- Facebook Messenger
- 56 shares
Hoje é 21 de Abril de 2017.
Nesta data, Brasília, a cidade ícone da arquitetura, futurista e inspiradora de uma nova civilização, e cuja construção representou uma epopeia empreendedora de reconhecimento global, alcança os 57 anos. Com muito a celebrar, e também enormes desafios a superar, a capital do Brasil ainda não está completa.
Diferindo das demais cidades brasileiras, onde a iniciativa privada e as vocações locais são responsáveis pela maior parte da geração de empregos e riquezas, Brasília ainda tem seu produto interno bruto (PIB) extremamente dependente do setor público, especialmente da renda do funcionalismo habitante da capital.
Porém, consolida-se a cada dia a consciência social de que a presença do três Poderes da República na cidade, razão original de sua criação, não deve representar uma zona de conforto econômico, mas sim um impulso para construção de maior dinamismo empresarial. Cresce, assim, a pressão por se conquistar maior independência, e, desde a inauguração, Brasília encara o desafio de resgatar o espírito de seus pioneiros e se tornar uma cidade habilitadora do empreendedorismo.
Até mesmo Niemeyer, o arquiteto da capital, já havia percebido isso. E se juntou ao grupo que pensou em uma solução…
Vivendo uma realidade de obstáculos, os empreendedores da capital federal convivem com um cenário na contra-mão da competitividade e produtividade, onde entraves burocráticos e tributários se somam à fuga de talentos humanos e à carência por governança, e travam o investimento e a iniciativa privada.
Esse diagnóstico retrata décadas do ecossistema produtivo de Brasília. E, não surpreendentemente, uma das soluções concebidas há anos, ainda não foi implementada: o Parque do Talento Empreendedor – PTE.
Criado oficialmente pela Lei Complementar n° 680, de 30 de Dezembro de 2002, publicada nas páginas 8 e 9 do Diário Oficial do Distrito Federal de 22 de Janeiro de 2003, o projeto do Parque do Talento Empreendedor é fruto de um trabalho plural, capitaneado entre 1998 e 2004 pelo então Clube dos Jovens Empresários do DF – hoje Associação dos Jovens Empresários do DF – em conjunto com a CONAJE, instituições empresariais do DF, o SEBRAE e o próprio Governo do Distrito Federal durante as gestões dos governadores Cristovam Buarque e Joaquim Roriz. Quando submetido à Câmara Legislativa do DF, o projeto contou com a aprovação unânime dos deputados distritais, inclusive do então deputado Rodrigo Rollemberg, atual governador do DF.
A área destinada ao PTE se localiza em local próximo ao Palácio da Alvorada, em Brasília, no Setor de Hotéis e Turismo Norte – SHTN, Trecho 1, Projeto Orla, Pólo 3, englobando os lotes 14, 19, 20, 21 e área pública contígua, inclusive a Concha Acústica, obra de Oscar Niemeyer. O projeto contou com a contribuição intelectual de dezenas de lideranças empresariais e governamentais de todo o Brasil, incluindo especialistas de ensino, incubação empresarial, desenvolvimento regional, e outras áreas de conhecimento, tendo sido consolidado com o apoio do SEBRAE e de referências destacadas em empreendedorismo, como:
- Prof. Eduardo Moreira da Costa (PhD)
- Prof. Fernando Dolabela
- Gina Gulineli Paladino
- Guy de Fontgalland Corrêa S. Loureiro
- Prof. João Bosco Ribeiro
- Prof. José Alberto Sampaio Aranha
- Prof. Neri dos Santos (PhD)
- Prof. Roberto Spolidoro (PhD)
Desenhou-se que a meta para o PTE seria a de gerar um ambiente permanente de inclusão, em especial para a juventude, num ciclo virtuoso de produtividade e cidadania, com base no Talento inerente e específico de cada indivíduo. Neste ambiente seriam oferecidos a liberdade para explorar conteúdos, os canais de competência e fomento e a infra-estrutura básica para o cultivo de negócios formais nos mais variados campos de atividade.
Com base em experiências empreendedoras acumuladas por entidades públicas e privadas, incluindo a academia, esta iniciativa se coloca na direção da sociedade utópica de Juscelino Kubitschek.
Mas a pergunta é: na era da Internet, onde inovação e mudança são parte do cotidiano, ainda faz sentido o investimento na implementação do PTE?
A resposta não poderia ser mais clara: SIM!
Formar gerações de empreendedores, tanto para o ambiente público, quanto para o privado, nunca foi tão relevante para o Brasil. E ainda, um centro como o PTE, que poderia trabalhar de forma inclusiva – abrindo oportunidades a todas as camadas sociais – e conectada – integrando as regiões do Brasil entre si e com outros “hubs” empreendedores do planeta, enquanto equipamento Público, Aberto, Diverso e Efetivo, faria muita diferença em nosso país.
Portanto, quem sabe não é hora da nossa capital ganhar, em um aniversário no futuro próximo, este presente fundamental. Um equipamento que ecoará uma diferente mensagem para todo o Brasil; a mensagem do Empreendedorismo Moderno, Consciente, Transparente, Efetivo e Globalizado. Realmente, Niemeyer estava certíssimo: o Parque Completa Brasília!!
- Facebook Messenger
- 56 shares