Nos últimos 46 anos, as maiores empresas globais de tecnologia tem a Nasdaq como epicentro de negociação para suas ações. Lá são compradas e vendidas as já consagradas gigantes da TI, internet e biotecnologia, bem como são realizadas as principais “ofertas iniciais públicas” (do inglês Initial Public Offering, ou IPO) com as novas vedetes do mercado.
Todas essas compõem o índice Nasdaq (Nasdaq Composite Index), o qual serve de referência preliminar para avaliar o grau de entusiasmo dos investidores para o futuro do mercado.
E este índice extrapolou ontem, 25, a barreira dos 6.000 pontos, acabando com uma ansiedade que se arrastava por 17 anos, desde Março do ano 2000, quando a chamada “bolha da Internet” catapultou o índice ao marco anterior de 5.000 pontos.
Os que vivem o dia-a-dia dos mercados de ações sabem que isso não ocorreu sem que fosse necessário ultrapassar alguns gigantescos sobressaltos, em especial com o rompimento da citada “bolha”, e também a crise recessiva entre 2008 e 2009.
Portanto, alcançar os 6.000 pontos é sim um momento de celebração para a economia global, visto que, desde 2009, a Nasdaq vive um período de crescimento quase que contínuo. São 8 anos virtuosos na economia global, especialmente a americana, no que tange ao balanço das corporações, queda do desemprego, retomada do mercado imobiliário e, em especial, confiança do consumidor.
De mãos dadas com o otimismo dos investidores, há fatores adicionais que colaboraram com o alcance da nova marca, como a maturidade da governança das empresas, trazendo, entre outros, balanços e relatórios de preço/resultados mais precisos e confiáveis para a análise dos especialistas. Além disso, recebeu impulso adicional com a chegada de novos paradigmas tecnológicos, como o advento das Redes Sociais que gerou novos players globais como Facebook e Linkedin, ou a Computação em Nuvem que impulsionou novas frentes de negócios para tradicionais locomotivas como Microsoft, Google, Apple e Amazon.
Mas, enquanto o mercado global se pergunta “Se”, ou “Quando” chegaremos à nova barreira dos 7.000 pontos, provavelmente sustentados por inovações tecnológicas como os Veículos Autônomos, a Realidade Virtual ou as Cidades Inteligentes, a euforia internacional não encontra eco no Brasil, país que ainda precisa entender que sua capacidade de produção agro-mineral não será nunca mais suficiente para alcance de uma sociedade desenvolvida.
Urge a retomada de uma agenda de desenvolvimento inovador e inclusivo no Brasil, com base na vocação criativa do nosso povo, e com a acelerada dinâmica exigida pelas startups da arena global.