comilog 2020 para aumentar a capacidade da mina e aumentar o valor agregado local.

A infraestrutura JRC LTE foi escolhida pela qualidade da sua oferta. A infraestrutura LTE proposta é projetada para atender ao ambiente e desempenho de missão crítica. GEKA Telecom fornecerá sua experiência para as configurações de rede e instalação.

Estamos muito orgulhosos de contribuir para o projeto Comilog 2020″, disse Sato Katsuhiko, gerente geral do Projeto 5G na JRC. “Somos especialistas em comunicação sem fio para redes de missão crítica. Projetos como o Comilog 2020 são cruciais para nós. Nosso objetivo é aumentar nosso negócio privado de LTE / 5G significativamente na região EMEA “.

A JRC, Japan Radio Co., Ltd. é especialista em infraestrutura sem fio fundada em 1915. Com sede no Japão e escritórios em todo o mundo, a JRC fornece redes privadas LTE / 5G completas desde 2015.

GEKA Telecom, fundada em 1982, especializou-se em redes de telecomunicações na África, Oceano Índico, Sudeste Asiático e Europa Oriental, para facilitar o acesso à comunicação para todos.

Revitalizando negócios em meio à Pandemia

Em divulgação do seu Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu de 2,2% para zero a expectativa de crescimento da economia brasileira em razão da pandemia do coronavírus. A maioria dos analistas de mercado prevê um estrago ainda maior e falam numa recessão que poderá encolher o PIB nacional de 0,5% a 4%. O que é consenso entre os especialistas é que a liquidez da economia cairá.

Em outras palavras, menos dinheiro circulando na economia. É quando novas formas de se fazer negócio ganham como soluções para amenizar os efeitos dessa iminente crise. É o caso das permutas. “Muitas empresas com estoque parado ou profissionais com tempo disponível, em razão da diminuição do consumo, podem se manter ativo por meio das permutas”, diz Rafael Barbosa, especialista em inovação e economia colaborativa.

Rafael Barbosa – expert em economia colaborativa, fundou a XporY.com

Desde 2014, ele desenvolveu uma startup que facilita as permutas, que hoje já possui 8 mil cadastrados. Em sua plataforma, empresas e profissionais oferecem seus produtos ou serviços, que são precificados por meio de uma moeda digital. Assim os negociadores têm liberdade de consumir o que mais lhe convém dentro da plataforma com o crédito que gera em cada operação de permuta. “A gente repetiu, com a tecnologia, o que já aconteceu no passado. As permutas eram a forma de se fazer negócios durante o feudalismo. Com o desenvolvimento do comércio, surgiu a moeda como forma de facilitar as trocas”, diz Rafael.

Ele observa que, com o período de lockdown da população, já começou a aumentar o volume de cadastros na plataforma para continuar mantendo as operações comerciais. “A média diária de cadastros mais que dobrou. Antes tínhamos cerca de 15 entradas de novos permutantes diariamente; agora são pelo menos 40”, diz o fundador da plataforma.

É o caso da empresária Alê Soares, proprietária e gestora da Coolab, uma loja colaborativa que reúne acessórios, itens de moda, decoração e arte de 63 marcas de pequenos produtores goianos. A empresária conta que buscou numa parceria firmada recentemente com a XporY.com, plataforma digital de permutas multilaterais, uma solução para esses pequenos empreendedores que já estão sendo impactados pelas medidas de isolamento social impostas pelo governo do estado. “Estamos sendo impactados diretamente, pois sem clientes na loja, não há consumo, não há produção, não há giro de recursos para esses pequenos produtores. O problema é que realmente não há previsão do cenário financeiro num futuro próximo. Isso é assustador para os pequenos empreendedores”, diz.

A microempresária Alexandrina Alves, já está na plataforma há dois anos, e oferece arranjos comestíveis. Normalmente, coloca 30% de sua produção para a venda por meio de permutas na XporY.com. Com início do isolamento, ela já percebe a movimentação do mercado. “Os pedidos em reais já caíram, mas os da plataforma online estão se mantendo”, diz.

Rafael Barbosa lembra que, na gestão do negócio, o empreendedor tem duas alternativas para equilibrar o caixa: aumentar sua receita ou deixar de gastar. “Já que a entrada de dinheiro está complicada, a alternativa é economizar e a plataforma pode ajudar. Despesas que são feitas em Reais podem ser feitas por meio do crédito gerado com as permutas”, observa.

Como funciona

Na plataforma XporY.com, empresas de todos os portes, desde micro a indústrias e profissionais autônomos, oferecem os mais variados serviços e produtos em troca de outros. Tudo é negociado na moeda virtual X$, que é equivalente ao Real. Por meio das permutas no ambiente digital é possível anunciar e comercializar serviços, bens novos e usados de qualquer valor, tendo inclusive já realizado permutas de veículos e diversos imóveis. Mas também é possível encontrar itens de necessidade para o dia a dia como roupas e calçados, presentes, produtos e serviços de higiene, beleza e saúde; serviços de alimentação via delivery, entre outros.

Para participar, o interessado deve acessar e se cadastrar gratuitamente pelo aplicativo da XporY.com, disponível para iOS ou Android, ou pelo site www.xpory.com. Além da ausência do custo de adesão, os membros da plataforma também não pagam um valor mensal de manutenção e nem comissão sobre as vendas no site. Somente na hora de consumir, é que se paga apenas uma taxa de 10% em reais sobre o valor da compra.

Investimentos: a Covid-19 evidencia um Brasil na contramão

Artigo de autoria de Humberto Ribeiro, reproduzido do original publicado pelo portal Capital Digital.

A pandemia COVID-19 varre o planeta com impactos que transbordam a catastrófica mortalidade humana. Além das pessoas físicas, as jurídicas estão sendo duramente alcançadas por agudas disrupções.

Em prol da preservação das vidas, Empreendedores de todo o país seguem providências governamentais na direção do distanciamento social, mantendo fechados empreendimentos considerados pelo arcabouço legal como “não-essenciais”, ao passo em que ações de cunho social estão sendo implementadas para a garantia da subsistência da camada mais carente.

Será, para a grande maioria das empresas, um período de aflição, tanto durante a calamidade pública, quanto no momento subsequente, quando um plano de recuperação da capacidade econômica precisará se fazer presente como caminho de suporte às atividades produtivas brasileiras.

Vários vetores poderiam compor este plano, cobrindo dimensões de formalização, simplificação, produtividade, competitividade e outras, podendo essas serem setoriais, regionais ou transversais a todos os empreendedores do país.

Dado o contexto, o pilar central deste plano merece ser o Digital, aproveitando a forçosa e maciça adoção tecnológica imposta a todos os cidadãos, face ao advento do isolamento e reclusão domiciliar. Dos netos aos avós, o digital, que já vinha adentrando o cotidiano de todos, passou a ser efetivamente experimentado pela população e aplicado em sonhos de décadas dos entusiastas de TI, como as reuniões online, educação à distância, comércio eletrônico, telemedicina e outros. A adoção da TI pelo público em geral mudou, e mesmo após o final da Covid-19, não retornará ao seu patamar anterior. Há que se aproveitar este embalo, instrumentalizando digitalmente toda uma nação.

Divergindo da estranha cultura apregoada abertamente no Brasil de que “Agro é Tudo”, que há anos inspira perigoso retrocesso competitivo e subordinação do Brasil ao papel exclusivo de fornecedor de commodities, sabemos claramente que o planeta vive em plena época do “Talentismo”, definido em 2012 pelo Prof. Klaus Schwab – Presidente do World Economic Forum – como a evolução do Capitalismo. Este modelo aponta na direção de que o capital humano será o fator diferencial de produção das sociedades locais, nacionais e global, sendo os Serviços, em especial os transacionáveis (tradable), os protagonistas das cadeias produtivas globais. A implicação óbvia deste moderno modelo econômico é que as estruturas digital e educacional das nações são as indutoras da capacidade inovadora e de agregação de valor, gerando o sucesso futuro de cada país.

Entretanto, merece aqui nossa preocupação uma outra dimensão do plano – a do Investimento – sobre a qual apresento 3 perspectivas:

1) O Investimento das MPEs

Com milhões de empresas de micro e pequeno portes (MPEs) sendo obrigadas a suspender operações pela Covid-19, o governo anunciou um primeiro bloco de iniciativas buscando proteger o mercado do risco de uma maciça onda de demissões, o que elevaria o já altíssimo índice de desemprego e corroeria o frágil tecido de capilaridade da renda. Entretanto, adotou o caminho do financiamento via agentes financeiros – Bancos –, modelo que onera o custo do dinheiro em prol de intermediários e pressupõe a capitalização empresarial em razão de investimento em plano de negócios definido (que não existe!). Com isso, transferiu a responsabilidade que, em tese, seria de estado para as próprias empresas, que receberão recursos em troca de um compromisso de pagamento futuro sem que tenham utilizado este recurso para ganhos de capacidade produtiva ou alcance comercial. Diferentemente, o atual cenário de calamidade pública clama por uma necessária concessão de subsídios, subvenções e outros modelos de ajuda de custo de forma direta às Empresas que se encontram impedidas de operarem, sem que ocorra a intermediação ou o compromisso de quitação dos valores junto a instituições do setor financeiro.

O modelo atual é inócuo na solução da crise econômica, e inconsequente ao passo em que transfere benefícios reais apenas ao elo intermediário (Bancos), ao invés de trazer alento presente e futuro aos Empreendedores impedidos de operar suas atividades produtivas.

2) O Mercado de Capitais

Com queda acumulada de Janeiro a Abril de 2020 de cerca de 36,5%, a Bolsa de Valores brasileira (Bovespa) viu, até a última divulgação em Março último, a fuga de mais de R$ 44 Bilhões (!!) em recursos de investidores estrangeiros.

Tais recursos viriam a ser extremamente importantes ao Brasil, no momento crítico em que carecemos de fontes de viabilização de planos de transformação empresarial para diversos negócios que precisarão readequar suas capacidades e posicionamento perante as cadeias produtivas às quais pertencem. Com a queda do montante de capital disponível, torna-se maior o desafio empresarial de se alcançar um quinhão do capital flutuante em troca de suas ações, debêntures ou outros valores mobiliários.

3) O Investimento Estrangeiro Direto

Além do capital flutuante que circula entre bolsas de valores planeta afora, há uma relevante corrida global por um outro perfil de capital. Este, atrelado a projetos e empresas definidos, normalmente tem ciclo mais longo, entrando em um determinado país com o intuito de alavancar o estabelecimento ou a expansão de empreendimentos.

Resultam, além da positiva entrada do capital no país, também em transferências de conhecimentos e know-how, e no fortalecimento de conexões de negócios entre os países de origem, de destino e de terceiros mercados.

Este é o “bom capital”, que fomenta a expansão de infraestruturas logísticas (portos, aeroportos, rodovias, etc), energéticas (petróleo e gás, usinas, hidrelétricas, linhas de transmissão, etc), de comunicação, plantas industriais, entre outros. Gera ampliação de formação bruta de capital fixo, empregos diretos e indiretos, e competitividade sistêmica.

E, para que chegue ao país, 2 quesitos são necessários: Bons projetos e Confiança. Neste último, o cenário também nos é difícil. O Brasil conseguiu, desde o início das manifestações populares em meados de 2013, despencar da 3ª posição global entre os países mais Confiáveis para receber investimentos estrangeiros até o ponto de, em 2019 nem mais figurar no ranking dos 25 principais destinos, na visão dos líderes empresariais responsáveis por decisões de investimentos mundialmente.

Com isso, cai por terra o último bastião de um discurso superficial promovido por agentes políticos e de mercado do Brasil. Ilustra que, independentemente de reformas e malabarismos implantados nos últimos anos, nada substitui um bom projeto de Nação, embasado, consequente, vocacionado, inclusivo e viável.

Sem este tipo de projeto, os Empreendedores locais não passam de entusiasmados defensores de pontos de vista ocasionais, enviesados e inertes. Enquanto nação, vive-se a economia da “Gincana”, do esforço despropositado. Voos – ou mergulhos – de galinha.

Por isso, em épocas de colapso ou não, a Nação há que se responder consistentemente à pergunta-chave: Qual é o Plano??

Pandemia Digital na era Covid-19

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937, porém, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43 e HKU1. Seu mais novo agente foi descoberto em dezembro último após casos registrados na China, e provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).

Ao passo em que estimulamos a todos a seguir as orientações das autoridades médicas e governamentais quanto aos protocolos de saúde, chamamos a atenção para um ponto relevante que vem acontecendo neste momento: um novo surto global de ataques cibernéticos.

A pandemia COVID-19 foi o gatilho para a criação de uma nova onda de ataques digitais mundo afora. Bandidos cibernéticos se aproveitaram do corona como isca para aplicar novas ações de phishing e malware. Segundo pesquisa da Checkpoint, mais de 4000 novos domínios relacionados à Coronavírus, dos quais cerca de 3% são maliciosos, e outros cerca de 5% considerados suspeitos. Uma das ações de Phishing atingiu, inclusive, o próprio domínio da Organização Mundial da Saúde (WHO) em um ato de “spoofing“.

Instituições estão revisando suas estruturas de TI e mobilizando trabalho remoto de suas equipes para garantir a continuidade das suas atividades. Isso promoveu o aumento no uso de sistemas e dados corporativos por meio de aparelhos pessoais, sem ferramentas de proteção estruturadas, expondo as organizações a um enorme risco de vazamento de informações confidenciais, perda de dados e outras ameaças potenciais. A exposição a risco chegou ao ponto de que o próprio Departamento de Defesa americano emitiu um alerta a trabalhadores remotos a adotarem precauções de segurança contra essas ameaças.

Um exemplo dessas últimas semanas foi um cavalo de Tróia bancário chamado Trickbot, que atingiu fortemente a Italia, país onde a COVID-19 teve grande impacto, com campanhas de spam via email. Enquanto o título de assunto das mensagens estavam em sintonia com as preocupações da população em prevenção do coronavírus, o arquivo anexo ao email era na verdade um programa malicioso que instalou a variante do Trickbot em muitos máquinas. Veja, a seguir, outros exemplos:

Surto de vazamento de dados de Saúde

Enquanto o setor de Saúde está focado na prevenção do espalhamento da pandemia, e na cura dos infectados, grupos de hackers miram neste setor com todas as forças. O número de vazamentos de dados em 2020 reportados ao site do Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano tem crescido rapidamente, sendo bem maior que os dados de 2019. Este ano, com um total até Março de 105 vazamentos afetando mais de 2,5 milhões de pacientes, a preocupação com os vírus digitais cresce proporcionalmente à do coronavírus.

O ransomware Ryuk continua a atacar instalações médicas durante esta pandemia. Várias instituições do setor de saúde mundial estão buscando o suporte de empresas de segurança digital para se estruturar na defesa contra malware e ransomware.

Vazamento no servidor desprotegido Elasticsearch expôs 5 bilhões de registros

Um dos maiores vazamentos de dados da história resultou em mais de 5 bilhões de registros vazados devido a um servidor de dados desprotegido que se encontrava sob a gestão de uma empresa inglesa de segurança. A rachadura no banco de dados foi responsável por deixar abertos os dados de ocorrências dos últimos 7 anos, incluindo senhas, emails, datas e outros dados de usuários do sistema.

Banco de dados inseguro vaza 425GB de dados financeiros

Um erro de configuração em um banco de dados Amazon S3 na nuvem expôs mais de 500 mil registros financeiros dos clientes de 2 instituições financeiros à Internet. Os dados expostos incluem informações sensíveis como extratos, relatórios de crédito, documentos pessoais de clientes, cópias de cheques, declarações de impostos, senhas de acesso e outros. O banco de dados exposto estava conectado ao aplicativo MCA Wizard, que havia sido lançado em 2018, porém não se encontra mais disponível para download.

Principais ameaças

A intensificação no uso de tecnologias da informação pela sociedade global em razão da pandemia tende a não se arrefecer. Alguma das razões são:

  • A implementação de novos processos nas organizações públicas e privadas, no sentido da resiliência das suas atividades em momentos de calamidade pública, como o teletrabalho, a videoconferência, os sistemas mobile e outros;
  • A adoção de ferramentas de IoT – Internet das Coisas por parte de governos e cidadãos, ampliando a capacidade de gestão e controle em transportes, segurança pública, saúde, prevenção de desastres, energia, meio ambiente, bem como de automação residencial entre outros, que interligarão enormes montantes de equipamentos emissores e receptores de informações digitais;
  • A malha social digital, que finalmente passa a considerar seriamente o uso do meio digital para a entrega efetiva de soluções em massa no campo da Saúde, da Educação, da Cidadania e outros;
  • O ativação do uso pessoal, em razão da experimentação forçada por milhões de indivíduos planeta afora, dado o isolamento social, que buscaram os meios digitais para de conectar a familiares, resolver pendências pessoais, se informar e se divertir.

Com esta bem-vinda intensificação no uso de ferramentas digitais, expande-se também a superfície passível e as oportunidades de ataque, em proporção igual ou maior, expondo ao risco cibernético organizações e usuários dos serviços.

Segundo o estudo Cylance 2020, o ano de 2019 assistiu a grupos avançados de ameaças persistentes e outros adversários lançarem atualizações de malware e técnicas de ataque inovadoras. O foco em melhoria de rotinas de encriptação, infiltração de cargas maliciosas por meio de esteganografia, e distribuição de ataques pelo comprometimento de provedores (MSSPs) elevou o desafio para pesquisadores e especialistas no combate ao crime cibernético.

A falsidade tende a crescer, atingindo tecnologias, pessoas (roubo de identidades digitais / personas) e informações (fake news). Perfis falsos em redes sociais, imitação de voz para autorizações verbais, páginas de fachada e outras práticas tendem a aumentar o volume de cometimento de fraudes. A correta engenharia social, bem como a orientação e treinamento dos usuários serão fatores importantes na prevenção a esses e outros problemas.

A segurança mobile também enfrentará enormes desafios, que vão desde a vulnerabilidade de servidores MDM, passando pela gestão de clientes corporativos, chegando até à interação com os equipamentos habilitados para a Internet das Coisas. Automação de protocolos e controles de segurança será exigida também nesta vertente.

Algumas das pandemias que prevaleceram em 2019 e tendem a crescer neste ano são:

EMOTET – A família de malware conhecida como EMOTET apareceu na Alemanha e Áustria no Verão de 2014 como um cavalo de Tróia voltado ao roubo de dados bancários. Usa emails cuidadosamente preparados para infectar computadores de suas vítimas, os quais passam a roubar informações dos usuários. De difícil detecção, a infecção atua com polimorfismo e ofuscação como práticas para evitar sua eliminação.

RAMNIT – É um vírus parasítico com capacidades de espalhamento por meio de pendrives e páginas HTML que infecta sistemas Windows. Atua como um cavalo de Tróia para roubo de informações bancárias ou para permissão de acesso remoto ao computador do usuário. Foi responsável por algumas das maiores pandemias já identificadas no mundo digital, em Fevereiro de 2015, quando atingiu 3,2 milhões de equipamentos na Europa. Vem sendo atualizado regularmente, o que dificulta sua detecção.

UPATRE – Descoberto em 2013, atingiu um pico em 2015, geralmente atacando redes corporativas e criando um instalador de outros malware. Já foi identificado executando a instalação de outras infecções como Zeus/Zbot (roubo bancário), Rovnix rootkit, Crilock ransomware, entre outros.

Outras previsões para 2020

Se há uma lição já ensinada por este ano de 2020 para a humanidade é que o futuro dificilmente será previsto. Neste início de ano já ocorreram tantas situações inesperadas de alcance global que, como lição, todos nós terráqueos deveremos nos acostumar a conviver com o imprevisto.

Mesmo assim, como um exercício salutar de preparação para o que pode vir, elencamos alguns pontos de atenção:

  1. Crimeware-as-a-Service
    Seguindo a tendência corporativa em diversas áreas, o mundo “as-a-service” deve crescer também na dimensão de crimes cibernéticos. Cantos escuros da Internet, onde criminosos especializam-se em práticas específicas e unem sofisticação e forças entre si para vencer as camadas de proteção dos sistemas de governos e empresas.
  2. Inteligência Artificial apoia a Cibersegurança
    Devemos assistir a continuidade em uma tendência que se iniciou recentemente, que é a de incorporar instrumentos de inteligência artificial (IA) nas plataformas de segurança digital. A IA pode facilitar enormemente a gestão de protocolos complexos de segurança, a detecção de contaminações, reduzir prováveis erros humanos e agilizar a implementação de medidas de combate e saneamento.
  3. Mobile no Foco Principal
    Com a ampliação do uso em home-office, teleatendimento, e uso em diversas outras situações remotas por parte dos cidadãos em todo o planeta, os aparelhos móveis como os tablets e smartfones passam a ser alvos de roubo de informações, inteligência de organizações e outros atos de espionagem. Investimentos no combate a crimes digitais destas plataformas mobile devem crescer em 2020.

2020 continuará a ser um ano de disrupções, tanto no campo físico, quanto no digital. Como desejamos que estas disrupções sejam na direção positiva da sociedade global, recomendamos que as precauções legais, tecnológicas e operacionais sejam adotadas no sentido de se promover a segurança no ambiente digital que todos nós já habitamos. Vamos em frente!

Expandindo o Círculo de Compaixão em tempos de Crise Global

Artigo de autoria do Prof. Lasse Lipponen, traduzido do original disponível em https://www.heischools.com/news/2020/4/1/circle-of-compassion-in-global-crisis.

Com quem você mais se importa? Quem você ajudaria em momentos de necessidade? Para muitos de nós, a resposta para ambas perguntas seria a mesma. Tendemos a limitar nosso círculo de compaixão aos nossos mais queridos, porque essas ações requerem energia, sacrifício e dedicação emocional para se empatizar e estender uma mão a alguém que precisa. Entretanto, nesse momento de sofrimento generalizado, temos a oportunidade, e mesmo o imperativo, de expandir nosso círculo e nossa compaixão a mais pessoas. Não apenas pela razão de sermos gentis; também pela razão de urgência moral.

Por um lado, a pandemia Covid-19 mudou, ao menos temporariamente, como convivemos com nossos amigos, famílias, conhecidos e estranhos. Fomos solicitados a permanecer em casa e a mantermos distância de outras pessoas. Em uma escala global, países fecharam suas fronteiras a forasteiros e se distanciaram de outras nações. Governos estão focados nos cuidados aos seus próprios cidadãos e na criação de estratégias nacionais de sobrevivência e combate ao vírus.

Por outro lado, entretanto, estamos testemunhando tremendos atos de gentileza. Pessoas se unindo e promovendo grandes e generosos esforços para cuidar de terceiros, ajudando, confortando, protegendo e compartilhando o que tem com aqueles que estão em sofrimento. Alguns, inclusive, arriscam sua própria segurança e saúde para proteger outros de ameaças, frequentemente sem esperar nada em troca.

Prof. Lasse Lipponen

A força motivadora por trás de tais gestos é a compaixão. Compaixão é a resposta humana natural para o sofrimento e dor de outra pessoa, evidente o princípio da história humana e apontada por autores clássicos como Aristóteles e Rousseau. De fato, compaixão e empatia são as bases emocionais que nos conectam uns aos outros. Sem estas, perdemos a habilidade de respeitar aos demais, protegê-los de riscos e responder às suas necessidades. Com compaixão e empatia, somos capazes de atentar para o sofrimentos dos outros, nos preocuparmos com eles, e tomarmos medidas para aliviar sua dor.

Devemos, entretanto, ser cuidadosos em não cair na armadilha de sentir compaixão apenas por alguns. É fácil sentir compaixão por nossos mais próximos e queridos, mas pode ser mais difícil empatizar com outros quando questões de status, cultura, religião, idioma, cor da pele sexo ou idade estão a nos separar. Temos a tendência, ou mesmo enviesamento, de agir com compaixão para com aqueles que são mais importantes para nosso bem-estar por já estarmos emocionalmente envolvidos nestes relacionamentos. Em tempos de crise, há um perigo real de estreitamento da compaixão para com apenas aqueles mais próximos, empurrando o mundo na direção do ‘nós’ versus ‘eles’.

Agora, durante o momento de uma crise generalizada em nosso mundo hiperconectado, é imperativo que nossa compaixão se estenda muito além dos nossos círculos pessoais e fronteiras nacionais. Não nos permitamos confinar a compaixão àqueles mais próximos e excluir os mais distantes. Evitemos a divisão do ‘nós’ e ‘eles’. Ao invés disso, adotemos a compaixão como uma ferramenta de transformação social, para mudar não apenas como interagimos face-a-face com os que nos cercam, mas também como conduzimos nossas sociedades. Deveríamos usar deste momento como uma oportunidade para reestruturar políticas e processos sociais, e colocar a compaixão e a empatia no centro. Vamos expandir nosso círculo de compaixão de forma a incluir todas as pessoas, animais e até mesmo a biodiversidade, e, ao fazer isso, criaremos uma cultura global de compaixão.

Professor Lasse Lipponen
University of Helsinki e HEI Schools

Referências

  • Hilppö, J. A., Rajala, A. J., Lipponen, L. T., Pursi, A., & Abdulhamed, R. K. (2019). Studying Compassion in the Work of ECEC Educators in Finland: A Sociocultural Approach to Practical Wisdom in Early Childhood Education Settings. In S. Phillipson, & S. Garvis (Eds.), Teachers and Families Perspectives in Early Childhood Education and Care: Early Childhood Education and Care in the 21st Century Vol. II (Vol. 2, pp. 64-75). (Evolving Families). Abingdon: Routledge.
  • Lilius, J., Worline, m., S. Maitlis, S., Kanov, J., Dutton, J. & Frost, P. (2008). The Contours and Consequences of Compassion at Work. Journal of Organizational Behavior 29, 193–218.
  • Lipponen, L., Rajala, A., & Hilppö, J. (2018). Compassion and Emotional Worlds in Early Childhood Education. In C. Pascal, T. Bertram, & M. Veisson (Eds.), Early Childhood Education and Change in Diverse Cultural Contexts (pp. 168- 178). (Routledge Research in Early Childhood Education). New York: Routledge.
  • Nussbaum, M. (2014). Compassion and terror. In M. Ure & M. Frost (Eds.), The Politics of Compassion (pp. 89–207). London: Routledge.
  • Rajala, A., & Lipponen, L. (2018). Early Childhood Education and Care in Finland: Compassion in narrations of early childhood education student teachers. In S. Garvis, S. Phillipson, & H. Harju-Luukkainen (Eds.), International Perspectives on Early Childhood Education and Care: Early Childhood Education in the 21st Century Vol I (pp. 64-75). (Evolving Families; No. 3). Abingdon, Oxon ; New York, NY: Routledge.
  • Ure, M., & Frost, M. (Eds.) (2014). The Politics of Compassion. New York: Routledge.

Liderança em Tempos Incertos

A COVID-19 está sobre nós. Disrupção nas rotinas pessoais e profissionais. Informações desencontradas. Opiniões divergentes.

Em meio à louvável abnegação da comunidade médico-sanitária global, que se empenha fervorosamente no enfrentamento da pandemia, a sociedade em geral aguarda pelo desenrolar da situação. Uma gama de posições se confrontam, indo desde os que encaram a recomendada quarentena em isolamento social como um caos, até os que estocam ao máximo mercadorias que julgam poder vir a faltar no futuro próximo.

O medo, seja do vírus, seja de suas consequências econômicas, é crescente.

Vida Empreendedora

Oportunamente, já foi alvo de nossa reflexão a superação de desafios empreendedores atravessando mercados revoltos no artigo “Empreendendo na Turbulência“. Boas lições, que merecem ser reiteradas.

Entretanto, acredito que o que agora se impõe sobre nós, não somente na dimensão empresarial mas também na pessoal, social e ambiental, é algo em escala e complexidade diferentes de casos anteriores, o que nos demandará análise e esforços ainda mais agudos.

O desafio empreendedor em momentos de turbulência específica, dado a uma ocorrência setorial ou regional, geralmente tem sua fronteira de impacto limitada a um determinado ponto mensurável. Ações individuais, associativas ou de poderes constituídos tem, nestes casos, o condão de mitigar estragos, reestabelecer a ordem econômica e social, ou mesmo transformar desafios em oportunidades.

E o que diferencia o desafio atual imposto por uma pandemia, dos riscos cotidianos da vida empreendedora?

Em uma situação de colapso sistêmico como a atual, onde o cerne do problema é intangível, e o alcance da sua onda de impacto é indeterminado durante sua propagação, diferentes dinâmicas estarão simultaneamente em transformação. As ações dos governos, intervenções do estado, fluxos e consistência de informações, instantaneidade de novos adventos tecnológicos, consequências econômicas e sociais, estarão todos ocorrendo ao mesmo tempo durante o desenrolar do fenômeno.

O novo contexto que se apresenta nos coloca, portanto, frente a 3 dimensões fundamentalmente relevantes:

  1. O ritmo das mudanças, tecnológicas ou não, é mais veloz que nunca;
  2. Os avanços e desdobramentos são literalmente imprevisíveis;
  3. O contexto social nos confronta com um mundo onde as Verdades são rotineiramente contestadas.

Sanidade na Liderança

Recai sobre o empreendedor, em primeiro lugar, a responsabilidade por manter a consciência situacional ampla e correta sobre o seu ambiente de negócios, cumprindo determinações das autoridades, e implementando ações de cunho imediato para a preservação dos seus empreendimentos e arranjos produtivos. Interação efetiva, ponderada e racional junto ao seu time de colaboradores, fornecedores e parceiros é, certamente, uma das mais relevantes ações durante o desdobrar dos acontecimentos.

Dada a avalanche de informações conflituosas, muitas vezes enviesadas ou com interesses alheios aos da boa fluidez das cadeias produtivas, o empreendedor será provocado e precisará evitar a tentação de teses corruptas ou polianescas. Também, o perfil de lideranças Heroicas, que permitem ao ego ou entusiasmo sobrepor a razão e a ciência, deve ser evitado, especialmente em momentos onde uma crise global facilmente engolirá com fatos e ocorrências os subjetivismos individuais. Estratégia, resiliência e princípios serão os pilares corretos que poderão sustentar os reais líderes.

Visualiza-se que, além das posturas e disciplinas mencionadas acima, o indivíduo capaz de liderar instituições que perdurarão em um planeta onde previsões são impossíveis e a incerteza é a constante deve empreender com as capacidades de:

1) Ser Fundamentado

Você é esforçado, inteligente, mas Não Sabe Tudo! É preciso ouvir informações qualificadas, de fontes consistentes. Não atue por voluntarismo, e sim por informações e ponderações consequentes.

2) Ser Coesivo

Seja aberto à interação. Acolha o contraditório e apresente suas visões, com transparência e sinergia, construindo pontes. O mundo complexo e instável carece de Líderes serenos, capazes de apresentar aos demais os cenários e caminhos viáveis para a prosperidade individual e coletiva. Assuma esta responsabilidade.

3) Ser Comprometido

Abrace suas causas com dedicação. Tenha empatia e senso coletivo em suas ações. Comunique à equipe os seus objetivos e atue de forma a viabilizar que outros se engajem em suas causas, de forma que o esforço e os benefícios sejam partilhados. Empunhe a bandeira!

O atual desafio Covid-19 traz lamentáveis consequências econômicas e inestimáveis perdas de vidas. Consolidar aprendizados e aproveitar oportunidades de transformação positiva de modelos sociais e da civilidade são obrigações para todos. Reitero minha torcida para que nós, e todos os líderes verdadeiros, exerçamos nosso papel nesta direção. Saúde a Todos!

Hän! A força de uma palavra mágica

E se fossemos todos neutros quanto ao gênero, à classe social, à etnia? Seriam nossas ações e reações perante terceiros diferentes das que tomamos hoje? Seria esse um planeta melhor? Estaríamos construindo uma sociedade melhor para todos?

Nem “Abracadabra”, nem “Sinsalabin”

Ficções como as histórias de Harry Potter e seus colegas de Hogwarts oferecem momentos de fértil imaginação, pendulando entre o bem e o mal, ou o desespero e a alegria, culminando com situações fantasiosas de plenitude para as personagens. Porém, findo o episódio, retornamos a realidades que nos impõem desafios concretos, que frequentemente nos levam a questionar se há caminhos para um mundo melhor.

Pois com apenas 3 letras, os Finlandeses oferecem ao mundo uma possível palavra-chave que abriria novas possibilidades para a sociedade humana. Conheça “HÄN”!

Hän é o pronome inclusivo que representa equidade de oportunidades. É a terceira pessoa do singular que, apesar de existir a muito mais tempo no idioma finlandês, foi formalizada no ano 1543 no primeiro livro publicado naquela língua e não especifica gênero. Substitui tanto o “Ele” quanto o “Ela”. E, a cada dia mais, simboliza um mundo melhor, onde as pessoas não são definidas por sua aparência, sexo ou genealogia.

Pode parecer utópico, porém, o atento estudo de caso Nórdico, região que abarca várias das nações de referência nos quesitos de qualidade de vida e felicidade, pode servir de comprovação da oportunidade que o conceito “Hän” nos traz.

Veja aqui um vídeo produzido pelo Governo Finlandês para semear o conceito mundo afora:

Portanto, eu sou hän. Você é hän. Todos somos hän!

E, na Finlândia, todos tem direito de tratamento igualitário, habilitando-os a pertencer, participar e alcançar seu pleno potencial. Podemos entender com aquela nação como o respeito mútuo e a solidariedade, aliados a oportunidades iguais e padrão de vida decente para todos, levam às uma sociedade inclusiva, produtiva e, principalmente, feliz.

Para eles, “Hän” é, sim, uma palavra mágica!

Segregação: Sociedade Retalhada

Ao passo em que o avanço tecnológico nos oferece a todos uma condição até então impossível de se interagir com pessoas de todo o planeta em tempo real, a composição de grupos plurais impulsiona a condição de aproveitamento de experiências, capacidades e talentos mais diversos, facilitando a construção de soluções mais maduras e viáveis para os vários desafios que se impõem sobre o planeta a cada momento.

Porém, limitações ignorantes se impõem em diferentes arenas do convívio humano. A segregação social em suas diversas formas, como o racismo, a xenofobia, a discriminação e a preterição, são instrumentos de destruição de entusiasmos individuais e de respeito humano, promovendo o desalento, o egoísmo, a depressão, e corroendo o tecido social essencial para a construção de riquezas na era do conhecimento. Não raro, levam à crescente polarização, ou até mesmo ao conflito e a situações de violência.

Vejamos, a seguir, alguns problemas diagnosticados.

Superpoderosas! Será?

O preconceito de gênero contra mulheres atinge cerca de 90% da população mundial, afirma o estudo “Tackling Social Norms – A game changer for gender inequalities” do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgado nesta quinta-feira (05/03).

O relatório, que consultou 75 países e territórios, mostra que o preconceito contra as mulheres persiste em todo o mundo, tanto entre os homens como entre as mulheres. Entre os consultados, mais de 90% dos homens e 86% das mulheres demostraram ter ao menos um preconceito claro na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação, violência doméstica e direitos reprodutivos das mulheres.

Ainda, segundo a análise, praticamente a metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas. Impressionantemente, 28% do total considera justificado que um homem bata na sua esposa, o que demonstra o desafio que ainda encaramos mundialmente na dimensão de direitos humanos e igualdade de gênero.

Que comam Brioches…

Survival of the Fattest (de Hans Christian Andersen)

Há dúvidas se a frase acima foi pronunciada pela iletrada princesa Maria Antonieta, que vivia na Áustria no momento acalorado da Revolução Francesa, ou se teria autoria de Maria Tereza, esposa de Luís XIV da Espanha. Alguns, ainda, afirmam que a frase teve origem em uma ficção escrita pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau, trazendo pitadas agudas aos seus relatos da revolução. Independente de sua origem, a frase “Se não têm pão, que comam brioches” se tornou símbolo global da desconexão entre classes sociais.

Ficcional ou não, a frase contém significativa carga discriminatória, representando não somente o desinteresse das classes mais ricas em relação à dinâmica de vida dos menos privilegiados, mas também a busca por soluções imediatistas, inconsequentes e inconsistentes quando da ocorrência de levantes populares.

Estudo do Fórum Econômico Mundial realizado pela primeira vez em 2020 trouxe luz e estrutura para a análise sistematizada deste problema. E seus resultados nesta edição revelam que, em média, a maioria dos países estão ainda distantes de oferecer condições justas e adequadas para que seus cidadãos possam florescer economicamente. As chances de um indivíduo na vida ainda são, infelizmente, desproporcionalmente influenciadas pelo seu ponto de início — seu status sócio-econômico ao nascer — gerando sociedades que sistematicamente reproduzem as desigualdades, ao invés de reduzi-las a cada geração. E o Brasil, bem como a grande maioria dos países da América Latina, é um triste exemplo disso, tendo um dos piores índices de desigualdade do planeta.

E em um mundo de aceleradas mudanças, e onde há mais transparência que nunca sobre quem tem ou não oportunidades, cresce a esperança de que possamos estruturar novos caminhos para o crescimento individual, o empreendedorismo inovador e a prosperidade econômica e social dos cidadãos. Governos e sociedade precisam reunir competências para aprofundar a compreensão sobre as complexas dinâmicas do progresso, desenhar novos padrões, condutas e estruturas, e impulsionar ações colaborativas rumo a mudanças. A interconexão de 3 pilares-chave para o impacto social: crescimento e competitividade; educação, habilidades e trabalho; e equidade e inclusão. E isso precisa de boas doses de urgência e ambição, dada a demanda por mudanças que o contexto global nos impõe.

Delírios persistentes de Hitler

A tenebrosa experiência de extermínio humano protagonizada por Hitler durante a II Guerra Mundial ocorreu em nome de um conceito comprovadamente falso de “raça pura”. E, infelizmente, parece não ter sido suficiente para o planeta testemunhar tamanha atrocidade, além de tantas outras historicamente e cotidianamente reportadas, para banir definitivamente a discriminação racial de nosso convívio. Temos, portanto, um persistente exército “Hitleriano”, entorpecido por defasados conceitos e símbolos, a coabitar e perturbar nossa sociedade global.

Milhões de pessoas sofrem todos os anos com o Racismo, basicamente porque, para os delinquentes que o praticam, o ato de praticar ou afirmar algo opaco e doloso contra uma vítima é bem mais simples, ou instantaneamente proveitoso para si, que a busca de uma solução coerente, racional, transparente e educada. Com características, alvos e abordagens que podem variar nas diversas regiões, invariavelmente o Racista, por ignorância ou por egoísta conveniência, atua em menor patamar intelectual e social.

E o prejuízo sistêmico gerado por essa prática infame atinge a todos nós. Os casos individuais de depressão, ruptura produtiva e custosos tratamentos se agregam em enormes montantes. Vejamos alguns exemplos a seguir:

Prejuízos da Segregação para a Sociedade Global

Observemos aqui alguns resultados de estudos que analisam os impactos econômicos da segregação:

  • Relatório do Altarum Institute em parceria com a W.K. Kellogg Foundation (WKKF), intitulado “The Business Case for Racial Equity” quantificou o impacto econômico do racismo nos Estados Unidos, bem como os benefícios de se avançar com políticas de equidade social. O estudo aponta, por exemplo, que, caso toda a população americana tivesse acesso às mesmas condições de saúde e educação disponíveis aos brancos americanos, o PIB do país cresceria quase U$ 2 trilhões por ano, um aumento de quase 16% do total.
  • Estudo do PhD M. V. Lee Badgett e divulgado pelo Banco Mundial (The Economic Cost of Homophobia & the Exclusion of LGBT People) apontou que a discriminação a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) custaram cerca de 2% do PIB da Índia;
  • O artigo acadêmico “Aggregate Costs of Gender Gaps in the Labor Market: A Quantitative Estimate“produzido pela Universidade de Barcelona em parceria com a University of Sheffield apresentou que a desigualdade de gênero no mundo árabe gera uma perda de renda da ordem de 27% no Oriente Médio e Norte da África. Na Ásia Central o prejuízo é da ordem de 16%, e no Sul asiático chega à ordem de 19%.

Muitas são as consequências desastrosas para a sociedade. Quantificá-las agrega a perspectiva econômica na compreensão do problema. E, de forma construtiva, torna-se oportuna a convergência entre a perspectiva econômica e a social.

Finlândia: segura, alegre e livre

Vejamos, agora, alguns exemplos de resultados alcançados pela Finlândia, país referência em Inclusão e que nos ofereceu “Hän”:

  • 1º lugar no Ranking global da ONU World Happiness Report em 2018 e 2019, que demonstra o quão felizes as pessoas de cada país se percebem, bem como esperam avançar ainda mais em quesitos como: normas sociais, conflitos, políticas governamentais e tecnologias que impulsionam esse ambiente;
  • 3º lugar no Ranking global do Fórum Econômico Mundial Global Gender Gap Report em 2020, que avalia o grau de paridade nas oportunidades que cada país oferece a mulheres e homens;
  • 4º lugar no Ranking da União Europeia + OCDE de Justiça Social, que mede 6 dimensões-chave – prevenção da pobreza, educação equitativa, acesso ao mercado de trabalho, coesão social & não-discriminação, saúde, e justiça intergeracional;
  • 1º lugar no Ranking de 2018 do The Good Country Index, que avalia o engajamento de uma nação rumo à solução de problemas globais;
  • 1º lugar no Ranking global de Qualidade de Vida para Expatriados em 2019, na dimensão de Saúde e Bem-estar;
  • 5º lugar no Ranking do Banco Mundial The Human Capital Index em 2018 que mede o capital humano esperado aos 18 anos de idade para uma criança nascida hoje em cada país, considerando as condições de saúde e educação do seu país de nascimento;
  • 1º lugar como País Mais Estável do Mundo em 2019 segundo o ranking Fragile States Index, que avalia o grau de riscos e vulnerabilidades que cada um dos 178 países avaliados está submetido;
  • 3º lugar no Ranking global do Fórum Econômico Mundial Global Social Mobility Index em 2020, que avalia as condições oferecidas por cada país para que seus cidadãos mais pobres possam alcançar melhor patamar econômico;
  • Nota máxima (100 de 100) no Ranking global da Freedom House Freedom in the World em 2020, que mede a maturidade democrática e o grau de direitos políticos e liberdades civis a que estão submetidos os cidadãos de cada país;
  • 2º lugar no Ranking global da OECD + INFE International Survey of Adult Financial Literacy Competencies, que mede a alfabetização e a proficiência econômica da população adulta de cada país.

Estes e outros estudos e rankings globais nos apontam que, realmente, a convergência entre as agendas social e econômica não é apenas uma opção. É, sim, o caminho de sucesso.

Mesas amplas… ou Muros altos?

Gosto e aplico a seguinte definição: Economia é a forma como a Sociedade se organiza para produzir seu Bem-estar. Definição rica, densa e ampla. Presume ação conjunta, colaboração, zelo. Porém pressupõe esforço, dedicação.

Mas é essa definição que nos propicia uma linha consequente de raciocínio, a começar por algumas questões-chave: Por que fomentar a convergência e a sinergia? Por que desenvolvermos, desde nossa tenra infância, a relevância e a predisposição à empatia com o próximo? Por que precisamos de um novo olhar para a Equidade de Oportunidades?

Porque somos seres gregários. Não temos capacidades individuais destacáveis em meio à natureza. Não voamos sem equipamentos. Não mergulhamos por mais que algumas braçadas. Não temos as garras mais afiadas, ou os dentes mais agudos. Sozinhos somos frágeis!

Nosso próprio domínio do planeta, enquanto seres humanos, tem na coesão de esforços a sua principal razão de existir. E, mesmo em tempos novos, que nos reservam inéditos desafios para permanecermos habitando sustentavelmente a Terra, essa mesma coesão será o combustível a impulsionar saltos tecnológicos, avanços políticos e sociais. É esse o nosso caminho.

O contrário é perigoso. A fratura entre os indivíduos fatalmente resultará em problemas, violência. Individualmente, alguns tentarão pela trilha individual. Automóveis blindados. Imóveis cercados. Refúgios distantes das zonas de risco. Muros Altos! E seres sem futuro.

Devemos, sim, ampliar o acesso a oportunidades para que todos, desde a primeira infância até o final de vida, participem ativamente das diferentes instâncias de construção econômica, política, social. Oportunidades para que todos se engajem, agreguem talentos, contribuam e usufruam do que estivermos a construir. Mesas Amplas nas escolas, nos trabalhos, nos debates, todos a construir o Bem-estar comum.

Portanto, que se ampliem as Mesas! Abaixo os Muros!

E que Hän, quem quer que seja, seja sempre Bem-vindx!!

A Internet Inquebrável

Estamos naquela época do ano em que o MIT – Massachusetts Institute of Technology – apresenta sua lista dos avanços tecnológicos que acredita ser capazes de fazer a diferença no planeta. Geralmente, descarta os modismos e os truques de mídia, focando em temas com capacidade real de mudar nossa forma de trabalhar e viver.

E o topo dessa lista em 2020 é ocupado por uma inovação que realmente traz altíssimo potencial de impacto: a Internet “Ihackeável”.

Em construção por uma equipe liderada pela professora alemã Stephanie Wehner na Delft University of Technology da Holanda, uma nova Internet baseada em física quântica em breve permitirá comunicações inerentemente seguras. Esta equipe está construindo uma rede conectando quatro cidades dos Países Baixos inteiramente com base em tecnologia quântica. Com isso, as comunicações enviadas por meio desta rede serão impossíveis de serem hackeadas. Em um ambiente cada vez mais digital, onde a Internet convencional mostra-se cada vez mais vulnerável a ataques, este novo patamar de comunicação será revolucionário.

Esta tecnologia se alicerça em um comportamento quântico de partículas atômicas denominado “emaranhamento” (entanglement). Fótons emaranhados não podem ser sigilosamente lidos sem que haja a fratura do seu conteúdo.

A origem do conceito surgiu nos últimos anos, quando cientistas aprenderam a transmitir pares de fótons via cabos de fibra ótica, de forma a proteger integralmente a informação codificada na transmissão. Um time de pesquisadores na China usou uma versão desta tecnologia para construir uma rede de 2.000 quilômetros entre Beijing e Shanghai. Entretanto, este projeto chinês ainda precisou se apoiar parcialmente em componentes convencionais que forçavam uma quebra periódica na ligação quântica antes de restabelecê-la novamente, o que introduz o risco de quebra de segurança a esta infraestrutura.

Já a rede em construção pela equipe da Universidade de Delft, em contraste, será a primeira no mundo a transmitir informações entre cidades usando tecnologias quânticas de ponta-a-ponta. Além da Delft University of Technology, esta tecnologia conta com a cooperação da Quantum Internet Alliance e da University of Science and Technology of China.

Entretanto, partículas emaranhadas são difíceis de serem criadas, e ainda mais difíceis de serem transmitidas a longas distâncias. A equipe da Profa. Wehner já demonstrou a capacidade de envio a mais de 1,5 quilômetros, e está confiante que poderá estabelecer a conexão quântica entre Delft e Haia até o final deste ano.

Assegurar uma conexão íntegra cobrindo distâncias ainda maiores vai requerer repetidores quânticos para extensão do alcance da rede. Esses repetidores estão em desenvolvimento em Delft e outros locais, e os primeiros deverão estar disponíveis dentro dos próximos cinco anos, com o desdobramento de que uma rede quântica realmente global poderá estar lançada até o final desta década.

As Escolas que constroem o Futuro

Saunalahti School (photo by Andreas Meichsner)

Um planeta com desafios geopolíticos e ambientais críticos e urgentes. Uma sociedade global de crescentes disparidades e complexidades. Uma avalanche tecnológica cotidianamente transformadora e desafiadora. Essas são algumas das razões que forçam famílias mundo afora a refletirem sobre a formação de filhos e netos, tendo todos apenas uma certeza: o Futuro reserva a eles um modo de vida bem diferente do de todas as gerações que habitaram a Terra até hoje.

Quando escalamos estas questões para uma camada nacional, vemos lideranças da sociedade e gestores se questionarem sobre quais os rumos a serem adotados para as políticas públicas educacionais que possam alicerçar a preparação dos estudantes para a emergência desafiadora da Quarta Revolução Industrial. Ignorar isto seria, no mínimo, relegar uma nação à irrelevância, ou até mesmo a subserviência econômica, tecnológica e social às demais nesta nova etapa da humanidade.

E quais são as possibilidades para preparação dos nossos estudantes para esta nova era? Quem tem obtido sucesso nas necessárias iniciativas de evolução educacional? Novas escolas e novas perspectivas pedagógicas estão surgindo em diversos países, ajudando na identificação de caminhos e alternativas para uma geração que conviverá com mercados de rápidas mudanças, com novas formas de trabalho, de interação e de produção.

Esta nova safra de métodos de ensino e educação é muito necessária, não apenas em razão do ritmo estrondoso de mudança trazido pelas novas tecnologias e desafios globais, mas também porque os atuais modelos pedagógicos ainda são resultantes de práticas bastantes tradicionais, presentes a 200 anos ou mais.

No novo relatório Schools of the Future: Defining New Models of Education for the Fourth Industrial Revolution, o Fórum Econômico Mundial analisou como a Educação precisa mudar. Para isso, o relatório identificou oito “características críticas nos conteúdos e nas experiências de aprendizagem” e ilustrou com a análise de 16 escolas, iniciativas e sistemas educacionais em diferentes países que estão liderando este caminho.

Entre as 16, apresentamos aqui 5 exemplos, de diferentes regiões e condições, que abraçam os conceitos de Educação 4.0, de forma inovadora e estimulante.

1. Finlândia – Empreendedores em Equipe

A Finlândia frequentemente é ranqueada no topo mundial nas análises sobre Qualidade do Sistema Educacional, claramente sendo uma das melhores do planeta.

Uma das suas melhores escolas, a “South Tapiola High School”, foi fundada em 1958. Além de seguir todas as diretrizes curriculares exigidas pelo país, a escola adiciona um foco especial ao ensino da colaboração por meio do empreendedorismo, da cidadania ativa e da consciência social, com aplicações práticas no mundo real.

Escolas com laboratórios e oficinas estimulam o empreendedorismo na Finlândia

A escola oferece aos alunos o Programa de Jovens Empreendedores, abrindo oportunidades para trabalhos em grupo visando a elaboração de ideias para novos negócios que concorrem em concursos nacionais, bem como a própria criação de empresas corretamente planejadas.

2. Brincadeira de Crianças na China

A Anji Play nasceu na Província chinesa de Zhejiang em 2002. Ela segue um currículo para a crianças que fomenta a aprendizagem inteiramente por meio de brincadeiras.

Sua crença fundamental é que qualquer local pode se tornar um ambiente de aprendizado, com um mínimo de 90 minutos por dia dedicados a brincadeiras ao ar livre, com equipamentos como escadas, baldes, caixotes e outros. Chave de sucesso para o modelo é que ele torna o ensino extremamente barato, ou mesmo gratuito, assegurando sua acessibilidade até mesmo a famílias de baixíssima renda.

Inicialmente, 14.000 crianças em Zhejiang já foram matriculadas. E o modelo já se expandiu para mais de 100 escolas públicas em 34 outras províncias da China. Há agora, também, pilotos do método Anji Play nos EUA, Europa e África.

3. Gerando líderes verdes na Indonésia

Desenvolver as novas lideranças verdes para o futuro é foco central da Green School, aberta em Bali em 2008. Seu corpo de alunos conta com 800 estudantes entre 3 e 18 anos de idade. A escola tem agora planos para novas unidades na Nova Zelândia, África do Sul e México até 2021.

Uma das suas principais ações é a manutenção sustentável do ambiente da escola, e no ano escolar 2017-2018 seus estudantes produziram mais de 150 quilos de comida ao mês. Em 2018, estabeleceu-se a parceria com a Sunseap, maior provedor de energia limpa de Cingapura, para auxiliar a Green School a atingir seu objetivo de alcançar a autonomia energética.

4. Refugiados no Quênia são conectados

Em 2015, o ativista, empreendedor e professor Belga Koen Timmers estruturou uma campanha para arrecadação de recursos para ajudar a solucionar um problema que foi relatado a ele por um trabalhador que estava refugiado no campo de Kakuma no Quênia.

A campanha o ajudou a enviar mais de 20 laptops (incluindo o dele próprio), bem como painéis solares e equipamentos de Internet ao campo de refugiados, para conectar professores voluntários às crianças refugiadas. De lá para cá, o número de professores subiu para 350, oriundos dos seis continentes, oferecendo ensino de cursos de línguas, matemática e ciências.

O modelo aplicado em Kakuma está agora em expansão para outras regiões por meio de uma rede de Escolas-Piloto de Inovação em vários países, como: Tanzânia, Uganda, Nigéria, Marrocos, Argentina, África do Sul, Brasil e Canadá.

5. Imersão Tecnológica no Vietnã

TEKY é o nome da primeira academia STEAM (do inglês Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) no Vietnã para crianças entre 6 e 18 anos de idade. Fundada em 2017, ela já estabeleceu 16 unidades em cinco cidades pelo país.

Por meio de parcerias com outras 30 escolas vietnamitas, a academia consegue oferecer cursos tecnológicos de duração entre 9 e 18 meses, além de oficinas de programação de computadores durante as férias e feriados. A academia TEKY oferece módulos de programação, robótica, web design, comunicações e animações multimídia, com alunos passando cerca de 80% das aulas em interação direta com a tecnologia.

Cornell realiza novo evento de Empreendedorismo

Esforçar para Divergir. Deixar a inspiração acontecer de formas inesperadas.

Com este espírito, o núcleo de Empreendedorismo da Universidade de Cornell realiza seu encontro anual em Nova Iorque, sob o tema “Convergência Eclética”.

O espírito e o tema retratam bem a tradição desta que é uma das melhores universidades do planeta. Cornell, instituída há 153 anos atrás, nasceu já com a Diversidade e a Inclusão representadas em seu motto – “Any Person, Any Study” -, tendo sido a primeira universidade americana a aceitar negros e mulheres como alunos desde seu surgimento.

Visando promover divergências produtivas, Cornell reunirá no encontro diferentes visões e perspectivas sobre o empreendedorismo, e destas diferenças espera o surgimento de modelos de negócio e iniciativas empresariais mais modernas, robustas e resilientes.

O Cornell Entrepreneurship Summit 2019 ocorre no dia 8 de Novembro, no The Times Center e Nova Iorque. O elenco de palestrantes e as inscrições podem sere feitas no site oficial: http://summit.eship.cornell.edu/2019/index.php.

Rude Não!

Feliz ou não? Com a missão de prover serviços vencedores e desenvolver soluções inovadoras para a melhoria do atendimento ao público e da performance e satisfação das equipes dos seus clientes, em 2009 surgiu na Finlândia a HappyOrNot.

Tudo começou quando um dos fundadores da empresa, Heikki Vaananen, ainda na adolescência, se deparou com grande frustração em razão da rudeza de um atendimento em uma loja. Treze anos depois, Heikki já era um ativo programador de jogos para computadores, e ainda não havia se esquecido do episódio.

Sua empresa à época, a Universomo, trabalhava para alguns dos maiores nomes do setor em 2008, como Sega, Disney, Warner, e Lucas Arts. Foi quando um investidor americano comprou a sua empresa, e Heikki partiu para reflexões sobre suas opções para um novo negócio.

Terminal para Clientes e módulo gestor no celular do empreendedor

Naquele momento, ressurgiu o desejo de criar uma solução que ajudasse empresas a monitorar e evoluir o nível de atendimento provido aos seus clientes. Sua ideia caminhou para a produção de terminais físicos, que funcionavam como pequenos quiosques nas lojas ou pontos de atendimento para colher o retorno dos usuários quanto à satisfação no atendimento. As perguntas aos usuários apareceriam na tela do quiosque, onde seria possível responder pressionando uma das quatro figuras representando as condições de satisfação ou insatisfação. As questões podem contemplar respostas a respeito, por exemplo, da cordialidade dos atendentes, da qualidade do produto, ou da presteza na solução. A HappyOrNot consolidaria e enviaria os dados à empresa cliente.

Seu sócio e co-fundador da nova empresa, Ville Levaniemi, chegou a pensar que esta ótima ideia já teria sido implementada por concorrentes, mas surpreendeu-se ao não encontrar nenhuma outra empresa prestando este serviço naquele momento.

Hoje, a HappyOrNot é usada por milhares de clientes em mais de 130 países, entre eles: Aeroporto Heathrow de Londres, o time de futebol americano San Francisco 49ers, e a gigante Carrefour.

O primeiro grande cliente da empresa foi uma das maiores redes de supermercados da Finlândia, que começou com questionários de verificação da frescura de frutas e verduras em suas lojas. “Eles verificaram que, mesmo em suas melhores lojas, os usuários não estavam satisfeitos com o frescor dos produtos durante alguns momentos” disse Ville em entrevista à BBC. “Com os dados repassados ao nosso cliente, a rede pode, por exemplo, ajustar processos para que suas frutas estivessem frescas para atender os clientes noturnos nas lojas.”

Heikki e Ville (foto: HappyOrNot)

No início da empresa, quando começaram a buscar clientes internacionais, era comum o ceticismo e o desinteresse. “Já riram de nossa solução várias vezes” explica Ville. “Algumas empresas não nos levaram a sério, e não entenderam o valor que traríamos. Mas o que é particularmente interessante é que vária dessas empresas que disseram não inicialmente, tempos depois retornaram e implantaram nossa solução.”

Com mais de 25.000 terminais e quiosques operando hoje, a HappyOrNot já colheu mais de 1 bilhão de respostas de usuários aos seus clientes. Estes clientes pagam uma assinatura anual pelo serviço, e a HappyOrNot já fatura mais de 10 milhões de euros ao ano. Este serviço inclui, também, mecanismo de prevenção de fraudes por parte de funcionários que poderiam, repetidamente, apertar botões para majorar dados do seu interesse pessoal nos quiosques.

Especialistas em atendimento a clientes afirmam que há um crescente interesse por parte das empresas em melhorar seu nível de serviço em quesitos como cordialidade, presteza e precisão. Com o acirramento da concorrência, e o aumento de incertezas econômicas, tornasse cada vez mais importante acertar na primeira vez. Especialmente em relação a funcionários desatentos ou mal-humorados, há o risco de se espantar os clientes, os quais, em sua maioria, nunca retornam a uma loja onde foram mal atendidos, além de espalharem recomendações ruins aos seus amigos quando isso acontece.

A HappyOrNot torna-se, portanto, um apoio à competitividade destes empreendedores que lidam cotidianamente com o consumidor final.

Acabou a disciplina

A Finlândia é conhecida em todo o mundo por ter um dos melhores sistemas educacionais. O país aparece consistentemente no topo das classificações internacionais. Apesar desse alto padrão de educação, os finlandeses continuam a desafiar as fronteiras e estão fazendo mudanças que pretendem revolucionar o funcionamento do sistema escolar.

Funcionários do sistema educacional finlandês sugerem a retirada do conceito de ‘disciplinas escolares’ do currículo. Pela nova abordagem, não haverão mais aulas de matemática, história, física, literatura ou geografia de forma independente e desconexa.

O chefe do Departamento de Educação de Helsinque, Marjo Kyllonen, explica as mudanças: “Há escolas que estão ensinando de uma maneira antiga, que foi benéfica no início dos anos 1900 – mas as necessidades não são mais as mesmas, e precisamos de algo adequado para o século 21.”

Em vez de matérias individuais, os alunos estudarão eventos e fenômenos em um formato interdisciplinar. Por exemplo, a Segunda Guerra Mundial será examinada a partir da perspectiva da história, geografia e matemática. E fazendo o curso “Trabalhando em um Café”, os alunos absorverão todo um conjunto de conhecimentos sobre a língua inglesa, economia e habilidades de comunicação.

Este sistema inovador está sendo introduzido a estudantes mais velhos, começando com a idade de 16 anos. A idéia geral é que os estudantes devem escolher por si mesmos quais tópicos ou fenômenos desejam estudar, tendo em mente suas ambições para o futuro e suas capacidades. Desta forma, nenhum aluno terá que passar por um curso completo de física ou química, se questionando “Por que eu preciso saber isso?”

O formato tradicional da comunicação professor-aluno também está mudando. Por exemplo, ao invés de ficarem passivamente em suas carteiras ouvindo aos professores, os alunos agora trabalham em grupos menores, colaborando em projetos, e não apenas recebendo tarefas escolares e deveres de casa.

“Precisamos realmente repensar a educação e redesenhar nosso sistema, para preparar nossos filhos para o futuro com as habilidades necessárias para hoje e amanhã”, disse Marjo Kyllonen, gerente de educação de Helsinque, que lidera a mudança.

O sistema educacional finlandês incentiva o trabalho coletivo, e é por isso que as mudanças também afetam os professores. A reforma educacional exige uma grande cooperação entre professores de diferentes disciplinas. Mais de 70% dos professores em Helsínque já realizaram trabalhos preparatórios em consonância com o novo sistema de apresentação de informação e, como resultado, recebem um bônus salarial. Espera-se que essa transformação seja concluída até 2020.

Polícia à procura de Startups

Com quase 60 mil assassinatos por ano, registra-se, no Brasil, mais do que o dobro da soma de mortes na Síria e Afeganistão, países em guerra. Essas estatísticas absurdas não se restringem aos crimes hediondos. Apenas 0,03% dos furtos e roubos são solucionados.

Para ajudar na transformação da segurança pública nacional, policiais federais e rodoviários federais apostam na inovação e lançam o 1º Concurso de Tecnologias Policias – Startpol.

A iniciativa é da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) e da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), sob organização da empresa Major Tom e conta com parceiros estruturantes, com inscrição online gratuita e aberta às Startups interessadas até o dia 18 de Março de 2019.

O objetivo é selecionar startups brasileiras que apresentem iniciativas inovadoras em segurança pública, em qualquer das 39 áreas tecnológicas contempladas, como: Tecnologia da Informação e Comunicação, Química, Biotecnologia, Mecânica e Manufatura e Tecnologias Aplicadas. As inscritas concorrem por subvenção econômica, apoio tecnológico e suporte em gestão e comercialização. Os projetos qualificados receberão financiamento direto de empresas investidoras e estarão qualificadas para aceleração pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), em qualquer unidade tecnológica de sua rede credenciada presente em todas as regiões do Brasil. As empresas investidoras poderão, ainda, oferecer suporte no desenvolvimento tecnológico, em gestão e comercialização. O modelo inovador do edital permite a aceleração de um número indeterminado de startups a depender da quantidade de selecionados.

Polícias de todo o planeta estão apostando na Inovação

A seleção, qualificação e validação técnica dos projetos será realizada por banca de especialistas convidados e indicados pelas instituições policiais realizadoras.

Como parceira na curadoria para estruturação e seleção das Startups, a Epicentor está apoiando esta importante iniciativa. Para a empresa, esta pode ser, inclusive, uma oportunidade para que empreendedores demonstrem suas soluções às Polícias do Brasil, podendo ainda conquistar outros mercados estrangeiros.

Além da Embrapii e da Epicentor, participam, como parceiros, instituições tecnológicas, educacionais e empresariais de referência como: CDT/UnB, FEA /USP, GS1 Brasil, Mense, UniCEUB, UVV.

Serviço:

Inscrições até 18/03/2019

Conheça mais sobre esta iniciativa em www.startpol.com.br

Dúvidas e esclarecimentos em canal WhatsApp Startpol 61 98111.0106

Abuso de tecnologia médica mata e dá prejuízo, mas tem solução!

André Ramos
André Ramos

A máxima de que a diferença entre remédio e veneno é a dose também vale para o uso de tecnologias da Saúde. Seus efeitos adversos diretos para o paciente ou indiretos pela inanição financeira do sistema de Saúde em decorrência de seu uso indiscriminado tem causado grandes prejuízos socioeconômicos. Neste contexto se inclui tecnologias de diagnóstico, cirúrgicas, de tratamento, de reabilitação e de informação.

O problema fica evidente quando o Dr. Claudio Lottenberg cita que nos EUA o abuso da tecnologia já é a terceira maior causa de mortes e é responsável por 30% dos custos da Saúde [1]. Fácil supor que os números do Brasil não sejam melhores, logo boas práticas que minimizem essa problemática, tal como a integração dos agentes de Saúde, deve ser objeto de atenção e de ação imediata para o necessário combate à inflação médica.

Mas como mitigar o abuso de tecnologias na Saúde? Embora NÃO exista “bala de prata” a melhor resposta é usando a própria tecnologia! Sim, se deve utilizar tecnologia, especificamente software, para disseminar e gerir a adoção das boas práticas que remetam ao uso racional das tecnologias ao mesmo tempo em que promovam diagnósticos precoces. Para isso existem softwares para educação médica continuada em larga escala, para levantamento de suspeitas diagnósticas, para discussão de casos, para apoio cirúrgico e tratamento, assim como para a gestão técnica de equipes médicas.

A mudança em favor da racionalidade do uso de tecnologias passa obrigatoriamente pelo Governo e pelas Operadoras de Saúde, afinal compete a estes agentes a proposição e a sustentação de modelos de atenção economicamente viáveis e eles não estão parados. Já temos vários casos de sucesso, o que falta é que a Saúde como um todo se inspire nestes casos pontuais para escalarem seus modelos para as demais especialidades. A título de exemplo temos o sucesso do programa de incentivo ao parto normal em detrimento do parto cesariano do Ministério da Saúde e na iniciativa privada a Bradesco Saúde já começa a colher bons resultados econômicos com a atenção básica.

Em plena noite de natal, o que reforça a importância social do tema, o noticiário demonstrou que as operadoras estão investindo em Atenção Básica de Saúde como forma de evitar internações e consequentemente evitar possíveis abusos de tecnologias e seus custos inerentes. A matéria cita especificamente a Bradesco Saúde que está investindo na criação clínicas de atenção básica em todo o Brasil. Também foi citado o caso de Florianópolis que tem 75% do seu corpo clínico especializado em Saúde da Família que por sua vez pratica a atenção básica diretamente na residência dos pacientes. Independente da abordagem, fica claro que há resultados positivos na medida em que há a redução de custos em relação ao modelo prevalente pautado em consultas com vários especialistas intercaladas a visitas aos prontos-socorros. [2]

Interessante destacar que é ínfimo o número de médicos especializados em Saúde da Família no Brasil, pouco mais de 5 mil, e estimular clínicas, hospitais e as próprias operadoras a também adotarem as boas práticas da Saúde da Família é um desafio técnico e especialmente econômico. De todo há soluções que passam, por exemplo, pela remuneração baseada em resolutividade (Medicina Baseada em Valor) e pela adoção de protocolos da Medicina Baseada em Evidências padronizados e devidamente gerenciados.

Para a padronização das melhores práticas por uma operadora ou Governo seria preciso que eles definissem um bom acervo de protocolos, treinassem os médicos e gerissem o uso dos protocolos. Outro desafio seria sensibilizar, primeiro, os médicos e, depois, os hospitais e clínicas credenciados a adotarem os protocolos e neste ponto a remuneração baseada em sucesso é uma opção. Não é uma tarefa fácil, mas é possível. Há casos de sucesso tanto nos EUA, quanto o Brasil.

O Johns Hopkins Hospital corrobora a problemática dos crescentes custos da Saúde mundial em uma infinidade de artigos, assim como atribui grande parte desses custos ao burnout da equipe médica que hoje chega a perder 70% do seu tempo com burocracia [3]. Com diagnóstico claro, o Johns Hopkins Hospital partiu para a ação e adotou um software da empresa Nuance. Segundo portal Healthcare IT News, os resultados foram extraordinários ao ponto de muitos médicos relatarem terem redescoberto seu amor pela medicina, amor que inclui dar a devida atenção ao paciente em detrimento da burocracia. Equipes motivadas também motivaram pacientes e promoveram a redução de custos da operação. O software que eles utilizaram foi uma espécie de chatbot com reconhecimento de voz no qual os médicos ditam o atendimento. [4]

“A carga da documentação é um dos principais contribuintes para o esgotamento do médico, uma vez que os profissionais se sentem sobrecarregados com a quantidade de informação que precisam para digitar nos Prontuários Eletrônicos” (Healthcare IT News, 2018)

No Brasil, assim como nos EUA, os prontuários não reduzem a burocracia [3], mas existem alternativas. A título de referência cito o caso de sucesso de dois hospitais especializados em oftalmologia, o CBCO de Goiânia e o CBV de Brasília, que investiram na Mindify, um software para automação de protocolos com objetivo de padronizar e otimizar seus protocolos de atendimento. Segundo relato do patrocinador do projeto o Dr. Marcos Ávila durante o Research Day da Universidade Federal de Goiás (UFG) a Mindify reduz significativamente a burocracia clínica na medida em que usa IA para otimizar a interação dos médicos com o software, inclusive alguns dos médicos relataram que a interface baseada em cliques da Mindify é mais simples do ditar (verbalizar) o atendimento. Na Mindify os protocolos são parametrizados segundo os interesses do contratante e neste contexto o CBV elegeu o Dr. Mauro Nishi como responsável técnico pela definição dos protocolos. Segundo Nishi os protocolos são capazes de padronizar os atendimentos na medida em que capacitam as equipes médicas de forma automatizada e de baixo custo. Software simples de usar e que capacita a equipe médica promove a geração de dados clínicos do mundo real de alta qualidade que por sua vez são usados para gestão do uso os próprios protocolos.

Ainda na temática da redução da burocracia no Brasil há caso de sucesso do Robô Laura, solução capaz de processar os dados dos monitores multiparamétricos disponíveis nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para alertar proativamente a equipe médica em caso da eminência da ocorrência de sepse. Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse, atualmente a sepse é a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. O Robô Laura reduz mortes por ser capaz de identificar minúsculas variações nos sinais vitais indicativas da eminente entrada do paciente em estado de sepse. Neste contexto, o software reduz as chances e óbito ao mesmo tempo em que reduz a burocracia ao processar automaticamente grandes quantidades de dados para evidenciar os casos que realmente precisam da atenção da equipe médica.

Já para integrar soluções, como a Mindify e o Robô Laura, aos processos hospitalares existem soluções de integração como a proposta pela Sollis Inovação, que permite a troca bidirecional de informações de saúde entre médicos, pacientes, farmácias, laboratórios, hospitais e clínicas. A Sollis seria um hub de integração de informações entre as inovações capazes de mitigar a problemática da Saúde aos tradicionais prontuários eletrônicos do mercado. Ou seja, operadoras de saúde, hospitais, clínicas e até o SUS podem sim se beneficiar das inovações técnicas para a equipe médica sem impactar suas rotinas administrativas e contábeis.

“Dados de boa qualidade centrados no paciente são essenciais para a integralidade do atendimento que leva a diagnósticos precoces e a redução dos custos da Saúde” (Carlos Eli Ribeiro, especialista em Saúde Pública, CEO da Sollis).

Sim, a integração da Saúde é a solução e, sim, existem inúmeras tecnologias já disponíveis para esse propósito que vão além da simples integração de dados, passando pela definição de processos e até pela educação médica continuada. Cabe agora às operadoras e aos hospitais e clínicas de referência localizarem ou simplesmente darem abertura às empresas que produzem essas soluções. Naturalmente existem riscos, afinal eles são inerentes a qualquer inovação relevante, mas os riscos podem ser mitigados com projetos pilotos e por contratos muito bem estruturados.

O ano de 2019 promete, por que não ser a sua a empresa a protagonizar o combate ao burnout médico ao mesmo tempo em que promove o uso racional da tecnologia médica?

Referências

[1] LINKEDIN PULSE, CLÁUDIO LOTTENBERG. Integração na Saúde. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/integra%C3%A7%C3%A3o-na-sa%C3%BAde-claudio-lottenberg>

[2] JORNAL NACIONAL. Planos de saúde começam a investir em medicina de família. Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/12/25/planos-de-saude-comecam-a-investir-em-medicina-de-familia.ghtml>

[3] LINKEDIN PULSE, ANDRÉ RAMOS. Uma [segunda] receita para o prontuário eletrônico. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/uma-segunda-receita-para-o-prontu%C3%A1rio-eletr%C3%B4nico-andr%C3%A9-ramos>

[4] HEALTHCARE IT NEWS. AI assisted conversational technology from Nuance reduces the documentation burden on clinicians, allowing them to rediscover the joys of practicing medicine. Disponível em: <https://www.healthcareitnews.com/news/johns-hopkins-taps-nuance-tech-help-fix-physician-burnout>

SLUSH 2018

Mais de 20.000 participantes, sendo 3.100 startups, 1.800 investidores, 600 jornalistas e 1.000 voluntários que vem de mais de 130 países para participar de uma agenda intensa com mais de 300 diferentes atividades, além do fundamental: o matchmaking de encontros para investimento nos negócios de alto impacto!

Mantendo a tradição disruptiva dos anos anteriores, a 11ª edição do SLUSH, principal evento global para Startups e Investidores, reúne a nata empreendedora high-tech do planeta nestes 4 e 5 de Dezembro em Helsinque – Finlândia.

Andreas Saari anuncia a Slush Academy no palco do Slush 2018

Orquestrando todo este trabalho está o diretor executivo, Andreas Saari, que na sua mensagem de abertura do evento anunciou o lançamento da Slush Academy, um novo programa com foco em impulsionar o ensino empreendedor, contando com parceiros estratégicos, como: Oxford Saïd Business School, London Business School, Aalto University, UC Berkeley, Singapore University of Technology and Design, Stockholm School of Economics, Korea Advanced Institute of Science & Technology, IE Business School, Polytechnic University of Catalonia, Aalto Venture Program, Atomico, Accel Partners, Supercell, Klarna e Unity Technologies.

Este programa promete oferecer educação inovadora em empreendedorismo aos melhores alunos universitários de todo o mundo, provendo gratuitamente a esses o acesso a mentores, capital e treinamento para o empreendedorismo de alto impacto, inclusive com estágios em empresas em crescimento (Scale-ups) e em ex-startups que se tornaram grandes players. “O Slush Academy reforça o conceito original do próprio Slush, que foi criado para mudar as atitudes em relação ao empreendedorismo, ajudando empreendedores a prosperar e transmitir seus conhecimentos para a próxima geração de fundadores”, disse Saari.

As fundadoras da Backing Minds Sara Wimmercranz e Susanne Najafi

E o SLUSH deste ano (#slush18) conta, ainda, com diversas estrelas de primeira grandeza em seus palcos, como: Werner Vogels (Amazon), Julia Hartz (Eventbrite), Bill Ready (PayPal), Sebastian Siemiatkowski (Klarna), Casey Winters, Katarina Berg (Spotify), e Cal Henderson (Slack), entre vários outros.

Palestrante no primeiro dia do evento, Risto Siilasmaa, Chairman da Nokia ressaltou o princípio da responsabilidade do gestor. “Tudo o que dá certo ou errado é culpa do empreendedor”, disse ele, reforçando que cabe ao empreendedor consolidar uma atmosfera de co-responsabilidade que inclua todos os gestores e equipes. “É uma tarefa essencial, porém nada fácil de se realizar”.

Negócios

Nos últimos cinco anos, o SLUSH passou a dar atenção ao seu papel de ponto de encontro e interação entre os empreendedores de negócios disruptivos (os “founders”), e os investidores interessados em descobrir as novas Unicórnios. O evento tornou-se, assim, a principal agenda na Europa para este “matchmaking”. Em 2018, mais de 1.800 investidores participam do evento, representando cerca de 350 fundos de venture capital, com fôlego de mais de U$ 200 bilhões para investir.

Mesas de reunião sempre cheias no SLUSH. Negócios em crescimento.

E a dinâmica do evento é realmente pensada para este público. Com uma ferramenta própria para que os participantes agendem suas reuniões com base em interesses convergentes, mais de 10.000 encontros de 30 minutos cada já estavam marcados logo antes da abertura do evento. Centenas de mesas numeradas, servidas por uma cafeteria dedicada aos empresários, acolhem empreendedores e investidores em busca de estruturar negócios de alto crescimento.

Histórico do SLUSH

O Palco Verde do #Slush18

Iniciado há dez anos em Helsinque, sob a organização de estudantes, o SLUSH contou com 150 participantes. Contando com apoio de parceiros acadêmicos e empresariais, porém mantendo sua liderança estudantil, continuou realizando sua edição anual na Finlândia, que é hoje o principal encontro europeu entre startups e investidores. Além disso, cresceu mundo afora e, neste ano, o Slush também organizou eventos em Tóquio, Shanghai e Cingapura.

E almejando voos ainda mais altos, Timo Ahopelto, presidente do conselho do Slush, planeja mais crescimento. “Quando o Slush começou, a Finlândia não figurava no mapa do investimento estrangeiro. Agora, o Slush estabeleceu sua posição como um dos mais importantes pontos de encontro de empreendedores disruptivos e investidores do planeta”, disse Ahopelto.

Não é à toa que, anualmente nesta época, a neve de Helsinque se derrete.

Ela vai Ler seus Desejos

Lana Awad

A bioengenheira Lana Awad somente entendeu que tinha problemas de visão quando chegou ao nono ano escolar. Estes problemas eram oriundos de uma desordem genética e, mesmo com o uso de óculos, sua visão estaria comprometida. E foi somente após buscar adiante em seu livro de biologia que ela encontrou, por sorte, sobre a disfunção genética que acomete a visão, e compreendeu que era este o seu problema.

Ninguém nunca falou muito sobre o problema de Awad durante sua infância ou adolescência — primeiro na Síria, depois na Arábia Saudita — porque, “no Oriente Médio, há um enorme estigma social contra os deficientes,” disse ela.

Estimulada pelo desejo de entender mais sobre sua própria condição e sobre a genética em geral, Awad se mudou para os Estados Unidos em 2007 para estudar no Massachusetts Institute of Technology – MIT, onde obteve sua graduação em bioengenharia. E depois de três anos trabalhando com restritas estatísticas de testes clínicos, ela se matriculou na Harvard T.H. Chan School of Public Health onde se graduou no mestrado em biologia computacional e genética quatitativa.

Neuro Tecnologia que transformará a Humanidade

Iniciativas pioneiras como a do Nicolelis Lab da Duke University, que estudam codificação neural, interfaces cérebro-máquina e neuropróteses em pacientes humanos, abrem caminho para novas iniciativas subsequentes. O Nicolelis Lab desenvolve estudos em abordagem neurológica e psiquiátrica integrada para o tratamento de desordens como o Parkinson e a epilepsia. Estes trabalhos entusiasmam a sociedade global com projetos inusitados, como o “Andar de Novo” (Walk Again Project) que obteve resultados impressionantes com paraplégicos e tetraplégicos controlando exoesqueletos, como o que deu o pontapé inicial da bola na Copa do Mundo de 2014.

Image result for Thomas Reardon, CEO, CTRL-labsE, em ação correlata, a engenheira Lana Awad se integrou a um time para formar a CTRL-labs, uma startup tecnológica de neurociência baseada em Nova Iorque, com a missão de criar interfaces neurais não-invasivas visando habilitar humanos a decodificar nossas intenções para as máquinas. Em conjunto com um time de experts que inclui Joshua Duyan como diretor de estratégia, e sob a presidência do co-fundador Thomas Reardon – que foi antes o líder da equipe da Microsoft que criou um dos aplicativos mais utilizados do planeta: o Internet Explorer – a CTRL-labs prepara um significativo anúncio para o final deste ano.

Captura de Intenções

O time da CTRL-labs acredita que os humanos não são restritos quanto à recepção de informações, visto que nosso cérebro consegue absorver e interpretar um enorme montante de informações simultâneas, como som, temperatura, dor, visão, odor, sabor, entre outros. Entretanto, a empresa percebe que somos sim bastante limitados quanto à reação, principalmente motora, dadas as limitações físicas de nosso corpo – voz, ação muscular, etc – e também às formas com que interagimos com equipamentos, outros organismos e com o planeta. Um exemplo disso ocorre quando percebemos o aumento estrondoso de acidentes de trânsito decorrentes do uso de smartphones por motoristas.

Quando a inteligência artificial e as interfaces neurais se unem, surge a possibilidade de facilitação deste problema de interação humana-máquina. A Captura de Intenções possibilita que a atividade elétrica que representa as correntes de informação do sistema nervoso possam ser aplicadas diretamente a instrumentos sem a necessidade de uma ação motora por meio de um controlador – como um volante, um joystick, um microfone ou um teclado. Além disso, a Captura de Intenções possibilitará a criação de uma nova gama de aparelhos úteis à sociedade, como exoesqueletos, sistemas de transporte, instrumentos industriais, entre outros.

O desafio da Captura de Intenções é a decodificação de neurônios reais em neurônios digitais utilizando técnicas de miocontrole (muscular – onde o controle é exercido pelo humano com gestos físicos) e de neurocontrole (neural – onde o controle é ensinado pelo humano para a máquina sem movimentos musculares).

Com lançamento previsto para Dezembro deste ano, a CTRL-labs almeja propiciar a parceiros e desenvolvedores o ferramental necessário para construir aplicações voltadas à Captura de Intenções. O kit é composto por: hardware – módulo não-invasivo e sem fio que decodifica neurônios individuais por biosensores multimodais;  SDK e API – módulo de fácil setup para reconstrução de posição da mão, modelagem de força e tensão e EMG dashboard; e Captura – módulo de algoritmos com poderosas redes neurais, com decodificadores de linguagem biológica de neurônios.

Assim sendo, parece que muito em breve, a Lana realmente estará lendo seus desejos.

Novo presidente terá ciclo de oportunidades com a China

XANGAI: NOVO PRESIDENTE TERÁ CICLO DE OPORTUNIDADES COM A CHINA (FOTO: PEXELS)

REPRODUÇÃO DE ARTIGO PUBLICADO PELA ÉPOCA NEGÓCIOS
POR HUMBERTO LUIZ RIBEIRO, LARISSA WACHHOLZ E FELIPE ZMOGINSKI*

Atribui-se aos chineses o ditado segundo o qual a melhor hora para se plantar uma árvore foi há 20 anos e a segunda melhor é agora. Há duas décadas, nossas exportações totais anuais eram de pouco mais de US$ 50 bilhões, momento em que a China respondia por singelos 2% das compras de nossos produtos e serviços. Ao fim de 2017, no entanto, nosso cliente asiático comprou, sozinho, US$ 47 bilhões, um valor maior que o total de nossas exportações em 1999. Obviamente, a aceleração das exportações brasileiras aconteceu também para outros destinos, mais que quadruplicando o valor total exportado, especialmente na década compreendida entre 2003 e 2013. Nenhum importador de nossos produtos, contudo, apresentou demanda que se aproximasse da chinesa.

Ascendendo de 2% para 20% a ordem de grandeza de sua participação em nossas exportações totais neste período de 20 anos, ou, em valores absolutos, crescendo quase 50 vezes, a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil. Como comparação, tanto o Mercosul, quanto os Estados Unidos, que tiveram neste período um comportamento semelhante, saíram de um valor absoluto de cerca de 9 bilhões de dólares em 1997, para US$ 22 bilhões e 26 bilhões respectivamente, em 2017.

Os números demonstram, de forma inequívoca, que o plantio da “primeira árvore” foi profícuo e indicam que, como no ditado chinês, pode ser esta a hora de fazermos novo plantio. Os desafios para explorar as oportunidades bilaterais, no entanto, são agora, proporcionalmente mais difíceis e complexos, dada a desaceleração do crescimento chinês e os novos paradigmas tecnológicos, políticos e demográficos que se impõem a nosso parceiro asiático.

Os próximos vinte anos

A confluência de múltiplos adventos transformadores é uma realidade na economia global que impactará as economias brasileira e chinesa com força relevante. O primeiro elemento é o da mudança populacional, influenciando mudanças nos hábitos e demandas de consumidores, bem como nas políticas públicas. No caso do Brasil, passado o ápice do bônus demográfico, entramos em uma fase de crescente envelhecimento da população com estreitamento da base da nossa pirâmide etária. Já a China, assimilando os resultados de décadas de políticas de gestão populacional, a exemplo da do filho único, vive ainda a fase de forte migração de cidadãos do campo para as cidades. Contribui para o cenário de mudanças, a transformação da economia chinesa, antes focada na exportação e no investimento, para um modelo baseado no consumo e nos serviços, expandindo a matriz de possibilidades empresariais no país. Completa o tripé de mudanças estruturais em curso na China, a revolução tecnológica que adiciona o uso intensivo de robótica, inteligência artificial e biotecnologia em sua produção.

Dados estes adventos, surgem diversos riscos e oportunidades para Brasil e China. O sucesso econômico individual de ambos, definido como consequência dos seus posicionamentos como protagonistas ou como caudatários no novo arranjo competitivo global, passará pela forma como aproveitarão modelos que viabilizem a educação, a empregabilidade e o bem-estar de seus povos, abraçando soluções como o empreendedorismo digital, as cidades inteligentes, os serviços urbanos e a economia compartilhada como indutores da cidadania, sustentabilidade e prosperidade inclusiva.

Neste contexto, independente do resultado das urnas deste 28 de outubro, os fluxos comerciais entre Brasil e China devem se manter em expansão nos próximos anos. Publicação recente do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) constata um crescimento de 27% na corrente de comércio entre os dois países entre janeiro e setembro de 2018 em comparação ao mesmo período em 2017, totalizando 74 bilhões de dólares. O Brasil teve superávit de mais de 20 bilhões de dólares no período, com crescimento de 24% nas exportações e de 35% nas importações da China.

A expectativa é de contínuo crescimento da demanda chinesa pelos produtos que ocupam a maior parte da pauta de exportação brasileira, notadamente soja, petróleo e minério de ferro, responsáveis por 84% de nossas exportações para o país asiático. Ainda assim, devemos estar atentos a alguns aspectos que podem impactar os fluxos comerciais. O “novo normal” da economia chinesa aponta para um crescimento mais moderado da economia, da ordem de 7% ao ano, em oposição ao crescimento de dois dígitos que se observava até anos recentes. Também, a guerra comercial entre China e Estados Unidos, ainda que gere ganhos momentâneos ao Brasil, tem o potencial de levar a soluções negociadas de forma bilateral, deixando-nos fora do arranjo.

A transição para a economia baseada no consumo por que passa a China, no entanto, apresenta novas oportunidades para a diversificação da pauta exportadora brasileira. Neste sentido, o governo chinês anunciou em 2017 a intenção de importar produtos e serviços no valor de 10 trilhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos. Consoante a esse propósito, organiza, em novembro de 2018, uma grande feira de importação em Xangai, para a qual anuncia a participação já confirmada de mais de 80 países, entre os quais o Brasil, que enviará cerca de 90 empresas.

Investimentos chineses e oportunidades para o Brasil

A questão que se coloca é sobre como o Brasil pode ser competitivo e aproveitar a oportunidade que se apresenta de vender à China produtos de maior valor agregado. Uma das possíveis respostas está na atração de investimentos chineses, que podem contribuir para o aumento da competitividade brasileira de diferentes maneiras, como por exemplo, o comércio “intrafirmas”.

Neste modelo, empresas brasileiras com participação chinesa poderiam servir de base para a presença de multinacionais chinesas na América Latina, sobretudo no que diz respeito à instalação de plantas industriais. Como maior mercado do continente, o Brasil é um caminho natural para atender os mercados sul-americanos. Além da escala do mercado nacional, concorre para isso a entrada em vigor, já em 2019, de uma série de acordos firmados entre o Mercosul e os demais países do continente, que farão da América do Sul uma área de livre comércio de bens. Tal vantagem competitiva poderá ser ainda mais ampliada com a provável conclusão de acordos atualmente em negociação com o Canadá e com a Associação de Livre Comércio da Europa (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein).

A participação de companhias chinesas no capital de empresas brasileiras poderia servir a um melhor acesso para os produtos brasileiros, sobretudo do agronegócio, à China. O contrário também é verdadeiro e deveria ser explorado: a presença do capital brasileiro em projetos na China, como na agroindústria. A sofisticação dos laços de investimento entre os dois países por meio da formação de parcerias reduz a exposição do Brasil a decisões de caráter protecionista, sob pena de tais medidas prejudicarem o próprio capital chinês. As exportações de proteína animal, por exemplo, seriam beneficiadas pelo acesso mais amplo ao mercado chinês e, ainda, pela possibilidade de agregação de valor ao produto final ainda na planta brasileira (cortes especiais, beneficiamento, etc.), como já ocorre com exportações de carne da Austrália para aquele país asiático.

Além do acesso ao mercado de forma mais ampla, laços de investimento são úteis na conexão com o consumidor final pela constituição de canais de venda eficientes. Uma das muitas revoluções que acontecem na China neste momento é a do comércio eletrônico. De acordo com o Ali Research Institute, instituto de pesquisas da plataforma de vendas Alibaba, o varejo via internet na China cresceu em média 46% ao ano entre 2012 e 2017, alcançando 14,3% do total de vendas do varejo no país em 2016. Uma das áreas de destaque é o comércio de comida pela internet. Como importante exportador de alimentos que é, o Brasil precisa estar presente neste canal, o que não é fácil nem barato. Ter ao lado um parceiro local poderia facilitar muito o processo.

Após uma década de investimentos em setores como commodities e infraestrutura, nos últimos dois anos o capital chinês também derramou-se sobre startups de tecnologia do Brasil, como o app de taxis 99 e a fintech Nubank, que receberam aportes de Didi e Tencent, duas das maiores companhias digitais do mundo. Este novo perfil de investimento, usualmente denominado “smart money”, é especialmente interessante ao Brasil por trazer consigo expertise digital e de mercado e transferência de tecnologia, notadamente em setores como aplicação de linguagem natural, mapas digitais e ferramentas de análise preditiva, conceitos tecnológicos essenciais para a competitividade das empresas globais nos próximos anos.

Não se pode falar de competitividade sem destacar a infraestrutura e a logística, setor em que os chineses têm muito a contribuir. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reportou recentemente a enorme queda no patamar geral de investimentos no Brasil a partir de 2014, o que impacta contrariamente o desejo brasileiro de modernizar sua infraestrutura. Com a escassez de investimentos públicos brasileiros na ordem de centenas de bilhões de dólares ao ano, é preciso contar com a participação do setor privado nacional e internacional. As empresas chinesas têm a capacitação técnica necessária e a determinação para investir fora da China, uma vez que o modelo de crescimento que se desenha naquele país prevê menor peso aos investimentos domésticos em infraestrutura, pressionando as empresas locais a buscar projetos fora do país, sob o relevante estímulo da iniciativa “One Belt, One Road” para desenvolvimento e investimento estratégico no exterior. Com tamanho continental e graves déficits de infraestrutura, o Brasil é um celeiro de oportunidades para projetos nesse setor. Ainda que complexas e intricadas, as oportunidades estão ao alcance da política externa e comercial do próximo presidente brasileiro, que poderá optar em seguir – ou não – a máxima chinesa de que o melhor momento para plantar uma árvore é agora.

*Humberto Luiz Ribeiro é membro do World Economic Forum, professor-visitante da Cornell University e foi secretário de Comércio e Serviços do Governo Federal (2011-2014); Larissa Wachholz é mestre em Estudos Contemporâneos da China pela Renmin University of China e sócia da consultoria especializada em China Vallya; Felipe Zmoginski foi executivo do serviço de buscas chinês Baidu e fundador da Associação Brasileira de Inteligência Artificial.

Canadense North promete nova visão

Vem do Canadá a nova esperança do mundo dos “wearables”: o Focals, óculos inteligente da startup North.

Seguindo uma trilha que se provou nada fácil para diversas gigantes, como a Google com seu Google Glass e a Intel com seu Vaunt, a North lançou hoje seu aparelho e promete enfrentar o desafio de mercado com o apoio de outra líder global de tecnologia: a Amazon.

Apostando no apelo de seu design para alcançar grande massa de consumidores, o Focals Focals smart glassespreferiu apostar no estilo tradicional ao invés do futurístico. Os óculos, que se conectam ao seu celular via Bluetooth, tem um pequeno projetor que apresenta dados aos olhos do usuário. Mensagens, horário, clima, e até mesmo um pedido de um carro do Uber fazem parte do repertório de informações.

Além disso, os Focals se conectam à Alexa, assistente pessoal digital da Amazon, o que lhes propicia oferecer uma ampla oferta de serviços digitais aos usuários, como serviço de mapas e direções, interação via voz, e recebimento de informações sonoras por meio de um pequeno auto-falante.

O comando de voz é uma das formas de interação com o aparelho. A outra vem no formato de anel e se chama “Loop”. O Loop é um joystick multidirectional que, quando pressionado, viabiliza um “clique” de seleção do desejo do usuário. Tudo isso sem a necessidade de se erguer a mão.

Funcionalidade e estilo convergem nessa novidade da North, que escolheu não incorporar uma câmera ao modelo, eliminando críticas recebidas por seus concorrentes quanto à quebra de privacidade do público ao redor de um usuário. O resultado é um bom exemplo de incorporação tecnológica à silhueta da armação convencional de um óculos, resultando em uma discreta forma de acesso a grandes poderes informacionais.

Baterias podem ser convenientemente carregadas no estojo que acompanha os óculos.

Com preço esperado de 1.000,00 dólares nos Estados Unidos, os Focals são vendidos através do site da North e devem começar a ser entregues no final deste ano aos clientes.

O investimento de mais de U$ 140 milhões captado pela North veio não somente da Amazon – Amazon Alexa Fund – mas também da Spark Capital, Intel Capital e ainda Y Combinator.

MIT se reinventa para inventar o Futuro

MIT (por Christopher Harting)

O Massachusetts Institute of Technology – MIT anunciou este mês um compromisso de U$ 1 Bilhão voltado a oportunidades e desafios globais face à prevalência da computação e o crescimento da inteligência artificial (IA).

A iniciativa marca o mais relevante investimento específico em computação e IA já feito por qualquer instituição acadêmica americana, e ajudará a posicionar o país na liderança global na preparação para a rápida evolução do tema.

Stephen Schwarzman

No coração desta empreita se encontra a nova Faculdade de Computação – MIT Stephen A. Schwarzman College of Computing – viabilizada por uma doação de U$ 350 milhões recebida do próprio Sr. Schwarzman (foto), presidente e co-fundador da gestora de investimentos Blackstone.

O vídeo de anúncio da iniciativa pode ser encontrado clicando aqui.

O Massachusetts Institute of Technology é uma universidade independente e coeducacional, localizada em Cambridge, Massachusetts. Sua missão é a de avançar o conhecimento; educar alunos em ciências, engenharia e tecnologia; e enfrentar os principais problemas afetando o mundo hoje.

O Futuro da Energia Nuclear no Mundo de Baixo Carbono

Como pode o mundo alcançar as fortes reduções de emissão de carbono necessárias para frear e reverter os impactos da mudança climática? Os autores de um novo estudo do MIT afirmam que, ao menos que se incorpore significativamente a energia nuclear ao mix global de tecnologias energéticas de baixo carbono, o desafio será bem mais difícil e caro de ser resolvido. Entretanto, para que a energia nuclear ocupe sua posição como uma fonte relevante de energia de baixo carbono, questões de custo e de política precisam ser endereçadas.

No relatório “The Future of Nuclear Energy in a Carbon-Constrained World” lançado pelo MIT Energy Initiative (MITEI) no dia 3/Set, os autores analisam as razões para a atual estagnação global na capacidade energética nuclear — que conta com cerca de apenas 5% da produção primária de energia global — e discute medidas que possam ser tomadas para reverter esta situação.

O grupo de estudo, que conta com a participação de pesquisadores do Idaho National Laboratory e da University of Wisconsin at Madison, estará apresentando o trabalho em Londres, Paris, Bruxelas, Washington e Tóquio nestas próximas semanas. Também colaborando com os estudantes de graduação e pós-graduação do MIT neste estudo, estiveram membros da Harvard University e diversos “think tanks”.

“Nossa análise demonstra que atingir o potencial da energia nuclear é essencial para alcançar um futuro energético descarbonizado em várias regiões do planeta,” diz o co-chair do estudo Prof. Jacopo Buongiorno, do Departamento de Ciências e Engenharia Nucleares do MIT. Ele acrescenta, “Incorporar novas políticas e modelos de negócio, assim como inovações nos projetos e construções que viabilizem plantas nucleares mais efetivas e de menor custo, poderiam habilitar a energia nuclear como provedora para a crescente demanda energética global ao passo em que reduziria as emissões de carbono para termos um menor impacto climático.”

Abordando a matriz energética, o consumo elétrico, a fabricação de plantas padronizadas, o novo papel dos governos, bem como outras perspectivas, o estudo traça cenários mirando em um aumento de consumo energético global de 45% até 2040.

Concluem o estudo dando ênfase na urgência necessária tanto para avanços na redução de custos, quanto na construção de políticas de longo prazo, que venham a tornar concreto o futuro da energia nuclear.

Brasília Pecado Digital

A inauguração do Parque Capital Digital seria um momento importante para o DF como protagonista da prosperidade sócio-econômica do Brasil. Seria, não fosse, novamente após quase 20 anos de procrastinação, alvo da inconsequência gestora.

Expressão física da principal vocação empresarial de Brasília, a Tecnologia da Informação, o parque foi escopo, desde 1999, de vários estudos e contribuições de inúmeras lideranças da economia local e externa, que sonharam este como um ícone impulsionador do desenvolvimento de soluções alavancadoras para a região e o país, ambientalmente sustentáveis por ser uma indústria limpa, economicamente sistêmicas por resultar em produtividade para os cidadãos e competitividade para todos os demais segmentos, e com potencial, inclusive, para atender ao mercado internacional.

Diversos estudos e detalhamentos foram produzidos desde o início do projeto

Concebido em 1999 pelo então Clube dos Jovens Empresários – hoje Associação dos Jovens Empresários –, o projeto foi logo abraçado por diversas instituições sob a condução do SINFOR-DF (Sindicato da Indústria da Informação do DF). Este se alicerçou especialmente na robusta capacidade de formação acadêmica da capital federal, com várias dezenas de cursos técnicos e superiores nas áreas de tecnologia da informação, e na pujante demanda da cidade por TI em razão do governo e de grandes empresas públicas. Naquele momento, Brasília contava com um significativo número de empresas relevantes no setor, porém com potencial de crescimento ainda maior caso tivessem o ambiente adequado para produção e exportação.

O dueto estrutural composto pelo Parque Capital Digital, como locus de inovação, escalabilidade e sinergia empresarial na área de 123 hectares, em conjunto com o Parque do Talento Empreendedor, outra instalação a ser implementada contígua à Concha Acústica (setor de Clubes Sul) para o fomento às Start-ups, foram apresentados e debatidos em 2000, ainda sem a demarcação definitiva, com o arquiteto Oscar Niemeyer. Disse o mestre após algumas reuniões com nosso time em seu ateliê no Rio de Janeiro: “Estes projetos completam Brasília”.

O Parque Digital visa classe mundial também em sua modelagem operacional de parceria público-privada, onde instituições privadas especializadas na gestão de parques de alto impacto aglutinariam as empresas implementadoras de soluções, bem como unidades acadêmicas e de suporte complementar, em formato de prestação de serviços que distinguiriam este ecossistema produtivo de outras iniciativas questionáveis realizadas no passado que privilegiaram a especulação imobiliária em detrimento da consequência sócio-econômica.

Maquete de prédio a ser construído no Parque Capital Digital. Concepção do Arquiteto Narton Melo Santos

Com foco nas soluções tecnológicas e nas sinergias entre as empresas da cidade e outras de fora, o Parque seria também uma marca potencializadora de mercado para o setor como um todo, se tornando uma vitrine nacional de inovação e negócios. E o governo do Distrito Federal, podendo ser consumidor e indutor de primeira ordem de TI, poderia servir de exemplo positivo e estímulo para que todos os demais governos estaduais e municipais consumissem de forma racional e segura as soluções aqui produzidas, fomentando, ainda, a inovação, eficiência e transparência na gestão pública.

Porém, de 1999 para cá, o projeto foi objeto também de condutas indesejáveis, que afetaram negativamente tantas iniciativas no Brasil. Um dos carmas foi o da corrupção do tempo, ao não gerar as consequências necessárias para o DF, que nos fez testemunhar a consolidação de iniciativas semelhantes em diversos países, a exemplo do parque de Zhongguancun em Pequim na China, concebido em 1992, lançado em 1999 e que já passou por várias expansões desde então, superando hoje 500 mil empregos diretos e 20.000 empresas instaladas, e os Hitecs em Hyderabad, Pune, Chennai e Bangalore na Índia, todos pólos de exportação de centenas de milhões de dólares em soluções de TI, enquanto nós ficávamos para trás por razões alheias à competitividade interna das nossas empresas ou ao talento de nossos profissionais.

Datacenter Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal no Parque Capital Digital

A iniciativa de implantação do datacenter compartilhado do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, anunciado em 2006 e inaugurado em março de 2013, representou importante marco para o projeto, visto que duas das mais relevantes instituições usuárias de TI no Hemisfério Sul consolidaram este significativo equipamento operacional na área. Foi uma comprovação do potencial que visualizávamos.

Agora, o atual governo caprichosamente desperdiça nossa vocação explícita ao desconfigurar o projeto em sua espinha dorsal: o já insuficiente espaço do parque abrigará, também, o setor de biotecnologia, abraçando desde a perspectiva de produção rural, passando pela saúde humana, indo até, pasmem, a beleza e os cosméticos. Este movimento conflita frontalmente com a expectativa de fortalecimento de marca que estaria totalmente ao alcance da nossa cidade, visto que a tecnologia de ponta não se baseia em “feirões” de diversidade, mas sim em alta especialização e qualificação setorial. Sinergias ocorrem quando empresas com insumos, processo e mercados semelhantes se aglutinam em um ambiente de alta produtividade. Cita-se, como exemplo, o corredor tecnológico de Dulles em Washington DC, líder mundial em tecnologias segurança de dados, de satélites e defesa aeroespacial.

Igualmente preocupante, essa nova configuração da área tende a priorizar a instalação de empresas de caráter público, ao invés do setor privado, conflitando diretamente com os anseios explícitos da sociedade brasileira contemporânea. Antevê-se, com isso, consequência econômica contrária ao desejo original, resultando, por exemplo, no aumento da pressão do desemprego com suas decorrentes evasões de talentos para outras cidades e tensões sociais que cresceram fortemente na história recente do Distrito Federal.

Cabe eliminar qualquer pressuposto quanto à admirada Embrapa, provavelmente uma das melhores iniciativas estatais da história brasileira. Esta excelência nacional, que tive oportunidade de testemunhar em suas parcerias tanto no Brasil quanto junto à Cornell University nos EUA, onde vivi como professor visitante, merece cada palmo de seus milhares de hectares dentro do DF – Hortaliças, Cerrado, Sucupira e outras unidades – que totalizam espaço disponível dezenas de vezes maior que toda a área do Parque Capital Digital.

Com esta deformação do Parque Digital, o DF desprioriza o principal pilar econômico para o desenvolvimento da região, ignorando as próximas ondas de avanço tecnológico – como as cidades inteligentes, a inteligência artificial ou a indústria 4.0, por exemplo –determinando nossa permanência como caudatários consumidores na economia digital. Abre mão de gerar uma economia limpa e competitiva e ainda perturba as cadeias produtivas ao misturar segmentos com distintos insumos de produção, modelos de negócio, fatores de competitividade e canais de alcance ao mercado.

Assim sendo, a deformação do Parque Capital Digital em “Biotic” serve para exemplificar o porquê do DF, tendo todas as condições para alçar patamares diferenciados em diversos aspectos do desenvolvimento, esteja vivendo tão dramático momento de sua história. Que tenhamos, no futuro próximo e para o bem das próximas gerações, um novo governo em condições de resgatar o tempo perdido.

Parcerias do Homeland Security para Cidades Inteligentes

A Diretoria de Ciência e Tecnologia (S&T) do U.S. Department of Homeland Security (DHS) selecionou hoje 13 empresas americanas e estrangeiras desenvolvedoras de tecnologias para Cidades Inteligentes voltadas à segurança pública. O trabalho de pesquisa e desenvolvimento é focado em sensores prediais, sistemas aéreos não-tripulados, e hubs inteligentes vestíveis ou não, cada um desses combinando comunicações e infraestruturas que ampliem o conhecimento situacional de situações de risco para ação dos oficiais de campo, aumentando a segurança e melhorando as operações de missão crítica.

Os agraciados nesta seleção resultam de uma Chamada para Inovadores lançada no início deste ano pelo programa DHS S&T Smart Cities Internet of Things Innovation (SCITI) Labs. O programa SCITI Labs é focado na rápida comercialização de tecnologias, com os protótipos iniciais das empresas selecionadas já sendo demonstrados no curto prazo. O público interessado inclui as forças de segurança policial e militar, bombeiros, defesa civil, paramédicos, profissionais da área de saúde e outros.

“Estamos entusiasmados em trabalhar com esses parceiros inovadores para rapidamente disponibilizar suas ferramentas para o mercado e beneficiar os agentes de campo e a segurança doméstica,” disse Jeff Booth, gerente do programa Jeff Booth. “Nosso objetivo aqui foi identificar tecnologias já disponíveis no mercado que poderiam se adequar às demandas e desafios específicos daqueles que protegem e servem nossas comunidades. Estamos bastante encorajados pelo trabalho já realizado e ansiosos pelo que podemos alcançar no horizonte.”

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Os recursos para o programa vieram do SCITI Labs, uma colaboração entre o DHS S&T, o Center for Innovative Technology (CIT), a Smart City Works e a TechNexus, iniciada há menos de um ano atrás. Depois de um processo de seleção bastante competitivo, essas foram as 13 empresas selecionadas para o desenvolvimento das primeiras soluções e protótipos:

Sistemas Aéreos não-tripulados:

Busca e descobrimento indoor.

Sensores Prediais:

Aplicações de sensores prediais fixos internos para detecção e alertas situacionais.

SmartHub:

Sensores e comunicação móveis focados nos agentes de campo.

Nos próximos meses, as empresas refinarão e integrarão soluções para melhor atender aos casos de uso, e demonstrar a conectividade de ponta-a-ponta entre essas várias aplicações, sensores, infraestruturas e os agentes de campo.

Espoo: A Cidade Mais Inteligente do Mundo

Com nome derivado de palavras nórdicas que significam “árvores e rio”, a cidade Finlandesa de Espoo é a campeã de 2018 do prêmio “Intelligent Community of the Year”, ou seja, a Comunidade Mais Inteligente do Ano do ICF – Intelligent Community Forum.

Localizada logo ao lado da capital do país, Helsinque, Espoo é uma cidade que vibra empresarialmente. Com uma população de 270.000 habitantes, a cidade se divide em 7 bairros dispersos, onde todos tem acesso a Internet rápida e mais de 50% das residências já conta com conexão com velocidade superior a 100 Mbps (ultra-broadband).

Além disso, Espoo hospeda algumas das principais instituições Finlandesas, a exemplo da sede da VTT Research, um dos principais centros de pesquisa da Europa, e a sede da Nokia, gigante empresa global do setor de telecomunicações.

Cidades Inteligentes

Apesar de recente, o termo “Cidades Inteligentes” – ou “Smart Cities” em inglês, cresce rapidamente em relevância mundo afora. Visando maior qualidade de vida e produtividade, conceitua sistemas urbanos de pessoas interagindo e incorporando usos mais modernos de tecnologia, energia, materiais, serviços e logística.

Essas interações são consideradas inteligentes pelo uso sustentável de sua infraestrutura, serviços e informações, impulsionando aspectos sociais, ambientais e econômicos da sociedade.

Desafios Futurísticos de Espoo

Com uma conectividade tão avançada, é natural que a Cidade Inteligente de Espoo abordasse plataformas digitais na sua construção de um futuro com evolutiva qualidade de vida. Mesmo assim, o crescimento explosivo dos dados móveis nos celulares, impulsionados por tráfego de vídeo, a cidade antevê riscos de gargalos em seus serviços digitais e nas experiências online dos seus residentes.

Sua resposta a este risco foi o LuxTurrim 5G, um projeto piloto de 3 anos que engaja empresas e centros de pesquisa da região na avaliação de postes de luz inteligentes, que servem também como transmissores 5G (5G é o novo padrão emergente para celulares, que propicia transmissões em centenas de Mbps). Os postes incluem antenas e estações base 5G miniaturizadas, sensores para os sistemas smart city e luz LED digitalizada. Lançado na Primavera de 2017, o projeto almeja validar a prova de conceito para essa integração tecnológica, e então construir soluções viáveis a serem exportadas pelas empresas locais participantes da iniciativa.

Inovação Educacional com Lucratividade e Excelência

Em Espoo, o pilar de desenvolvimento Finlandês da Educação também é mais do que um meio de se equipar as futuras gerações com mentes questionadoras e habilidades para a empregabilidade. Lá a Educação é abraçada como um programa de desenvolvimento econômico.

A cidade tem projetos colaborativos entre empresas e escolas, que tornam as escolas em laboratórios vivos que apoiam a aprendizagem e o crescimento dos estudantes enquanto oferecem uma rica plataforma social para empresas que desenvolvem tecnologias e soluções educacionais. Com isso, evitam problemas ocorridos em outras regiões do planeta, onde as empresas de tecnologia carecem de compreensão sobre o dia-a-dia escolar, pedagogia, currículo e etc.

Além disso, o modelo de cooperação por co-criação escola+empresa incorpora empreendedorismo nos alunos, ao mesmo tempo em que previne o risco de se conceber modelos educacionais em que a lucratividade prejudique a excelência.

Sustentável na Essência

O termo “cidade industrial” usualmente descreve um local onde as necessidades das fábricas sobrepõe a qualidade do ar, da água ou do ambiente dos cidadãos. Não é o caso de Espoo. Um estudo comparativo internacional elencou a cidade como a mais sustentável da Europa. Os méritos vêm da constante parceria entre governo, cidadãos, empresas, universidades. Para entender, entre 2013 e 2016, mais de 100.000 pessoas participaram de eventos sobre sustentabilidade, e a prefeitura lançou 17 novas iniciativas no tema desde então.

Apesar de ser a segunda maior cidade da Finlândia, Espoo torna-se um player de pequeno porte frente a economia global. Por isso, Espoo se une a outras cidades do país na “Six City Strategy”, uma política cooperativa para enfrentar desafios comuns. A cooperação foca em inovação aberta, dados abertos e participação aberta, facilitando o desenvolvimento de soluções urbanas inteligentes. De 2014 a 2017, os parceiros municipais e corporativos já anunciaram 26 projetos, com investimentos da ordem de 100 milhões de Euros até 2020.

Por estas e outras iniciativas e características, Espoo dá alguns passos à frente das demais.

Finalmente uma noite bem dormida…

O sono deve ser um momento de recarregar, ser confortável, e sonhar. Contudo, quase um em cada cinco americanos sofre de alguma desordem crônica do sono que os impede de dormir. Este é um problema que a TATCH, uma Startup incubada no programa de doutorado no Instituto Jacobs Technion na Cornell Tech, enfrenta vigorosamente, e sua solução inovadora poderá trazer esperança a milhões de sonolentos incomodados.

Os efeitos negativos à saúde em razão de noites mal-dormidas são bem documentados, diz o CEO da TATCH, Dr. Amir Reuveny. Ter uma disfunção do sono aumenta seu risco de desenvolver o diabetes em até três vezes o normal, enquanto que a pressão alta tem seu risco aumentado em até quatro vezes.

Ainda, a privação ao sono e outras disfunções tem um custo anual estimado em mais de U$400 bilhões, dada sua relação direta com a perda de produtividade dos indivíduos, bem como o aumento de acidentes. E, naturalmente, o sono perturbado pode ter um efeito sério na vida emocional e pessoal dos indivíduos.

Supõem-se que a maioria dos que sofrem de privação e disfunções do sono não estão ainda diagnosticados, “Era chocante para nós que , uma epidemia tão grande fosse deixada com tal quantidade de pessoas sem diagnóstico e sem tratamento,” comenta Reuveny. Ele, que estudou a eletrônica imperceptível e recebeu seu PhD pela Universidade de Tóquio, foi atraído ao problema não apenas pela enorme escala deste, mas também por razões pessoais: seu próprio pai, disse ele, não conseguia uma boa noite de sono por mais de vinte anos.

Para enfrentar o desafio, outros membros compõem a equipe: CTO, Ahud (Adi) Mordechai; consultor de dados, Noam Schwartz; e especialista do sono, Stephanie Zandieh. Além disso, entrevistaram dúzias de médicos e técnicos do sono visando compreender como o processo e a métrica do diagnóstico do sono ocorre atualmente, aprimorando sua pesquisa.

O atual procedimento de diagnóstico é trabalhoso e caro, tornando-o inacessível a muitos cidadãos. É também incômodo e desagradável. Os laboratórios do sono não mudaram muito desde os anos 70, diz Reuveny, “Você precisa dormir fora de sua casa, ligado por cabos a 10 ou 20 eletrodos diferentes, com pessoas prestando atenção e te monitorando durante a noite.”

Mesmo os testes domésticos de diagnóstico sendo mais baratos que os feitos em laboratório, há fricções no processo: as listas de espera podem ser longas, os pacientes podem danificar o dispositivo ou não o retornam à clínica, ou podem ter dificuldades em montá-lo corretamente em casa.

“Se você combina todos esses problemas, conseguimos compreender porque os processos de diagnósticos atuais não ganham escala, e é exatamente neste ponto que nossa empresa atuará,” comenta Reuveny.

Uma solução sem emenda e econômica

TATCH é um adesivo para diagnóstico do sono com funcionalidade de monitoramento que substitui os incômodos fios e volumes do sistema tradicional; o produto descartável é de fácil uso e ótimo custo-benefício. Para desenvolver o protótipo, a equipe focou no problema de apnea do sono, que é o teste mais comum feito atualmente nos Estados Unidos (3,5 a 4 milhão de testes por ano).

O adesivo descartável combina eletrônica flexível, “machine learning” e tecnologia “wearable” para monitorar os parâmetros de diagnóstico para a apnea do sono, como a posição de dormir e os níveis de saturação de oxigênio.

“O adesivo tem sensores e módulos de comunicação embutidos. Todos os sinais são comunicados do adesivo para o próprio smartphone do usuário, sendo então enviados para uma área segura na Internet. De lá, seu médico poderá facilmente analisar os resultados e atuar no diagnóstico,” explica Reuveny.

Nossos parceiros serão as clínicas, pois a empresa acredita que este novo modelo reduzirá dramaticamente os custos por diversas razões: o fácil uso doméstico pelos pacientes, a eliminação de instruções complexas, o fim do risco de quebra ou perda de equipamentos, entre outros. As próprias clínicas poderão distribuir os adesivos e, simultaneamente, conduzir os testes, acabando com longas filas de agendamento e outras fricções.

Quando a Inovação Tecnológica encontra o Empreendedorismo

Abraçando a oportunidade oferecida pelo programa de incubação, o Dr. Reuveny contou com impulso para tornar sua inovação digital em uma iniciativa empresarial. “Eles realmente te ajudam a começar a empreender. Temos disponíveis todos os serviços iniciais básicos, e o suporte jurídico, de propriedade intelectual, mentoria, que são muito úteis nas fases iniciais da empresa.”

A TATCH recentemente foi aceita no programa da New York City Economic Development Corporation (NYCEDC) e HITLAB Digital Health Breakthrough Network para saúde, inovação, e tecnologia em Nova Iorque. “Este programa nos oferece uma clínica piloto, onde contamos com apoio para testar nossa solução, promovendo os primeiros encontros entre nosso adesivo e os clientes reais”, comemora Reuveny.

Os próximos passos agora são trazer o protótipo para a fase de produção, validar os resultados piloto e investigar sua aplicação também a outras disfunções do sono além da apnea.

São, realmente, Bons Sonhos…

Embrapa avança com seleção de Startups

Ocorreu nesta sexta-feira, na sede da Embrapa em Brasília, a etapa final da chamada Pontes para Inovação, chamada criada pela Embrapa e Cedro Capital, reunindo as Agritechs finalistas no programa que poderá aportar até R$ 5 milhões a cada uma.

Lançada em setembro de 2017, o objetivo da chamada é identificar empresas parceiras da Embrapa na adoção e desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio, para que possam acelerar seus negócios por meio do aporte de capital de Fundo de Investimento e, consequentemente, ampliar o impacto das tecnologias da Embrapa no mercado, a chamada recebeu 38 inscrições de empresas e startups interessadas em receber recursos para expandirem seus negócios. Dessas, dezessete (45%) passaram para segunda etapa de classificação e sete (18%) chegaram à fase final e apresentaram seus negócios durante o evento.

“De forma geral, tivemos um volume de inscrições satisfatório e a qualidade das propostas superou nossas expectativas. Estamos bastante otimistas quanto a essa etapa final”, ressaltou Alessandro Machado, sócio da Cedro Capital.

Para o chefe da Secretaria de Negócios da Embrapa, Vitor Hugo de Oliveira, trata-se de uma experiência inédita de aproximação da Embrapa com o ecossistema de inovação brasileiro: “Essa chamada abre uma nova fase na Empresa, na qual a instituição se coloca também como elo de aproximação de agentes financiadores e das empresas parcerias, ampliando a capacidade de que estas empresas possam impactar positivamente o mercado com tecnologias da Embrapa”.

A avaliação das empresas considerou a aderência das propostas com as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, potencial e oportunidades de mercado, diferencial e competitividade do negócio, bem como o grau de maturidade das tecnologias para adoção pelo mercado e possíveis impactos social, econômico e ambiental.

Das 7 finalistas, as 6 seguintes estiveram no evento de apresentação:

GIRA – gira.com.br

O Gira é um sistema de gestão de recebíveis com aplicativo web que permite o monitoramento online de suas operações de crédito no agronegócio. Permite realizar visitas georeferenciadas garantindo o monitoramento do compromisso vinculado a indicadores agronômicos de produtividade.

AGRONOW – Agronow.com.br

Monitoramento e Previsão online com alta performance. A AgroNow é uma plataforma WEB, 100% automatizada que através de imagem de satélite e um algoritmo próprio monitora o desenvolvimento das culturas e prevê sua produtividade. Os dados são analisados em poucos segundos e os resultados possuem alta taxa de acerto (acima de 90%).

AGROROBÓTICA

Fotônica em certificações agroambientais. Certificação de qualidade de produtos agrícolas pela luz, a exemplo da análise sensorial do café.

AGROSMART – agrosmart.com.br

Monitoramento de cultivo para viabilizar melhor tomada de decisões. A Agrosmart acredita que pode melhorar a vida das pessoas no campo e a produção de alimentos no mundo ao buscar sempre um modo mais inteligente de fazer as coisas. Por isso, com o objetivo de melhorar a produtividade e otimizar o uso dos recursos na agricultura criamos um modo de cultivo inteligente, conectando o agricultor a sua plantação. Assim, ao monitorar diversas variáveis ambientais, geramos informações relevantes que auxiliam em uma melhor tomada de decisão para uma agricultura mais sustentável e produtiva.

C4 CIENTÍFICA – c4cientifica.com.br

A C4 Científica e a C4 Biotecnologia compõem um grupo com foco no desenvolvimento de equipamentos e projetos. Extenso know-how para produção de mudas e plantas em escala comercial.

HORUS – horusaeronaves.com

A Horus Aeronaves oferece soluções inteligentes em mapeamento na palma da sua mão, baseada na integração de drones (VANTs) com uma plataforma que transforma mapas em informações reais para decisões inteligentes. Com a coleta precisa de informações, viabiliza-se realizar diagnósticos assertivos em: Índices de Vegetação; Contagem de plantas; Identificação de linhas e falhas no plantio; Identificação de pragas e doenças; Identificação de deficiência nutricional; Geração de Shape Files; Manejo eficiente de insumos; Aumento da Produtividade e Lucratividade na Agropecuária.

 

WBAF 2018 reunirá investidores em Istambul

Maior encontro anual sobre investimentos de fase inicial (“early-stage”), a WBAF 2018 reunirá, de 18 a 20 de Fevereiro em Istambul – Turquia, mais de 1.000 participantes vindos de todo o planeta.

E os delegados globais se encontrarão às margens do estreito de Bósforo para trabalhar em torno de 5 trilhas temáticas que pautam o evento deste ano:

  • a WBAF Annual Conference 2018 – para investidores-anjo;
  • a Take Invest Summit 2018 – para start-ups e scale-ups;
  • o CEO-Preneurship Summit 2018 – para CEOs de empresas que faturam mais de U$ 100 milhões
  • o Impact Investment Summit 2018 – para investidores de impacto; e
  • a FinTech Summit 2018 – para executivos do setor financeiro

Além disso, a WBAF 2018 terá, também, uma sessão de premiação das principais iniciativas de sucesso em investimento realizados no último ano em todo o planeta, o World Excellence Awards 2018.

Realizado pela World Business Angels Investment Forum, o evento aglutina líderes-chave no mercado de investimento em empresas de capital fechado, discutindo os benefícios e desafios encarados pela comunidade global de investimento-anjo, bem como formas de se alcançar maior crescimento e ampliar a conectividade entre os ecossistemas de start-ups.

Segundo os organizadores, ao passo em que a economia global deixa crises para trás, ainda há dificuldades no acesso a capital, inteligência e empreendedorismo. Porisso, o World Business Angels Investment Forum foca no desenvolvimento de instrumentos financeiros inovadores para empreendedores e pequenos empresários como parte estrutural de sua agenda.

Wall Street e Vale do Silício em colisão

O lendário investidor global Warren Buffett chacoalhou emoções no mundo financeiro ao afirmar este mês que “A corrida por bitcoins e criptomoedas terminará, provavelmente, em lágrimas“.

Reforçando o discurso, o veterano de Wall Street e Investidor-chefe da Bleakley Financial Group, Peter Boockvar, afirmou hoje à CNBC que “… 90% do valor do bitcoin pode desaparecer … , não me surpreenderia se esta criptomoeda voltasse a um valor entre 1.000 e 3.000 dólares ao final deste ano”.

Na mesma linha, Jamie Dimon, presidente do grupo financeiro JPMorgan Chase e um frequente crítico das criptomoedas, após dizer que acredita no potencial tecnológico do blockchain, afirmou que “Se você for estúpido o suficiente para comprar bitcoins, pagará o preço um dia“.

Eis que, em seguida à sua declaração na imprensa, Jamie recebe uma mensagem de sua filha dizendo: “Pai, eu tenho dois bitcoins”!

Ouroboros

A mensagem da jovem representa um alerta que julgo importante.

Com uma capitalização total de mercado abaixo de U$ 100 bilhões, o Bitcoin geralmente movimenta menos de 1 dezena de bilhões de dólares diariamente. Com números como esses, considerados pequenos em comparação à economia tradicional e resultantes de uma maioria de usuários jovens, nerds e com espírito inovador, a principal criptomoeda, bem como suas correlatas, possivelmente ainda não ocupa grande espaço nas agendas de executivos do mundo financeiro tradicional.

Porém, é importante recorrermos ao passado, verificando diversas outras inovações que, apesar de começarem com números julgados irrelevantes nos primeiros anos de adoção, acabaram por transformar setores econômicos inteiros, como foi o caso do comércio eletrônico, da distribuição de vídeos online e outros.

Portanto, é com esta perspectiva de progressiva transformação que coloca-se o advento econômico e tecnológico das Fintechs, das criptomoedas e do blockchain.

Colisão de Mundos

O debate sobre o futuro das criptomoedas, e também de todo o sistema financeiro, tem gerado acaloradas opiniões antagônicas, contrapondo incumbentes da economia tradicional aos arautos da nova economia. Visões divergentes confrontam o entusiasmo de alguns ao ceticismo de outros no que tange às soluções baseadas em estruturas digitais distribuídas em blockchain.

Dois dos principais ambientes globais de negócios ilustram o antagonismo. No Vale do Silício, eixo de inovação digital californiano, o entusiasmo é tremendo, se fazendo representar por um alto nível de expectativa em relação às Fintechs, ou seja, empresas inovadoras que, com base em tecnologias e modelos disruptivos, transformam as lógicas de meios de pagamento, conciliação e liquidação, financiamento, crédito, atendimento, etc. Já em Wall Street, concentração no sul da nova-iorquina Manhattan que reúne a elite do setor financeiro global, tem-se opiniões como aquelas que verificamos acima.

E, enquanto isso, Beijing envia seu recado anunciando punições, através do Banco Popular da China às ICOs – Initial Currency Offers, com vistas a evitar golpes financeiros e esquemas de pirâmide com criptomoedas. Porém, o gigante asiático mantém o ritmo inovador no setor financeiro principalmente por meio da ampliação do uso de soluções de pagamento via celular – mobile payments – espaço em que ocupa protagonismo no planeta, para a inveja dos tradicionalistas de Nova Iorque.

Da Colisão à Coesão

Se, por um lado, faz-se essencial reconhecer que as criptomoedas, o blockchain, o mobile e outros adventos tecnológicos terão papel cada vez mais significativo na economia global, por outro há que se aproveitar as convergências destes com os mecanismos tradicionais do setor financeiro.

Para isso, conscientes das oportunidades de ganhos de competitividade que essas inovações oferecem aos seus mercados, Bancos Centrais devem acelerar os instrumentos regulatórios e infraestruturais que venham a permitir o surgimento e a expansão de Fintechs com modelos mais eficientes para os clientes. Indo além, as autoridades nacionais devem, em conjunto, endereçar nova governança global que permita um novo patamar de integração econômica às nações, com transparência, segurança e qualidade.

A Revolução do Setor

E à iniciativa privada cabe papel fundamental: inovar!

Especialmente em um mercado como o brasileiro, país com uma grande economia, onde cidadãos tem amplo acesso a celulares, porém contam com um serviço bancário que deixou há anos de estar entre os melhores do mundo, além de ser também um dos mais caros e concentrados da Terra, a possibilidade de disrupções de grande escala é enorme.

E, assim como aqui, pelo planeta afora, sejam grupos financeiros já estabelecidos, sejam startups disruptivas, os que abraçarem as novas possibilidades e criarem modelos de negócio mais eficientes merecerão continuar no mercado.

Para o bem de todos nós!

 

Diagnóstico do Câncer no Espelho

Em um futuro não tão distante, nossos espelhos poderão nos reconhecer. Logo pela manhã, ao ver nossa face, eles poderão tocar uma música que gostamos, nos informar o clima, ou nos lembrar sobre os compromissos do dia. E com tecnologia em desenvolvimento em Cornell Tech, nossos espelhos também poderão avaliar nossa saúde, escaneando nossa pele verificando alterações que poderiam indicar câncer.

“Gostaríamos de encontrar algo que beneficiasse a sua vida, que pudesse ser feito em 3 segundos toda manhã,” diz o mestrando Evan Kesten, estudante de Mídia Conectiva no Jacobs Technion-Cornell Institute da Cornell Tech. “Um alvo fácil foi o câncer de pele. Ele afeta um em cada cinco americanos durante sua vida, e muito pode ser detectado sobre uma pinta ou anomalia maligna apenas pela inspeção visual. Entendemos que fazia sentido colocar visão computadorizada e tecnologias de aprendizado para combater esta doença.”

Como a Saúde Reflectiva funciona?

Com aconselhamento da Profa. Deborah Estrin, da Ciência da Computação de Cornell Tech e Políticas e Pesquisas em Saúde na Weill Cornell Medicine, e Prof. Arnaud Sahuguet, diretor do The Foundry na Cornell Tech, Kesten e seu time estão desenvolvendo e aprimorando seu produto, chamado de Saúde Reflectiva. O modelo atual consiste em um espelho de duas vias com um monitor atrás deste, com o que a razão reflectiva do espelho permite ao usuário se ver ao mesmo tempo em que enxergam informações no monitor através do espelho. O modelo é operado por um computador Raspberry Pi do tamanho de um cartão de crédito.

A ideia é que a Saúde Reflectiva tirará fotos da face e corpo do usuário diariamente, e algoritmos filtrarão e segmentarão as fotos para criar um perfil para cada pinta. “Então, para cada marca na pele, haverá um histórico que mostra sua evolução no tempo, avaliando o tamanho, coloração, mudanças nas extremidades, etc,” diz Kesten.

Eventualmente, a Saúde Reflectiva poderá ser utilizada pelos médicos como um tipo de painel para visualização das alterações significativas. Com estas informações, os médicos terão um contexto mais completo que as atuais visitas tradicionais feitas pelos clientes a cada 1 ou 2 anos.

Kesten e seu time estão conscientes de que ter um espelho no quarto ou no banheiro de um usuário pode parecer uma perigosa invasão de privacidade. Para combater este risco, o sistema está sendo desenvolvido para proteger a identidade do usuário. A Saúde Reflectiva trabalhará se conexão à Internet, para prevenir o acesso remoto ou a invasão, e o sistema também não armazenará imagens originais, guardando apenas aquelas partes recortadas que são importantes para os fins médicos. Com isso, apenas imagens de pintas, verrugas ou manchas seriam compartilhadas com os usuários e médicos, e nunca uma imagem do usuário em frente ao espelho.

Refinando a Tecnologia

A equipe construiu o segundo protótipo de hardware e agora está dedicando boa parte do tempo no aprimoramento dos algoritmos de “machine learning”.

“Utilizamos uma técnica simples de visão computadorizada, chamada de “blob detector”, que detecta seções de descoloração (os “blobs”),” explica Kesten. “Porém há muito ruído nas imagens – cabelo, roupas, etc. Então retiramos todos os “blobs” e essencialmente tiramos pequenos recortes e submetemos estes ao modelo de “machine learning”que filtrará apenas os pontos que requerem atenção. Estamos agora trabalhando nesta etapa.”

Um dos grandes desafios tem sido obter dados corretos e suficientes para treinar os modelos na identificação precisa de manchas potencialmente malignas. Recentemente, o time obteve dados de um outro estudo executado pela Oregon Health and Science University, que consistiu em fotos de mais de 3.000 pintas tiradas com smartphone. “Estamos agora incorporando esses dados ao treinamento do nosso modelo,” explica Kesten.

Um Modelo para projetos futuros

Evan Kesten, Jillian Sue e Yating Zhan
foto: Patricia Kuharic

Com a proximidade de sua formatura, o time de Kesten anseia que futuros alunos da Cornell Tech se utilizem da Saúde Reflectiva como uma base para seus próprios projetos. Este é um entre os esforços que unem dois programas de Cornell: o de Mídia Conectiva no Jacobs Institute e o de Health Tech (Tecnologias para a Saúde). As parceiras de Kesten, Jillian Sue e Yating Zhan, completarão o mestrado duplo em Health Tech na Technion-Cornell este ano. “Achamos esta uma ótima forma de combinar o potencial dos dois programas e termos times de alunos construindo soluções que  convergem a melhoria da experiência dos usuários com o componente médico,” diz Kesten. “Acho que há um grande potencial para crescimento deste projeto como um projeto interno da Cornell Tech, até que atinja maturidade adequada para ser explorado como um produto viável.”

Mídia Conectiva — Pensando nos Humanos que usarão Tecnologias

O programa de Mídia Conectiva do Jacobs Institute na Cornell Tech orienta seus estudantes a desenvolverem tecnologias concientes de como estas serão utilizadas e integradas à vida das pessoas. No caso de Kesten, ele diz que “a maioria dos trabalhos que realizei antes de chegar a Cornell Tech foram simplesmente de desenvolvimento tecnológico que criariam valor para uma empresa. Aqui eles preparam engenheiros de software, gestores e empreendedores a pensar nas pessoas que estarão utilizando essas tecnologias”.

A intensa integração da tecnologia em nossas vidas tem acontecido rapidamente. Vinte anos atrás, por exemplo, usávamos a internet por meio de um computador de mesa o qual conectávamos e desconectávamos em sessões de tempo finito. Hoje, a maioria de nós carrega a internet consigo, por meio de um smartphone. Raramente estamos offline. E esta integração crescente entre humanos e tecnologia oferece vastas e interessantes oportunidades.

Segundo Kesten, “há muito potencial inexplorado que pode melhorar as vidas das pessoas. Acho que todos desejam fazer algo que melhore o mundo, mesmo que em pequena escala, e tecnologia parece ser uma forma bem clara de se fazer isso hoje.”

De Cornell Tech para uma Startup

Para a equipe de Kesten, a próxima fase será, provavelmente, desenvolver uma startup. E para isso, estão confiantes de que Cornell Tech é o melhor lugar para impulsionar seus planos, desde a ideia até a entrada no mercado. Um campus moderno, posicionado em Nova Iorque, com excelentes professores. Além disso, integra um dos melhores ambientes acadêmicos, com uma cultura de diversidade e alta performance, a um dos principais ecossistemas empresariais do planeta.

“Aqui em Cornell Tech estamos imersos na cultura das startups — desenvolvimento de produtos, produção, introdução ao mercado, geração de valor à sociedade. O que me atraiu para cá foi esse ambiente. É uma perspectiva diferenciada sobre o que significa uma pós-graduação.”