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Em divulgação do seu Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu de 2,2% para zero a expectativa de crescimento da economia brasileira em razão da pandemia do coronavírus. A maioria dos analistas de mercado prevê um estrago ainda maior e falam numa recessão que poderá encolher o PIB nacional de 0,5% a 4%. O que é consenso entre os especialistas é que a liquidez da economia cairá.
Em outras palavras, menos dinheiro circulando na economia. É quando novas formas de se fazer negócio ganham como soluções para amenizar os efeitos dessa iminente crise. É o caso das permutas. “Muitas empresas com estoque parado ou profissionais com tempo disponível, em razão da diminuição do consumo, podem se manter ativo por meio das permutas”, diz Rafael Barbosa, especialista em inovação e economia colaborativa.
Desde 2014, ele desenvolveu uma startup que facilita as permutas, que hoje já possui 8 mil cadastrados. Em sua plataforma, empresas e profissionais oferecem seus produtos ou serviços, que são precificados por meio de uma moeda digital. Assim os negociadores têm liberdade de consumir o que mais lhe convém dentro da plataforma com o crédito que gera em cada operação de permuta. “A gente repetiu, com a tecnologia, o que já aconteceu no passado. As permutas eram a forma de se fazer negócios durante o feudalismo. Com o desenvolvimento do comércio, surgiu a moeda como forma de facilitar as trocas”, diz Rafael.
Ele observa que, com o período de lockdown da população, já começou a aumentar o volume de cadastros na plataforma para continuar mantendo as operações comerciais. “A média diária de cadastros mais que dobrou. Antes tínhamos cerca de 15 entradas de novos permutantes diariamente; agora são pelo menos 40”, diz o fundador da plataforma.
É o caso da empresária Alê Soares, proprietária e gestora da Coolab, uma loja colaborativa que reúne acessórios, itens de moda, decoração e arte de 63 marcas de pequenos produtores goianos. A empresária conta que buscou numa parceria firmada recentemente com a XporY.com, plataforma digital de permutas multilaterais, uma solução para esses pequenos empreendedores que já estão sendo impactados pelas medidas de isolamento social impostas pelo governo do estado. “Estamos sendo impactados diretamente, pois sem clientes na loja, não há consumo, não há produção, não há giro de recursos para esses pequenos produtores. O problema é que realmente não há previsão do cenário financeiro num futuro próximo. Isso é assustador para os pequenos empreendedores”, diz.
A microempresária Alexandrina Alves, já está na plataforma há dois anos, e oferece arranjos comestíveis. Normalmente, coloca 30% de sua produção para a venda por meio de permutas na XporY.com. Com início do isolamento, ela já percebe a movimentação do mercado. “Os pedidos em reais já caíram, mas os da plataforma online estão se mantendo”, diz.
Rafael Barbosa lembra que, na gestão do negócio, o empreendedor tem duas alternativas para equilibrar o caixa: aumentar sua receita ou deixar de gastar. “Já que a entrada de dinheiro está complicada, a alternativa é economizar e a plataforma pode ajudar. Despesas que são feitas em Reais podem ser feitas por meio do crédito gerado com as permutas”, observa.
Como funciona
Na plataforma XporY.com, empresas de todos os portes, desde micro a indústrias e profissionais autônomos, oferecem os mais variados serviços e produtos em troca de outros. Tudo é negociado na moeda virtual X$, que é equivalente ao Real. Por meio das permutas no ambiente digital é possível anunciar e comercializar serviços, bens novos e usados de qualquer valor, tendo inclusive já realizado permutas de veículos e diversos imóveis. Mas também é possível encontrar itens de necessidade para o dia a dia como roupas e calçados, presentes, produtos e serviços de higiene, beleza e saúde; serviços de alimentação via delivery, entre outros.
Para participar, o interessado deve acessar e se cadastrar gratuitamente pelo aplicativo da XporY.com, disponível para iOS ou Android, ou pelo site www.xpory.com. Além da ausência do custo de adesão, os membros da plataforma também não pagam um valor mensal de manutenção e nem comissão sobre as vendas no site. Somente na hora de consumir, é que se paga apenas uma taxa de 10% em reais sobre o valor da compra.
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